Análise tridimensional das vias aéreas, seio maxilar e palato mole em pacientes submetidos à cirurgia ortognática

Abstract

Objetivo: O presente estudo teve por objetivo avaliar comparativamente as alterações volumétricas das vias aéreas superiores posteriores, palato mole e seio maxilar de pacientes submetidos à cirurgia ortognática de avanço maxilo-mandibular e/ou recuo mandibular. Materiais e Métodos: Foram selecionados um total de 31 pacientes com má oclusão esquelética classe II e classe lll, submetidos à cirurgia ortognática, e avaliados por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico em sobreposição no Programa Dolphin Imaging. Foram realizadas as tomografias computadorizadas de feixe cônico nos períodos pré-operatório (T0) e pós-operatório tardio de pelo menos 6 meses após a cirurgia (T1). Foi realizada a quantificação de volume das vias aéreas superiores posteriores e dos seios maxilares, além da área do palato mole, e comparados com o movimento real alcançado com a técnica cirúrgica no período pós-operatório. Resultados: O valor médio de recuo foi de 7,1 +- 3,5 mm e 6,0 +- 3,4 mm de avanço, sem presença de recidiva. O movimento de avanço maxilo-mandibular proporcionou um ganho volumétrico de vias aéreas em pacientes classe ll com diferença estatisticamente significativa entre os períodos T0 e T1 com um valor de p<0,05. Em análise do palato mole houve um aumento médio significativo, o que pode contribuir para a passagem de ar nas vias aéreas. No entanto, no volume do seio maxilar avaliado constatou-se que, não teve estatisticamente alteração significativa, onde a cirurgia ortognática de avanço maxilar não apresentou um risco para a saúde dos seios maxilares no período analisado. Conclusão: Podemos concluir que, a cirurgia ortognática demonstrou ser uma técnica cirúrgica que proporciona um ganho volumétrico de vias aéreas superiores posteriores nos períodos pós-operatório de no mínimo seis meses analisados, e também não apresentou um risco para a saúde dos seios maxilares no período analisado.

Objective: The present study aimed to comparatively evaluate the volumetric changes of the posterior upper airways, soft palate and maxillary sinus of patients undergoing orthognathic surgery for maxillomandibular advancement and/or mandibular retreat. Materials and Methods: A total of 31 patients with skeletal class II and class lll malocclusion, undergoing orthognathic surgery, were selected and evaluated using overlapping cone beam computed tomography in the Dolphin Imaging Program. Cone beam computed tomography scans were performed in the preoperative period (T0) and late postoperative period of at least 6 months after surgery (T1). The volume of the posterior upper airways and maxillary sinuses, in addition to the soft palate area, was quantified and compared with the real movement achieved with the surgical technique in the postoperative period. Results: The average value of retreat was 7.1 +- 3.5 mm and 6.0 +- 3.4 mm of advancement, with no recurrence. The maxillo-mandibular advancement movement provided a volumetric gain of airways in class ll patients with a statistically significant difference between periods T0 and T1 with a value of p<0.05. When analyzing the soft palate, there was a significant mean increase, which may contribute to the passage of air in the airways. However, in the volume of the maxillary sinus evaluated, it was found that there was no statistically significant change, where orthognathic maxillary advancement surgery did not present a risk to the health of the maxillary sinuses in the period analyzed. Conclusion: We can conclude that orthognathic surgery demonstrated to be a surgical technique that provides a volumetric gain of the posterior upper airways in the postoperative periods of at least six months analyzed, and also did not present a risk to the health of the maxillary sinuses in the period analyzed.