Cenários para investigação e Educação matemática em uma perspectiva do deficiencialismo
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Data
2018-12-19
Autores
Orientador
Penteado, Miriam Godoy
Coorientador
Pós-graduação
Educação Matemática - IGCE
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
O que você veio fazer aqui? Essa pergunta foi feita a mim por uma criança do Ensino Fundamental I, no período em que estive em sua sala de aula para o desenvolvimento de algumas tarefas matemáticas – período esse, o qual nomeei de encontros. Antes que eu lhe oferecesse longas e complicadas respostas, uma outra criança respondeu: “Ué, ela veio aprender a ser professora”. Assenti aquela resposta com um sorriso e continuamos com a aula. Eu sabia que estava ali em busca de respostas para o meu objetivo de pesquisa, a saber: buscar elementos que pudessem favorecer o engajamento de uma aluna com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em aulas de matemática organizadas em ambientes de cenários para investigação. Para alcançar esse objetivo foram desenvolvidos oito encontros em uma turma do Ensino Fundamental I em uma escola do município de Rio Claro. Uma descrição mais detalhada de como chegamos até esse momento pode ser vista no capítulo 1, em que apresento as etapas que constituem o percurso metodológico desta pesquisa. No capítulo 2, dou ênfase à pergunta “Mas e os outros?”, feita por Dani, a “aluna de inclusão”, por considerá-la o ponto de inflexão desta pesquisa. A partir dessa pergunta percebo que algo tinha mudado: ouvir os demais alunos tinha se tornado tão importante quanto ouvir Dani. Implicações dessa mudança podem ser vistas nos capítulos 3 e 4 desta dissertação. No primeiro, falo da mudança de meus pressupostos em relação à inclusão. Para isso me fundamento na perspectiva do deficiencialismo que me permite problematizar a existência de um discurso normalizador a respeito de crianças diagnosticadas com TEA. No segundo, apresento a teoria de cenários para investigação, que deu suporte ao desenvolvimento das tarefas matemáticas, e o modo como essa teoria se relaciona com a perspectiva do deficiencialismo. Também, apresento algumas das tarefas realizadas, bem como os elementos que considerei importantes para o engajamento de Dani. A partir dessa apresentação destaco a importância de se valorizar a movimentação pelos diversos ambientes de aprendizagem, uma vez que percorrê-los implica em uma ampliação de possibilidades de tipos de tarefas, que podem abranger diferentes habilidades e características dos diferentes alunos que compõem uma sala de aula. É importante mencionar que desde a mudança de meus pressupostos, eu deixei de operar segundo um discurso normalizador, como o apresentado no objetivo inicial da pesquisa; eu tinha mudado e com isso o objetivo também mudou. Por isso, em vez de considerar o objetivo como um ponto final, ele torna-se parte da minha mudança, da mudança de meus pressupostos naquela sala de aula. Assim, em meio a tantas mudanças, em particular, para a pesquisadora, é que apresento no capítulo 5 algumas considerações para a pergunta O que é isso o mestrado?
Resumo (inglês)
What did you come here for? This question was asked to me by an Elementary School child during the time I have been in her classroom developing some mathematical tasks – this period I named as “meetings”. Before I answer the child’s question with a long and complicated explanation, another child replied, “She came here to learn how to be a teacher!”. I agreed with that answer giving them a smile and we proceed the class. I knew I was there looking for answers to my research objective, namely: to seek for elements that could favor the engagement of a student with Autism Spectrum Disorder (ASD) in mathematics classes organized in landscapes of investigation. In order to reach this goal, eight meetings were developed in a class of Elementary School I in a public school of Rio Claro. A more detailed description about how we decided on this amount of meetings can be found in Chapter 1, where I present the methodological path of this research. In chapter 2, I emphasize the question "What about the others?", asked by Dani, the "student of inclusion," as the point of inflection of this research. From this question I realize that something had changed: listening to the others students had become as important as listening to Dani. Implications of this change can be seen in Chapters 3 and 4 of this dissertation. In the first one, I talk about the change in my assumptions about inclusion. In this regard I adopt the perspective of deficiencialism that allows me problematize the existence of a normalizing discourse regarding children diagnosed with ASD. In the second, I present the theory of landscape of investigation, which supported the development of mathematical tasks, and present the way this theory is related to the deficiencialism perspective. I also present some of the tasks performed, as well as the elements considered important for the engagement of Dani. From this presentation, I emphasize the importance of valuing the movement through the different milieus of learning, since to go through them imply in an enlargement of possibilities of types of tasks, that can cover different abilities and characteristics of the different students of a classroom. It is important to mention that since the change of my assumptions, I stopped operating according to a normalizing discourse, as presented in the initial research objective : I had changed and the research objective also changed with me. So, instead of considering the objective as an end point, it became part of my change, of the change of my assumptions in that classroom. Thus, in the middle of so many changes, in particular, changes for the researcher, I present in chapter 5 some considerations for the question What is it the master's degree?
Descrição
Idioma
Português