O mercado ilícito de ópio e a guerra estadunidense no Afeganistão (2001-2021)

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Data

2022-12-13

Orientador

Pereira, Paulo José dos Reis

Coorientador

Pós-graduação

Relações Internacionais (UNESP - UNICAMP - PUC-SP) - IPPRI

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O presente trabalho tem o objetivo de analisar o papel do mercado ilícito de ópio na evolução do processo de invasão das forças da OTAN ao Afeganistão a partir de 2001. Apesar de ser considerado o maior produtor ilícito de ópio do mundo desde 1998, a produção afegã ganhou relevância na agenda internacional em um contexto de Guerra Global ao Terror após os ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos. De modo mais específico, quando o cultivo de papoula para produção de ópio passou a ser considerado um meio para o financiamento da jihad talibã. EUA e Reino Unido, endossados pela UNODC, foram os principais responsáveis pelo estabelecimento de tal causalidade. A partir das contribuições da literatura sobre a Economia Política dos Conflitos aplicadas à guerra estadunidense no Afeganistão foi possível problematizar esta associação e responder à pergunta de pesquisa, qual seja, de que forma a orientação proibicionista em relação à produção de ópio contribuiu para o aprofundamento da insegurança no país? Para além de financiar as ações dos atores beligerantes, o empreendimento de campanhas de erradicação da papoula em um contexto de ausência de meios de subsistência alternativos afastou a população do governo afegão arquitetado em Bonn e aproximou-os de figuras de poder paralelas, sejam elas insurgentes ou senhores da guerra. Nesse sentido, o fato de o ópio ser um elemento importante nas dinâmicas de poder no país permitiu apreender que o proibicionismo, cristalizado nas campanhas de erradicação e nas operações de interdição, contribuiu para acelerar a retomada do processo histórico de empoderamento da periferia-rural em relação ao centro-urbano no Afeganistão.

Resumo (inglês)

This work aims to analyze the role of the illicit opium market in the evolution of the process of invasion in Afghanistan in 2001 by NATO forces. Despite being considered the largest illicit opium producer in the world since 1998, Afghan production has gained relevance on the international agenda in a context of the Global War on Terror following the September 11, 2001, attacks on the United States. More specifically when opium poppy production came to be considered a means of financing Taliban jihad. The US and UK, endorsed by UNODC, were primarily responsible for establishing such causality. From the contributions of the literature on the Political Economy of Conflicts applied to the US war in Afghanistan, it was possible to problematize this association and answer the research question, that is, how the prohibitionist orientation in relation to the opium production contributed to the deepening of the insecurity in the country? In addition to funding the actions of the belligerent actors, the undertaking of poppy eradication campaigns in a context of lack of alternative livelihoods distanced the population from the Afghan government engineered in Bonn and brought them closer to parallel power figures, be they insurgents or warlords. In this sense, the fact that opium is an important element in the dynamics of power in the country made it possible to understand that prohibitionism, crystallized in eradication campaigns and in interdiction operations, contributed to accelerating the resumption of the historic process of empowerment of the rural periphery in relation to the urban center in Afghanistan.

Resumo (espanhol)

El presente trabajo tiene como objetivo analizar el papel del mercado ilícito de opio en la evolución del proceso de invasión de las fuerzas de la OTAN en Afganistán a partir de 2001. A pesar de ser considerado el mayor productor de opio ilícito del mundo desde 1998, la producción afgana cobró relevancia en la agenda internacional en el contexto de la Guerra Global contra el Terror después de los ataques del 11 de septiembre de 2001 en los Estados Unidos. Más específicamente, cuando el cultivo de amapola para la producción de opio pasó a ser considerado un medio para financiar la yihad talibán. Estados Unidos y el Reino Unido, respaldados por la UNODC, fueron los principales responsables de establecer dicha causalidad. A partir de los aportes de la literatura sobre la Economía Política de los Conflictos aplicada a la guerra de EE. UU. en Afganistán, fue posible problematizar esta asociación y responder a la pregunta de investigación, es decir, ¿cómo la orientación prohibicionista en relación con la producción de opio contribuyó a la profundización de la inseguridad en el país? Además de financiar las acciones de los actores beligerantes, la realización de campañas de erradicación de la amapola en un contexto de falta de medios de vida alternativos alejó a la población del gobierno afgano diseñado en Bonn y la acercó a figuras de poder paralelas, ya fueran insurgentes o señores de la guerra. En ese sentido, el hecho de que el opio sea un elemento importante en la dinámica de poder en el país permitió comprender que el prohibicionismo, cristalizado en campañas de erradicación y en operativos de interdicción, contribuyó a acelerar la reanudación del proceso histórico de empoderamiento de la periferia rural en relación con el centro urbano en Afganistán.

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Português

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