Promovendo saúde bucal em pacientes politraumatizados: reduzindo complicações pós-cirúrgicas

Abstract

As fraturas faciais têm um grande impacto social e financeiro para o sistema de saúde público. Os objetivos desse tratamento incluem o reparo ósseo, basicamente, através da fixação interna estável da fratura. Um dos acessos mais utilizados para isso são os acessos vestibulares maxilar e/ou mandibular. A presença de biofilme bucal representa um alto risco de infecção e um método básico, eficiente e acessível para o controle bacteriano da cavidade bucal é a higiene bucal correta. Portanto, o objetivo deste estudo prospectivo foi avaliar se a orientação/supervisão de higiene bucal exerce influência no reparo tecidual de pacientes submetidos a acessos cirúrgicos intrabucais nas fraturas maxilofaciais. Um total de 57 pacientes provenientes da Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba, foram divididos de forma randômica em três grupos: Grupo 1 – Pacientes que receberam orientação de higiene oral básica do grupo hospitalar; Grupo 2 – Pacientes que receberam orientação de higiene oral minuciosa, com uso de macromodelos e receberam kit de higiene bucal; Grupo 3 – Pacientes que receberam orientação de higiene oral minuciosa, com uso de macromodelos, receberam kit de higiene bucal e foram supervisionados durante a primeira higiene oral. Os dados demográficos e em relação as complicações no pós-operatório de 01, 02, 07 e 14 dias foram analisados pelo teste estatístico Qui-quadrado, considerando p<0,05. As maiores prevalências dos traumas faciais e suas características foram notadas nos indivíduos do sexo masculino, leucoderma, na faixa etária entre 21 e 30 anos de idade, com 0 a 3 dias de internação; ocasionados pelo Acidente de trânsito. A maior parte com dentição completa, localizados em parassínfise e corpo mandíbular (p<0,05) Nos 1º e 2º dia, os dados da cicatrização não apresentaram diferença significativa entre os grupos para inflamação e deiscência (p>0,05). A deiscência foi maior no grupo 1; A drenagem foi menor no grupo 3. E a exposição de placa foi maior no grupo 1 (p<0,05). No 7º dia, a maior inflamação para o grupo 2; Menor deisência para o grupo 3. Menor drenagem para o grupo 1. E menor exposição de placa para os grupos 2 e 3 (p<0,05). No 14º dia, a maior prevalência de inflamação e deiscência para o grupo 1; Menor deiscência para o grupo 3. Menor drenagem e exposição para os grupos 2 e 3. E o número de pacientes que tiveram complicação por grupo: 8 no grupo 1 e 2, e 5 no grupo 3. Sendo assim, a educação de higiene oral e oferta do kit de higiene foi relevante para o nivel de contaminação da ferida cirúrgica e consequentemente na qualidade e tempo da cicatrização.

Facial fractures have a major social and financial impact on the public health system. The objectives of this treatment include bone repair, basically through stable internal fixation of the fracture. One of the most used accesses for this are the maxillary and/or mandibular vestibular accesses. The presence of oral biofilm represents a high risk of infection and a basic, efficient and accessible method for bacterial control of the oral cavity is proper oral hygiene. Therefore, the objective of this prospective study was to evaluate whether oral hygiene guidance/supervision influences tissue repair in patients undergoing intraoral surgical accesses for maxillofacial fractures. A total of 60 patients from Santa Casa de Misericordia de Araçatuba were randomly divided into three groups: Group 1 - Patients who received basic oral hygiene guidance from the hospital group; Group 2 - Patients who received detailed oral hygiene guidance, using macromodels and received an oral hygiene kit; Group 3 - Patients who received detailed oral hygiene guidance, using macromodels, received an oral hygiene kit and were supervised during the first oral hygiene. Demographic data and data regarding complications in the postoperative period of 01, 02, 07 and 14 days were analyzed by the Chi-square statistical test, considering p < 0.05. The highest prevalence of facial traumas and their characteristics were noted in male individuals, leucoderma, in the age range between 21 and 30 years old, with 0 to 3 days of hospitalization; caused by traffic accidents. Most with complete dentition, located in parasymphysis and mandibular body (p<0.05). On the 1st and 2nd day, the healing data showed no significant difference between the groups for inflammation and dehiscence (p>0.05). Dehiscence was greater in group 1; Drainage was less in group 3. And plaque exposure was greater in group 1 (p<0.05). On the 7th day, the greatest inflammation for group 2; Less dehiscence for group 3. Less drainage for group 1. And less plaque exposure for groups 2 and 3 (p<0.05). On the 14th day, the highest prevalence of inflammation and dehiscence for group 1; Less dehiscence for group 3. Less drainage and exposure for groups 2 and 3. And the number of patients who had complications per group: 8 in groups 1 and 2, and 5 in group 3. Therefore, oral hygiene education and provision of the hygiene kit were relevant to the level of contamination of the surgical wound and consequently to the quality and time of healing.