Cavidade anoftálmica adquirida: avaliação da influência dos implantes orbitários cônicos ou esféricos sobre as versões do olhar e sobre o posicionamento do supercílio e das pálpebras superiores e inferiores; e percepção dos oftalmologistas oculoplásticos com relação ao manejo do portador de cavidade anoftálmica

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Data

2021-08-25

Orientador

Schellini, Silvana Artioli

Coorientador

Pós-graduação

Bases Gerais da Cirurgia - FMB

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Existem vários aspectos da cavidade anoftálmica a serem melhor estudados. Os movimentos do implante orbitário e da prótese ocular externa (POE) não são semelhantes aos do olho normal e este é um ponto muito importante a ser melhor compreendido. A posição das pálpebras nas cavidades anoftálmicas é outra questão difícil. Muitas são as alterações relatadas nos pacientes com cavidade anoftálmica mesmo com a reposição da falta de volume com implantes orbitais e com a POE instalada. O tratamento da cavidade anoftálmica é realizado há muitos séculos. No entanto, existem discrepâncias entre os oculoplásticos relacionados ao manejo dos pacientes com cavidade anoftálmica. Levando em consideração esses três pontos principais como nosso propósito, foram realizados três estudos, conforme segue: 1. Foi analisada a amplitude de movimento dos implantes cônicos ou esféricos orbitários, com e sem a POE, tendo o olho normal contralateral como grupo controle. Vinte indivíduos receberam implantes cônicos de biosilicato e 16, implantes esféricos de PMMA. Fotografias digitais padronizadas foram obtidas para cada paciente nas quatro direções do olhar e as medidas computadorizadas foram realizadas com o programa Image J. As profundidades do fórnice superior e inferior foram medidas por meio de réguas. Como resultados, a mediana da amplitude de movimento sem POE em comparação ao olho normal contralateral foi menor com implantes cônicos em supradução, abdução e adução. Os implantes esféricos tiveram movimento reduzido apenas na abdução. A amplitude de movimento foi semelhante entre os implantes cônicos e esféricos sem POE em todas as versões do olhar, e sempre menor em comparação ao olho normal contralateral. A mediana da amplitude de movimento com a POE foi -3,05mm (p = 0,001) do que sem a POE em abdução, e -2,07mm (p = 0,020) em adução, independente do formato do implante. A profundidade do fórnice não afetou a amplitude de movimento dos implantes orbitários nem da POE. 2. A posição das pálpebras e do supercílio foi avaliada por meio de imagens fotográficas de 21 pacientes que tiveram a cavidade anoftálmica reconstruída com implantes cônicos e 17, com implantes esféricos. Foram analisadas as distâncias margem-reflexo (DMR) 1 e 2, distância da borda inferior do supercílio até a margem palpebral superior (DMSS) na posição primária do olhar e na infradução, fenda palpebral vertical e horizontal, sulco superior da pálpebra, ângulos palpebrais interno e externo. Todas as medições foram feitas com um POE em posição e as medidas computadorizadas foram realizadas com o programa Image J. Todos os dados obtidos foram transferidos para uma planilha de dados Excel e comparados com o olho normal contralateral usando análise estatística. Como resultados, a DMR 1 e 2, DMSS, fenda palpebral vertical, ângulos interno e externo na posição primária do olhar foram semelhantes nas cavidades anoftálmicas e nos olhos normais contralaterais, independentemente do implante ser cônico ou esférico. Com os implantes cônicos, a DMSS na infradução foi menor do que com os implantes esféricos e do que os olhos normais contralaterais. A fenda palpebral horizontal foi menor e o sulco superior palpebral mais profundo nas cavidades anoftálmicas do que nos olhos normais contralaterais, independentemente do formato do implante. 3. A opinião sobre o manejo dos portadores de cavidades anoftálmicas pelos cirurgiões oculoplásticos foi obtida por meio de um questionário na web, convidando oftalmologistas que prestam assistência aos portadores de cavidades anoftálmicas e são membros da Sociedade Brasileira ou Espanhola de Cirurgia Plástica Oftálmica a responderem um questionário. Os dados foram coletados sobre a demografia e experiência dos cirurgiões no tratamento da cavidade anoftálmica, sua relação com os ocularistas e se o oftalmologista aborda questões relacionadas ao uso e manuseio do POE, bem como autoestima e satisfação dos pacientes. A frequência e as proporções percentuais das respostas foram analisadas estatisticamente. De acordo com a opinião dos especialistas, o olho cego doloroso (58,1%) é a causa mais frequente de perda do bulbo ocular. A maioria dos portadores anoftálmicos está recebendo implante orbitário de polietileno poroso (45,1%) ou implante de PMMA (38,4%) em suas órbitas e os eventos mais comumente observados pelos especialistas foram sulco superior da pálpebra profundo (70,6%), secreção (63,8%) e depósitos na POE (39,5%). Nenhum consenso foi encontrado para os cuidados com a POE, parâmetros observados no seguimento ou período para substituir a EOP. Conclusão: Os implantes cônicos e esféricos proporcionam amplitude de movimento semelhante em todas as versões oculares e as profundidades do fórnice não influenciam nisso. A amplitude de movimento com ambos os implantes foi significativamente limitada na abdução e foi ainda mais reduzida se o POE estivesse no lugar. Implantes cônicos ou esféricos mostraram influência semelhante na posição das pálpebras e do supercilio quando na posição primária do olhar. Na infradução, a DMSS foi menor com implantes cônicos. Mudanças como uma fenda palpebral horizontal menor e um sulco superior palpebral mais profundo ocorreram com os implantes cônicos ou esféricos. O estudo de pesquisa na web relata a ausência de padrões na prática dos cirurgiões oculoplásticos brasileiros e espanhóis para o tratamento de cavidades anoftálmicas e gerenciamento de POE. Não há consenso sobre o manejo dos portadores de cavidade anoftálmica e são necessárias diretrizes para o manuseio e acompanhamento

