O amor radioso em Corpo; Amar se aprende amando; O amor natural e Farewell de Carlos Drummond de Andrade.
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Data
2021-09-30
Autores
Orientador
Borsato, Fabiane Renata
Coorientador
Pós-graduação
Estudos Literários - FCLAR
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
A produção poética de Carlos Drummond de Andrade tem início na década de 20 e se estende até as últimas décadas do século XX, estando nela presente a diversificação temática e formal. Embora o poeta seja amplamente conhecido por sua poesia de viés social, por seu gauchismo, e por tematizar o “mundo caduco”, também dedicara expressivo número de poemas ao amor, temática tão presente na literatura universal. O conjunto da obra do poeta permite reconhecer que o amor drummondiano apresenta diversas faces. Em uma delas, o amor está sujeito aos desajustes mundanos, às imperfeições, aos desencontros e desencantos impostos pela existência em um mundo desigual e injusto. Em outra face, o amor supera os problemas contingenciais e aparece como sentimento capaz de se revelar autossuficiente ao superar, momentaneamente, as agruras do mundo. Essa é uma face do amor não predominante nas obras de Drummond, mas que contrasta com o amor da desilusão, sentimento-mercadoria cantado por eus poéticos inquietos e críticos em relação ao “mundo caduco”. Nesta pesquisa, serão analisados poemas que apresentam o amor como sentimento de superação, de encanto, não que o mundo desajustado ou que o eu-gauche tenha deixado de existir, eles continuam presentes, mas o amor é capaz de superá-los por um átimo, aquele em que a voz poética apreende a face positiva de amar. Alguns poemas das últimas quatro obras apresentam tais marcas. Foram selecionados poemas de Corpo; Amar se aprende amando; O amor natural e Farewell. Neles, o amor conduz os amantes à sensação de felicidade perene, ou o próprio amor se dissocia dos homens e revela sua superioridade. São poemas em que a representação amorosa dialoga com o amor petrarquiano, ou camoniano, promovendo algumas equivalências entre amor, poesia e fazer poético.
Resumo (inglês)
Carlos Drummond de Andrade’s poetic creation begins in the 1920’s and it is prolonged to the last decades of the 20th century, presenting formal and thematical diversifications. Despite the fact that the poet is widely known by his social-themed poetry, by his gauchismo, and by thematizing a “caducous world”, he had also composed an expressive number of love poems, a theme commonly featured on the world literature. The poet's work allows us to recognize that Drummond’s love presents several faces. In one of them, love is subjected to mundane misalignments, to imperfections, to the fortuity and disenchantment of existence in an inequal and unfair world. In another of the faces, love overcomes the contingencial problems and appears as a feeling capable of self-sufficiency when overcoming, momentarily, the hardships of the world. This is a non-predominant face on Drummond’s poems, but it contrasts with the love of disillusion, merchandise feeling chanted by poetic personae who are restless and critical about the “caducous world”. In this research, there will be analyzed poems that represent love as a surpassing and enchantment feeling, not that the unadjusted world or gauche-self have ceased to exist, as they remain present, but love can overcome both for an instant, in which the poetic voice apprehends the positive face of loving. Some poems from his last four books present such characteristics: Corpo; Amar se aprende amando; O amor natural and Farewell. In these poems, love conducts the lovers to the feeling of a perennial happiness, or love itself takes distance from men revealing its superiority. These are poems in which love representation dialogues with the Petrarca’s or Camões’ love, promoting an equivalent relation among love, poetry and the poetic process.
Descrição
Idioma
Português