Farinha de vísceras de aves hidrolisada sobre parâmetros metabólicos, oxidativos e inflamatórios de cães

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2024-03-01

Orientador

Carciofi, Aulus Cavalieri

Coorientador

Pós-graduação

Ciência Animal - FCAV

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

Os hidrolisados proteicos apresentam peptídeos bioativos funcionais que podem alterar respostas metabólicas e fisiológicas. Objetivou-se avaliar a inclusão da farinha de vísceras de aves hidrolisada (FVH) em substituição à farinha convencional de vísceras de aves (FVA) low ash como fonte proteica, verificando seus efeitos sobre a atividade da enzima conversora de angiotensina (ECA), concentrações séricas de colesterol total e frações, pressão arterial sistêmica, parâmetros urinários, parâmetros imunológicos, inflamatórios e oxidativos de cães. Foi formulada uma ração controle contendo apenas FVA como fonte de proteína. Esta teve substituição de 25%, 50% e 100% da proteína adicionada por FVH. Trinta e dois cães foram organizados em delineamento em blocos casualizados, sendo 4 blocos com 8 cães, 2 cães por tratamento em cada bloco, totalizando 8 repetições (cães) por tratamento. Os animais consumiram as dietas por 30 dias. No dia 0 e dia 30 foram realizadas coletas de sangue para avaliar os parâmetros oxidativos e concentração sérica de citocinas (fator de necrose tumoral alfa, interleucinas-2, 6 e 10), capacidade fagocítica de neutrófilos e monócitos, e coleta de fezes frescas para quantificação de Imunoglobulina A (IgA) fecal. A atividade da ECA, colesterol e suas frações, pressão arterial sistêmica e parâmetros urinários de cães, incluindo concentrações de sódio, potássio e cloretos foram avaliados apenas no dia 30. As concentrações séricas de citocinas e concentrações séricas de colesterol LDL não atenderam às suposições da análise de variância e foram comparadas usando o teste de Kruskal-Wallis (P<0,05). A quantificação de IgA, índice fagocitário e capacidade antioxidante foram submetidos a análise de variância considerando efeitos de bloco e dieta, utilizando-se o tempo zero (valor basal) como covariável. Os resultados obtidos para as demais variáveis foram submetidos a análise de variância considerando apenas efeito de bloco e dieta. Quando diferiram pelo teste F, médias foram desdobradas em contrastes polinomiais segundo o nível de inclusão da FVH (P<0,05). A concentração urinária e excreção renal de sódio apresentaram aumento linear com a inclusão da FVH devido à maior concentração desse macroelemento nessa matéria prima (P<0,001). No entanto, esse aumento nos teores e ingestão de sódio pelos animais não influenciaram a atividade sérica da ECA e pressão arterial sistêmica (P>0,05), que permaneceram dentro dos valores referenciais para cães. O pH urinário (P<0,001) diminuiu de modo quadrático com a inclusão da FVH, com valores também considerados adequados para cães. O índice fagocitário e parâmetros oxidativos não diferiram entre as dietas (P>0,05). Cães alimentados com 100% FVH apresentaram menores concentrações séricas de LDL (P=0,03). Outras diferenças lipídicas não foram observadas (P>0,05). Cães alimentados com 100% FVH tiveram menores concentrações séricas de IL-2 e TNF (P<0,05). Concentrações de IL-6 e IL-10 foram menores em cães alimentados com 100% FVH do que em animais alimentados com 25% FVH e 50% FVH (p<0,05), apresentando valores intermediários quando comparados com animais alimentados com a dieta controle. As concentrações de IgA foram maiores para cães que receberam a dieta 100% FVH (P=0,003). A inclusão da FVH em rações para cães saudáveis demonstrou ser segura por não alterar os parâmetros metabólicos avaliados. Alterações nas concentrações séricas de citocinas e na concentração de IgA fecal sugerem efeitos fisiológicos da FVH na modulação da inflamação, pela indução à redução da inflamação sistêmica, além de sua ação imunomoduladora, com possíveis benefícios para a saúde dos cães saudáveis.

Resumo (inglês)

Hydrolysed proteins can have functional bioactive peptides that can alter metabolic and physiological responses. The objective was to evaluate the inclusion of hydrolysed poultry byproduct meal (HPM) in replacement of conventional low ash poultry by-product meal (PBM) as protein source, studding it effects on the activity of the angiotensin-converting enzyme (ACE), serum concentrations of total cholesterol and fractions, systemic blood pressure, urinary parameters, immunological, inflammatory, and oxidative parameters of dogs. Was formulated a control diet containing only conventional low ash poultry by-product meal (PBM) as a protein source. This had replacement of 25%, 50% and 100% of the added protein with hydrolysed poultry byproduct meal (HPM). Thirty-two dogs were organized in a randomized block design, 4 blocks with 8 dogs, 2 dogs per treatment in each block, totaling 8 replications (dogs) per treatment. The animals consumed the diets for 30 days. On day 0 and day 30, blood samples were collected to evaluate oxidative parameters and serum concentration of cytokines (tumor necrosis factor alpha, interleukins 2, 6 and 10) and phagocytic capacity of neutrophils and monocytes and fresh feces were collected for quantification of immunoglobulin A (IgA). ACE activity, cholesterol and its fractions, systemic blood pressure and urinary parameters of dogs, including sodium, potassium and chloride concentrations were evaluated only on day 30. Serum cytokine concentrations and serum LDL cholesterol concentrations did not meet the assumptions of analysis of variance and were compared using the Kruskal-Wallis test (P<0.05). IgA quantification, phagocytic index and antioxidant capacity were subjected to analysis of variance considering block and diet effects, using time zero (baseline value) as a covariate. The results obtained for the other variables were subjected to analysis of variance considering only the block and diet effects. When they differed by the F test, means were split into polynomial contrasts according to the level of inclusion of FVH (P<0.05). Urinary sodium concentration and renal excretion showed a linear increase with the inclusion of FVH due to the higher concentration of this macroelement in this raw material (P<0.001). However, this increase in sodium levels and intake by the animals did not influence serum ACE activity and systemic blood pressure (P>0.05), which remained within the reference values for dogs. Urinary pH (P<0.001) decreased quadratically with the inclusion of FVH, with values also considered adequate for dogs. The phagocytic index and oxidative parameters did not differ between diets (P>0.05). Dogs fed 100% FVH had lower serum LDL concentrations (P=0.03). No other lipid differences were observed (P>0.05). Dogs fed 100% FVH had lower serum concentrations of IL-2 and TNF (P<0.05). Concentrations of IL-6 and IL-10 were lower in dogs fed 100% FVH than in animals fed 25% FVH and 50% FVH (P<0.05), presenting intermediate values when compared with animals fed the control diet. IgA concentrations were higher in dogs fed the 100% FVH diet (P=0.003). The inclusion of FVH in diets for healthy dogs proved to be safe because it did not alter the metabolic parameters evaluated. Changes in serum cytokine concentrations and fecal IgA concentration suggest physiological effects of FVH in modulating inflammation, by inducing a reduction in systemic inflammation, in addition to its immunomodulatory action, with possible benefits for the health of healthy dogs.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

ÁVIDA, T.S. - Farinha de vísceras de aves hidrolisada sobre parâmetros metabólicos, oxidativos e inflamatórios de cães. 2025, 62f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal). Universidade Estadual Paulista "julio de Mesquita Filho", Jaboticabal, 2024.

Itens relacionados