Os usos de brasilidade ou a história de um conceito identitário.
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Data
2024-11-05
Autores
Orientador
Camilotti, Virginia Célia
Coorientador
Pós-graduação
História - FCHS
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
A proveniência da palavra brasilidade remete à primeira metade do século XX e não são poucos os trabalhos acadêmicos, incluindo trabalhos em história, que perpassam o vocábulo ao se debruçarem sobre produções culturais do período. Entretanto, em grande parte dos casos, essa brasilidade apresenta emaranhados de significados, em outras, opera como um termo alternativo para “identidade brasileira”. Mas o que seria essa brasilidade? Pouquíssimas pesquisas admitem que sua significação não é alva. Se partirmos da ideia de “identidade brasileira”, caímos em outras grandes questões: de que identidade e de que brasileiro estamos falando? Esses mesmos questionamentos podem ser aplicados, igual maneira, no uso corrente. Assim, essa tese perscruta os diversos usos, significações do vocábulo, que contribuem ou contribuíram para o engendramento do conceito de brasilidade em tempos distintos, mapeia os “tecidos” que se propuseram a distinguir o sentido de brasilidade, identificando a existência de estereótipos e de formas discursivas, bem como a existência de narrativas específicas intrínsecas a esses usos, a fim de compreender as formulações de Brasil operantes. Como um “tecido” protagonista, a pesquisa aborda periódicos publicados entre as décadas de 1920 e 1930, mas também adentra publicações situadas na década de 1940 e 1950. Ademais, inspirada por formulações foucaultianas, por trabalhos de Vilém Flusser e de Walter Benjamin e sem abandonar as propostas da História dos Conceitos formulada por Koselleck, esta tese assume que a emergência de um vocábulo não é linear, nem no tempo e nem em suas cadeias de significados. Esta não linearidade aponta o advento dessa nova palavra em meio a um campo lexical muito caro aos historiadores: entre as ideias de pátria, nação e o “me ufano”.
Resumo (inglês)
The provenance of the word brasilidade (brazilianness) dates to the first half of the 20th century, and there are numerous academic works, including works in history, that engage with the term when examining cultural productions of the period. However, in many cases, this brasilidade presents entangled meanings, and in others, it operates as an alternative term for "Brazilian identity." But what exactly is this brasilidade? Very few studies acknowledge that its meaning is not clear-cut. If we start from the idea of "Brazilian identity," we encounter other significant questions: what identity and what Brazilian are we referring to? These same questions can be applied in common usage. Thus, this thesis explores the various uses and meanings of the term, which have contributed to the formation of the concept of brasilidade at different times, mapping the "weaves" that have sought to distinguish the meaning of brasilidade, identifying the existence of stereotypes and discursive forms, as well as the existence of specific narratives intrinsic to these uses, in order to understand the formulations of Brazil that are in operation. As a leading "weave", the research addresses periodicals published between the 1920s and 1930s, but it also delves into publications from the 1940s and 1950s. Furthermore, inspired by Foucaultian formulations, the works of Vilém Flusser and Walter Benjamin, and without abandoning the propositions of Conceptual History formulated by Koselleck, this thesis assumes that the emergence of a term is neither linear in time nor in its chains of meaning. This non-linearity points to the advent of this new word amid a lexical field highly valued by historians: among the ideas of homeland, nation, and “me ufano” (sentiment of pride in one's country).
Descrição
Idioma
Português
Como citar
RUOCCO, Andrea Ramon. Os usos de brasilidade ou a história de um conceito identitário. Orientadora: Virginia Célia Camilotti. 2024. 217 f. Doutorado em História – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Franca, 2024.