Tolerância de cultivares de banana ao estresse por frio no campo

Abstract

A bananeira é sensível aos danos causados pelo frio, manifestando sintomas prejudiciais em temperaturas inferiores a 12°C. Para mitigar os danos aos frutos, os produtores frequentemente adotam, no outono e inverno, a técnica de ensacamento do cacho. No entanto, essa prática cultural nem sempre é suficiente. Supõe-se, portanto, que a forma mais eficaz de prevenir o estresse causado pelo frio seja por meio da tolerância varietal. O objetivo do presente estudo foi avaliar a tolerância de frutos da cultivar BRS Princesa (AAAB) ao estresse por frio em pré-colheita, em relação a frutos de cultivares ‘Prata’ (AAB) e ‘Nanica’ (AAA). Foram coletados frutos de plantas que receberam os mesmos cuidados culturais, provenientes da 4ª penca do cacho, no final do inverno (com estresse por frio) e no final do verão (sem estresse por frio). Os frutos foram lavados em água corrente e submetidos ao delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 2, três cultivares e frutos formados em duas condições, no outono/inverno (com estresse por frio) e frutos formados no verão (sem estresse por frio). A condição de armazenamento foi temperatura constante de 25±2°C. Foram realizadas leituras de cor na região equatorial dos frutos, utilizando um colorímetro equipado com um sistema de medida CR-300 e fonte de luz D65. A cor foi registrada usando a escala CIE L*, a* e b*, e os parâmetros ângulo hue (hº) e cromaticidade (C*) foram calculados. As cultivares apresentaram diferentes respostas ao estresse pelo frio, sendo que a BRS Princesa exibiu tolerância ao frio no campo superior a cultivar Nanica e inferior ao cultivar Prata, após sucessivas exposições à temperatura de estresse durante a formação do fruto de no mínimo 8,6°C. Independente do grau de tolerância ao frio, as cultivares, de um modo geral exibiram redução das variáveis de coloração das casca no inverno comparado com o verão (L*, C* e h° ), indicando perda de qualidade visual.

A banana tree is sensitive to cold damage, manifesting harmful symptoms at temperatures below 12°C. To mitigate fruit damage, producers often adopt the technique of bagging the bunch in autumn and winter. However, this cultural practice is not always sufficient. It is therefore assumed that the most effective way to prevent cold stress is through varietal tolerance. The objective of the present study was to evaluate the tolerance of fruits from the BRS Princesa cultivar (AAAB) to cold stress in pre-harvest, compared to fruits from 'Prata' (AAB) and 'Nanica' (AAA) cultivars. Fruits from plants that received the same cultural care were collected from the 4th hand of the bunch, at the end of winter (with cold stress) and at the end of summer (without cold stress). The fruits were washed in running water and subjected to a completely randomized experimental design, in a 3 x 2 factorial scheme, three cultivars and fruits formed under two conditions, in autumn/winter (with cold stress) and fruits formed in summer (without cold stress). The storage condition was a constant temperature of 25±2°C. Readings were taken on the equatorial region of the fruits, using a colorimeter equipped with a CR-300 measurement system and D65 light source. The color was recorded using the CIE L*, a* and b* scale, and the hue angle (hº) and chromaticity (C*) parameters were calculated. The cultivars showed different responses to cold stress. BRS Princesa exhibiting higher cold tolerance in the field than the Nanica and lower than the Prata, after successive exposures to a stress temperature during fruit formation of at least 8.6° C. Regardless of the degree of cold tolerance, the cultivars exhibited a reduction in peel color variables in winter compared to summer (L*, C* and h°), reducing loss of visual quality.