Resumo (português)

There are several aspects in the anophthalmic socket to be better studied. The movements of the orbital implant and the external ocular prosthesis (EOP) are not similar to the normal eye and it is very important to be improved. The position of the eyelids in the anophthalmic sockets is another difficult issue. There are many reported alterations in the anophthalmic patients even when the lack of volume is replaced by orbital implants and with the EOP in place. The treatment of the anophthalmic socket started many centuries ago. However, there are discrepancies between the oculoplastics related to the management of the anophthalmic socket patients. Taking in consideration these three major issues as our purpose, three studies were carried out, as follow: 1. The amplitude of movement of conic or spheric orbital implants, with and without the EOP, having the contralateral normal eye as the control group was analysed. Twenty individuals received conical Biosilicate implants and 16, spherical PMMA implants. Standardized digital photographs were obtained for each patient in the four gaze directions and computerized measurements were performed using the Image J software. The upper and lower fornix depths were measured using rulers. As results, the movement amplitude's median without EOP in comparison to the contralateral normal eye was smaller with conical implants in supraduction, abduction and adduction. Spherical implants had reduced movement only in abduction. The amplitude of movement was similar between conical and spherical implants without EOP in all gaze versions, and always smaller compared to the contralateral normal eye. The movement amplitude's median with the EOP was -3.05mm (p = 0.001) than without the EOP in abduction and -2.07mm (p = 0.020) in adduction, regardless of implant format. The fornix depth did not affect the amplitude of movement of the orbital implants neither of the EOP. 2. Twenty-one unilateral anophthalmic socket reconstructed with conical implants and 17, with spherical implants had the position of the eyelids and eyebrow evaluated using photographic images. The margin-reflex distance (MRD) 1 and 2, the eyebrow distance to the upper eyelid margin (EDM) in primary eye position and in infraduction, the vertical and horizontal eyelid fissure, the eyelid superior sulcus, the internal and external eyelid angles were analyzed. All measurements were taken with an EOP in position. All obtained data were transferred to an Excel data sheet and compared to the contralateral normal eye using statistical analysis. As results, MRD distance 1 and 2, EDM, vertical eyelid fissure, internal and external angles in primary gaze position were similar in the anophthalmic sockets and in the contralateral normal eyes, regardless of the implant format. With conical implants, the EDM in infraduction was shorter than with spherical implants and in the contralateral normal eyes. The horizontal eyelid fissure was smaller and the eyelid superior sulcus was deeper in anophthalmic sockets than in contralateral normal eyes, independently of the implant format. 3. The opinion about the management of the anophthalmic socket carriers by the oculoplastic surgeons was obtained using a web-questionnaire, inviting ophthalmologists who are providing assistance to anophthalmic socket carriers and are members of the Brazilian or the Spanish Ophthalmic Plastic Surgery Societies to participate in this survey. Data was collected on surgeons’ demographics and experience in anophthalmic socket treatment, their relationship with the ocularists and regarding whether the ophthalmologist addresses issues related to use and handling of the EOP as well self-esteem and satisfaction of the patients. The frequency and percentage proportions of the responses were statistically analyzed. According to the opinion of the experts, painful blind eye (58.1%) is the main cause to remove the ocular bulb. The majority of anophthalmic carriers received a porous polyethylene orbital implant (45.1%) or PMMA implant (38.4%) and the most common events observed after that were deep eyelid superior sulcus (70.6%), discharge (63.8%) and deposits EOP (39.5%). There was no consensus for EOP care, parameters observed in the follow-up or period to replace EOP. Conclusion: The first study showed conical and spherical implants provide similar amplitude of movement in all ocular versions and fornix depths did not have an influence on it. The amplitude of movement with both implants was significantly limited in abduction and was even more reduced if the EOP was in place. The second study showed conical or spherical implants had similar influence in the position of the eyelids and eyebrow when in primary gaze position. In infraduction, EDM was smaller with conical implants. Changes such as a smaller horizontal eyelid fissure and a deeper eyelid superior sulcus occurred with both conical or spherical implants. The third study, based on the web survey reports of the current practice patterns of Brazilian and Spanish oculoplastic surgeons for treating anophthalmic sockets and EOP management showed there is no consensus in the management of anophthalmic socket carriers, being necessary to establish guidelines on handling and follow-up

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Português

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