Influência do apoio das mãos nos resultados do Weight-Bearing Lunge Test (WBLT) dos membros inferiores e sua relação com a funcionalidade em indivíduos hemiparéticos crônicos

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2024-06-28

Orientador

Navega, Flávia Roberta Faganello

Coorientador

Pós-graduação

Desenvolvimento Humano e Tecnologias - IB

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

INTRODUÇÃO: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é considerado uma das principais causas de incapacidade adquirida. A tendência de andar mais devagar, compromete o desempenho funcional, interferindo negativamente na autonomia, na participação social e na qualidade de vida pós AVC. As deficiências do pé e tornozelo já foram relacionadas com menores VM e pior mobilidade funcional (MF), sendo a deformidade em equinovaro a mais prevalente pós AVC. As medidas de amplitude de movimento (ADM) de dorsiflexão do tornozelo produzem resultados distintos dependendo se são realizadas com ou sem descarga de peso. Diversos métodos são utilizados para medir a ADM de dorsiflexão incluindo goniometria, fotogrametria e testes funcionais, como o Weight-Bearing Lunge Test (WBLT). O WBLT é um teste clínico que avalia a ADM de dorsiflexão com descarga do peso corporal. Apesar do WBLT ser validado para pacientes com AVC, não foram encontrados estudos que analisassem a ADM dorsiflexão de ambas as pernas em indivíduos hemiparéticos e tampouco a influência do posicionamento do apoio das mãos durante a aplicação do teste. Também não foram encontrados estudos que analisaram a relação entre os resultados do WBLT com a MF e VM em pacientes hemiparéticos. OBJETIVO: O objetivo geral do estudo foi analisar a influência do apoio das mãos nos resultados do WBLT nos dois membros inferiores e a relação com a espasticidade, funcionalidade e número de quedas, em indivíduos hemiparéticos crônicos. MÉTODOS: O estudo foi realizado com indivíduos hemiparéticos de ambos os sexos e segmentado em três partes. Para todas as partes, foram utilizados os dados das seguintes avaliações: aspecto cognitivo (Montreal Cognitive Assessment - MoCA test), mobilidade de dorsiflexão (DF) tornozelo do lado parético (P) e não parético (NP) por meio do Weight Bearing Lunge Test (WBLT) com diferentes apoios do membro superior (Apoio Horizontal - AH, Apoio Vertical - AV e sem Apoio - SA), considerando-se as medidas da distância do hálux à parede (DHA) e inclinação da tíbia (IT) - ângulo formado entre o quinto metatarso, maléolo lateral e cabeça da fíbula. Para o Estudo I, os indivíduos também foram avaliados quanto à inclinação da tíbia na posição sentada (ITS), amplitude de movimento ativa dos tornozelos através da goniometria (GTM) e fotogrametria (FTM) (plantiflexão e dorsiflexão de ambos os tornozelos). Para o Estudo II, foram realizadas as avaliações do tônus muscular por meio das escalas de Ashworth Modificada (MAS) e de Tardieu (TD). No Estudo III, os indivíduos foram avaliados quanto ao equilíbrio e mobilidade pelos testes Timed Up and Go (TUG), Teste de Caminhada de 10 metros (TC10), Teste de Sentar-Levantar Cinco Vezes (TSL5X), Avaliação de Fugl- Meyer para MMII e Escala Functional Ambulation Classification (FAC). A coleta de dados ocorreu ao longo de um único dia. RESULTADOS: Os resultados do Estudo I mostram que as medidas de DF do tornozelo com e sem descarga de peso produzem resultados significativamente diferentes sugerindo que essas duas medidas não devem ser usadas indistintamente como medidas da amplitude de movimento da DF do tornozelo. No Estudo II, as escalas de espasticidade não apresentaram correlação com os tipos de apoio no WBLT, porém, uma maior espasticidade dos flexores plantares foi associada a uma menor amplitude de DF. O Estudo III, mostra que em relação às medidas de IT a IT_P_AH foi a variável que apresentou maior correlação com as variáveis de MF (TUG, o TSL5X e a FAC). Em relação a DHP a DHP_NP_AV apresentou correlação com o TUG e o TC10m. CONCLUSÃO: Os diferentes tipos de apoio das mãos não influenciaram de maneira significativa os resultados do WBLT, tanto no lado P quanto no lado NP. A espasticidade do lado P não apresentou relação com os resultados do WBLT, independentemente do tipo de apoio das mãos. Considerando a relação entre mobilidade funcional e os resultados do WBLT, no lado P, a medida de IT com WBLT_AH foi a que mais se relacionou com a mobilidade funcional. No lado NP, a DHP realizada com AV foi a medida que mais se relacionou. A IT_SA, tanto do lado P quanto do lado NP, se correlacionou com o número de quedas, sendo a correlação mais forte com o lado NP.

