O valor é pariwat: território, reprodução social e expropriação na perspectiva das mulheres Munduruku

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Data

2024-07-04

Orientador

Souza, Angelita Matos

Coorientador

Bastos, Pedro Paulo Zahluth

Pós-graduação

Geografia - IGCE

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O povo Munduruku vive na Bacia do Tapajós sob intensa pressão de megaprojetos de infraestrutura, projetos de mineração, expansão da fronteira agrícola, além de enfrentar cotidianamente invasores, desmatadores, grileiros e garimpeiros. Como forma de organização da resistência, este povo conduz um amplo movimento que articula estratégias de ação para proteção dos territórios demarcados ou reivindicados em toda a bacia. Nos últimos anos, a presença das mulheres tem sido intensificada em todos os espaços de organização do povo Munduruku e, recentemente, lideranças mulheres passaram a assumir a linha de frente dos enfrentamentos que compreendem ações de vigilância, monitoramento e autodemarcação do território, pressão sobre o Estado e empreendedores, além de articulação com outras instâncias do movimento indígena. Em sua atuação, as mulheres iluminam a relação inseparável entre o território e manutenção da vida e apontam para o avanço da expropriação capitalista como vetor de conflitos e violências. Ao tomar como recorte a organização e participação das mulheres nas ações conduzidas pelo povo Munduruku para defesa de seus territórios, cruzaremos leituras do feminismo marxista e da Geografia para tratar dos processos de expropriação que atravessam os territórios deste povo. Ao sustentar a interpretação da resistência indígena como uma luta de fronteira que integra a totalidade do capitalismo, como na concepção de Nancy Fraser, partiremos das narrativas das mulheres sobre a relação entre território, reprodução social e expropriação, para argumentar sobre como se expressa o conflito entre acumulação capitalista e reprodução social em um contexto no qual o cotidiano de manutenção da vida é inseparável da reprodução da natureza.

Resumo (inglês)

The Munduruku people live in the Tapajós River Basin under intense pressure from mega-infrastructure projects, mining projects, the expansion of the agricultural frontier, as well as facing invaders, deforesters, land grabbers and gold miners on a daily basis. As a way of organizing their resistance, these people are leading a broad movement that articulates action strategies to protect the territories they have demarcated or claimed throughout the basin. In recent years, the presence of women has been intensified in all the organizational spaces of the Munduruku people and, recently, women leaders have taken on the front line of the confrontations that include actions of vigilance, monitoring and self-demarcation of the territory, pressure on the state and entrepreneurs, as well as coordination with other instances of the indigenous movement. In their work, women highlight the inseparable relationship between territory and the maintenance of life and point to the advancement of capitalist expropriation as a vector of conflict and violence. By focusing on the organization and participation of women in actions conducted by the Munduruku people to defend their territories, we will cross-reference Marxist feminism and Geography to address the processes of expropriation that traverse the territories of these people. In support of the interpretation of indigenous resistance as a border struggle that integrates the totality of capitalism, as in Nancy Fraser’s conception, we will start from the women’s narratives about the relationship between territory, social reproduction and expropriation, to argue about how the conflict between capitalist accumulation and social reproduction is expressed in a context in which the daily maintenance of life is inseparable from the reproduction of nature.

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Idioma

Português

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