O tempo da consciência: duração interior em Henri Bergson e o fluxo de consciência no romance As Ondas de Virginia Woolf
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Data
2024-12-12
Autores
Orientador
Rodrigues, Paulo César
Coorientador
Pós-graduação
Filosofia - FFC
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Este trabalho tem como objetivo pensar o tempo da consciência em Henri Bergson, particularmente em seu primeiro livro, o Ensaio sobre os dados imediatos da consciência (1889), no qual Bergson discute a duração atrelada à noção de consciência. A partir disso, pretende-se pensar a influência de Bergson na literatura da escritora inglesa Virginia Woolf, integrante do modernismo inglês do século XX. A escritora é proponente de uma literatura que pode ser entendida como um grande exemplo de ruptura com a linguagem comum, ao ter criticado os romances tradicionais realistas, os quais esquecem de retratar a realidade interna das personagens como o próprio cerne da vida temporal, objeto privilegiado da narrativa moderna. Logo, é preciso chamar a atenção para esse tempo espacializado que muitos descreviam como estruturador da experiência convencional do tempo, despertando o foco narrativo para a abordagem do tempo real, vivido, essencialmente distinto do espaço. Woolf, por ter experimentado em seus romances o fluxo de consciência, como fez em As Ondas (1931), evidenciou uma perspectiva em que as personagens se encontram mergulhadas em seus pensamentos, em sua realidade interior e profunda, explorando uma linguagem que reúne os sentimentos e emoções por um enlace de pensamentos surgidos ininterruptamente, ou, às vezes, despertados pelo objeto externo, captado por meio de nossos sentidos. Deste modo, neste trabalho, pretende-se relacionar a filosofia bergsoniana da consciência com a literatura intimista de Woolf, discutindo sobretudo os conceitos de consciência e de tempo.
Resumo (inglês)
This work aims to contemplate about the time of consciousness in Henri Bergson, especially in his first book, Time and Free Will: An Essay on the immediate data of Consciousness (1889), in which Bergson discusses the conception of duration linked to the notion of consciousness. From this, the aim here is to consider Bergson’s influence on Virginia Woolf’s literature, a member of 20th century English Modernism. The writer is a proponent of a type of literature that can be seen as a great example of a breach from common language by criticizing traditional realist novels, in which they forget to portray the internal reality of the characters as the very core of temporal life, the privileged object of modern narrative. Therefore, it is necessary to draw attention to the spatialized time, that many described as the structure of the conventional experience of time, awakening the narrative focus to approach the real, lived time, essentially distinct from space. Woolf, for having experimented with the stream of consciousness technique in her novels, as she did in The Waves (1931), highlighted a perspective in which the characters are immersed in their thoughts, in their inner and profound reality, exploring a language that brings together feelings and emotions through a connection of thoughts that arise uninterruptedly, or sometimes, awakens by the external object, captured through our senses. Thus, the goal of this paper is to relate the Bergsonian philosophy of consciousness to Woolf’s intimate literature, discussing, particularly, the concepts of consciousness and time.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
SILVA, Maria Ester Martins. O tempo da consciência: duração interior em Henri Bergson e o fluxo de consciência no romance As Ondas de Virginia Woolf. 2025. 91 p. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marília, 2024.