Resumo (inglês)

INTRODUCTION: A cerebrovascular accident (CVA) is considered one of the main causes of acquired disability. The tendency to walk more slowly compromises functional performance, negatively affects autonomy, social participation, and quality of life post-stroke. Foot and ankle deficiencies have already been associated with lower VM and worse functional mobility (MF), with equinovarus deformity being the most prevalent post-stroke. The measurements of range of motion (ADM) of ankle dorsiflexion yield different results depending on whether they are performed with or without weight-bearing. Various methods are used to measure the ADM of dorsiflexion, including goniometry, photogrammetry, and functional tests such as the Weight-Bearing Lunge (WBLT). The WBLT is a clinical test that assesses the ADM of dorsiflexion with weight-bearing. Although the WBLT is validated for stroke patients, no studies that analyzed the dorsiflexion ADM of both legs in hemiparetic individuals, nor the influence of hand support positioning during the test have been found. No studies that analyzed the relationship between WBLT, MF and VM results in hemiparetic patients were found. OBJECTIVE: The overall objective of the study was to analyze the influence of the hand support on WBLT results in both lower limbs and its relationship with spasticity, functionality and number of falls in chronic hemiparetic individuals. METHODS: The study was conducted with hemiparetic individuals of both sexes and segmented into three parts. For all parts, data from the following assessments were used: cognitive aspect (Montreal Cognitive Assessment - MoCA test), dorsiflexion mobility (DF) ankle on the paretic (P) and non-paretic (NP) sides using the Weight Bearing Lunge Test (WBLT) with different supports of the upper limb (Horizontal Support - AH, Vertical Support, AV, and no Support - SA), considering measurements of hallux-to-wall distance (DHA) and tibial inclination (IT) - the angle formed between the fifth metatarsal, lateral malleolus, and head of the fibula. For Study I, individuals were also assessed for tibial inclination in the seated position (ITS), active range of motion of the ankles using goniometry (GTM) and photogrammetry (FTM) (plantarflexion and dorsiflexion of both ankles). For Study II, muscle tone evaluations were conducted using the Modified Ashworth Scale (MAS) and Tardieu Scale (TD). In Study III, individuals were assessed for balance and mobility using the following tests: Timed Up and Go (TUG), 10-Meter Walk Test (TC10), Five Times Sit-to-Stand Test (TSL5X), Fugl-Meyer Assessment for MMII and Functional Ambulation Classification Scale (FAC). The data collection took place over a single day. RESULTS: The results of Study I show that the measurements of ankle DF with and without weight-bearing produce significantly different results, suggesting that these two measurements should not be used interchangeably as measures of ankle DF range of motion. In Study II, the spasticity scales did not show a correlation with the types of support in the WBLT; however, greater spasticity of the plantar flexors was associated with a smaller DF range of motion. Study III shows that, regarding the IT measurements, IT_P_AH was the variable that showed the highest correlation with the MF (TUG, TSL5X, and FAC) variables. Regarding DHP, DHP_NP_AV showed a correlation with TUG and TC10. CONCLUSION: The different types of hand support did not significantly influence the WBLT results, both on the P side and the NP side. The spasticity on the P side did not show a relationship with the WBLT results, regardless of the type of hand support. Considering the relationship between functional mobility and the WBLT results, on the P side, the IT measurement with WBLT_AH was the most related to functional mobility. On the NP side, DHP with AV was the most related measurement. IT_SA, on both the P side and the NP side, correlated with the numbers of falls, with the correlation being stronger on the NP side.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

Itens relacionados