Treinamento perceptivo-auditivo online para classificação da hipernasalidade de fala na fissura labiopalatina por graduandos em fonoaudiologia
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Data
2024-11-08
Autores
Orientador
Marino, Viviane Cristina de Castro
Coorientador
Pós-graduação
Fonoaudiologia - FFC
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Introdução: A avaliação perceptivo-auditiva é considerada padrão-ouro para identificar a hipernasalidade. O treinamento perceptivo-auditivo pode reduzir o impacto dos fatores internos e externos nos avaliadores; porém, estudos envolvendo ouvintes sem experiência apresentam resultados inconsistentes. Assim, há necessidade de propor estratégias de treinamento efetivas. Objetivo: Desenvolver um treinamento perceptivo-auditivo gradual e online para classificação da hipernasalidade de fala e verificar se o treinamento melhora a classificação da hipernasalidade por graduandos em Fonoaudiologia. Método: Trinta participantes foram divididos em 5 grupos, cada um com níveis distintos de treinamento. Eles classificaram 24 amostras de fala em três momentos: análise inicial (antes do treinamento), imediata (imediatamente após treinamento) e tardia (após um mês), utilizando a escala de quatro pontos. A interpretação dos resultados foi feita através da comparação da porcentagem de respostas corretas em relação à avaliação padrão-ouro. Aplicaram-se testes estatísticos: Kolmogorov-Smirnov, Friedman, Wilcoxon, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney para verificar as hipóteses do estudo, considerando o nível de significância de 10% para as análises. Resultados: Ao analisar a porcentagem média de acertos em cada grupo, observou-se aumento imediatamente após treinamento em todos os grupos, com significância para G3, análise inicial (p=0,101). Ao analisar cada grau separadamente, houve diferença significativa para G2, grau ausente (p=0,058) e G3, grau moderado (p=0,041). Entre os grupos, não houve diferença significativa nas análises após treinamento. Embora com aumento nos valores após treinamento imediato (G1=2,1%, G2=7,6%, G3=5,6%, G4=4,2% e G5=2,8%) e tardio (G2=3,5%, G3=1,4%, G4=3,5% e G5=2,1%), em relação a análise inicial, a diferença entre os tempos (imediato/inicial; tardio/inicial; tardio/imediato) não foi significativa. No grau ausente, houve aumento após treinamento imediato em G2 (27,8%), G4 (5,6%) e G5 (25%) e diminuição em G1 (-5,6%) e G3 (-2,8%), com significância entre os grupos. Para os graus leve, moderado e grave, não houve diferença significativa. Ao verificar influência das alterações de fala coexistentes, observou-se que não houve diferença significativa nas análises realizadas em amostras tanto com quanto sem essas alterações para nenhum grupo. No entanto, houve diferença significativa (p=0,030) entre os grupos nas amostras com alterações de fala coexistentes. Por fim, ao comparar as análises entre as condições sem versus com alterações de fala coexistentes, foi observada maior porcentagem de acertos nas condições sem alterações, em relação às com alterações, com diferenças significativas nas análises inicial: G1 (p=0,046), G2 (p=0,027) e G3 (p=0,028); imediata: G2 (p=0,046), G3 (p=0,046), G4 (p=0,028) e G5 (p=0,028) e tardia: todos os grupos, G1 (p=0,046), G2 (p=0,066), G3 (p=0,046), G4 (p=0,028) e G5 (p=0,028). Conclusão: O treinamento perceptivo-auditivo para a classificação da hipernasalidade foi desenvolvido a partir da seleção de amostras de fala analisadas por fonoaudiólogas experientes (padrão-ouro). A elaboração do treinamento incluiu cinco níveis graduais e foi realizado online. As classificações foram realizadas em três tempos: antes do treinamento, imediatamente e um mês após treinamento. Apesar do rigor metodológico, o treinamento não resultou em melhora significativa na classificação dos graus de hipernasalidade pelos graduandos. No entanto, o estudo revelou que a presença de alterações de fala coexistentes influenciou diretamente nessa classificação.
Resumo (inglês)
Introduction: A perceptual-auditory assessment is considered the gold-standard for identifying hypernasality. Perceptual-auditory training can reduce the impact of internal and external factors on evaluators; however, studies involving raters without experience have shown inconsistent results. Therefore, there is a need to propose effective training strategies. Objective: To develop gradual, online perceptual-auditory training for classifying hypernasality in speech and to verify whether the training improves hypernasality classification by undergraduate Speech-Language Pathology students. Method: Thirty participants were divided into five groups, each receiving distinct levels of training. They classified 24 speech samples before training, immediately after, and one month later, using a four-point scale. The results were interpretated by comparing the percentage of correct answers against the gold-standard assessment. Statistical tests (The Kolmogorov-Smirnov, Friedman, Wilcoxon, Kruskal-Wallis and Mann-Whitney) were applied, with a significance level of 10% considered for the analyses. Results: Analyzing the average percentage of correct responses in each group showed an increase immediately after training in all groups, with significance observed only for G3 in the initial analysis (p=0.101). For individual severity levels, significant differences were found in G2 ("absent" level”; p = 0.058) and in G3 ("moderate" level; p = 0.041). Among the groups, no significant differences were identified in the analyses following training. Despite increases in correct responses immediately after training (G1 = 2.1%, G2 = 7.6%, G3 = 5.6%, G4 = 4.2%, and G5 = 2.8%) and one month later (G2 = 3.5%, G3 = 1.4%, G4 = 3.5%, and G5 = 2.1%), the differences between time points were not statistically significant. For the "absent" level, an increase was observed immediately after training in G2 (27.8%), G4 (5.6%), and G5 (25%), while decrease was seen in G1 (-5.6%) and G3 (-2.8%), with significant differences between groups. Regarding the influence of coexisting speech alterations, no significant differences were found between analyses of samples with or without such alterations within any group. However, significant differences (p = 0.030) were observed between groups for samples with coexisting speech alterations. Finally, when comparing analyses of conditions with versus without coexisting speech alterations, a higher percentage of correct responses was observed for conditions without alterations compared to those with alterations. Significant differences were found in initial analyses: G1 (p = 0.046), G2 (p = 0.027), and G3 (p = 0.028); in immediate analyses: G2 (p = 0.046), G3 (p = 0.046), G4 (p = 0.028), and G5 (p = 0.028); and one month post-training: all groups—G1 (p = 0.046), G2 (p = 0.066), G3 (p = 0.046), G4 (p = 0.028), and G5 (p = 0.028). Conclusion: The perceptual-auditory training for hypernasality classification was developed using speech samples evaluated by experienced professionals. The online training consisted of five progressive levels. Classifications were conducted at three points: before training, immediately after training, and one month later. Despite the methodological rigor, the training did not significantly improve the classification of hypernasality severity classifications by undergraduate students. However, the study revealed that the coexisting speech alterations had a direct impact on the classification outcomes.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
MANICARDI, Flora Taube. Treinamento perceptivo-auditivo online para classificação da hipernasalidade de fala na fissura labiopalatina por graduandos em fonoaudiologia. 2024. 116 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde e Comunicação Humana) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marília, 2024.