Uso de opioides contínuo em UTI neonatal terciária: estudo de série de casos
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Data
2022-08-22
Autores
Orientador
Bentlin, Maria Regina
Coorientador
Pós-graduação
Medicina (mestrado profissional) - FMB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Introdução: A necessidade de controle da dor em recém-nascidos (RN) criticamente doentes tem levado ao uso mais liberal de opioides, aumentando a preocupação com a síndrome de abstinência iatrogênica (SAI). Objetivos: Determinar a incidência do uso contínuo de opioides e da SAI em RN internados na UTI Neonatal (UTIN); descrever o perfil desses RN; identificar qual o critério utilizado para diagnóstico da SAI. Métodos: Estudo longitudinal, retrospectivo, na UTIN do HC FMB UNESP, entre janeiro de 2015 a dezembro de 2016, após aprovação do comitê de ética. Foram incluídos RN internados na UTI, independente de peso de nascimento, idade gestacional e local de nascimento, que receberam opioides endovenoso contínuo, por ao menos 24 horas. A amostra foi de 39 RN que preencheram critérios de inclusão. Foram estudadas variáveis maternas, do parto, dos RN e dados da analgesia que foram comparados entre RN com e sem SAI. A estatística foi descritiva com comparação de grupos por testes paramétricos e não paramétricos, com significância de 5%. Resultados: No período foram admitidos na UTIN 620 RN e destes, 39 (6,3%) fizeram uso de opioides contínuo, que em 95% dos casos foi o fentanil. Houve uso concomitante de midazolam em 66% dos casos. A SAI ocorreu em 4 RN (10,2%) e não foram encontrados no prontuário os critérios utilizados para o seu diagnóstico. A maioria dos RN eram prematuros, de baixo peso ao nascer, portadores de malformações congênitas, submetidos a procedimentos cirúrgicos. Dentre os 4RN que apresentaram SAI, 50% eram cirúrgicos, um deles usou morfina e os demais utilizaram fentanil e todos fizeram uso de midazolam por mais de uma semana, com necessidade de aumento da dose, e com retirada rápida, menor de 5 dias. O tratamento farmacológico com metadona ocorreu em metade dos casos. Conclusões: O uso de opioides contínuo foi baixo, mas a incidência de SAI foi alta, embora esse dado ainda possa estar subdiagnosticado pela falta de critérios diagnósticos objetivos registrados no prontuario. A maioria dos RN foram prematuros, de baixo peso ao nascer, malfomados e submetidos a cirurgia. Entre os abstinentes, o uso de opioide foi prolongado, com necessidade de aumento de dose, uso concomitante de midazolan e retirada não gradual. Protocolo de diagnóstico e tratamento de SAI se faz urgente e necessário.
Resumo (inglês)
Introduction: The need for pain control in critically ill newborns (NB) has resulted in a more liberal use of opioids, increasing concern about the iatrogenic withdrawal syndrome (IWS). Objectives: To determine the incidence of continuous use of opioids and IWS in NB admitted to the Neonatal Intensive Care Unit (NICU); describe the characteristics of these NB; identify the criteria used for the IWS diagnosis. Methods: A longitudinal, retrospective study at the NICU of Clinics Hospital UNESP, between January 2015 and December 2016, after approval by the ethics committee. NB admitted to the NICU were included when they received continuous intravenous opioids for at least 24 hours, regardless of birth weight, gestational age and place of birth. The sample consisted of 39 NB who met the inclusion criteria. Maternal, childbirth, newborn variables and analgesia data were studied, which were compared between NB with and without IWS. The statistical analysis was descriptive with comparison between groups by parametric and non-parametric tests, with 5% of significance. Results: During the period, 620 NB were admitted to the NICU and of these, 39 (6.3%) used continuous intravenous opioids, which in 95% of the cases was fentanyl. There was concomitant use of midazolam in 66% of cases. IWS occurred in 4 NB (10.2%) and the criteria used for its diagnosis were not found in the medical records. Most NB were premature, with low birth weight, congenital malformations, undergoing surgical procedures. Among the 4NB with IWS, 50% were surgical, one of then used morfin and the others fentanyl, all of them used and midazolam for more than a week, requiring an increase in the dosage, and with a non-gradual withdrawal, less than 5 days. Pharmacological treatment with methadone occurred in half of them. Conclusions: The continuous intravenous use of opioids was low, but the incidence of IWS was high, although this data can be underdiagnosed by the lack of objective diagnostic criteria in the medical record. Most NB were premature, low birth weight, with malformations and underwent surgery. Among the abstinent, opioid use was prolonged, requiring dosage increase, concomitant use of midazolam and non-gradual withdrawal. Protocol for the diagnosis and treatment of IWS is urgent and necessary.
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Idioma
Português