Efeitos da compressão isquêmica e da terapia por ondas de choque na dor e na amplitude de movimento em atletas com pontos gatilhos miofasciais no tríceps sural: um ensaio clínico randomizado

Abstract

Introdução: A atividade esportiva expõe o músculo a condições propícias à formação de Ponto Gatilho Miofascial (PGM), o qual é definido como um ponto hiperirritável localizado em uma banda muscular tensa e que pode ocasionar dor e, limitação na amplitude de movimento (ADM). Estudos recentes apontam que tanto a Terapia por Ondas de Choque (TOC) quanto a Compressão Isquêmica (CI) são mais eficazes no combate à dor quando comparados às técnicas invasivas de tratamento dos PGM. Contudo, ainda é necessário maior número de pesquisas a fim de obter o melhor método de tratamento para os PGM, visando a melhora da ADM e da dor, a fim de potencializar a performance dos atletas e consequentemente diminuir os riscos de lesão nessa população. O objetivo do estudo foi verificar os efeitos da CI e da TOC nos PGM nos parâmetros de ADM angular da dorsiflexão e no limiar de dor por pressão e comparar os resultados das duas terapias. Método: A amostra foi composta por 59 atletas, de elite a recreativos, de diversas modalidades, com média de 23,15 ±4,80 anos e de ambos os sexos que apresentaram PGM no gastrocnêmio. Foi realizada uma anamnese e avaliação para a comprovação da presença de PGM por meio de palpação. Também foi realizada a avaliação do limiar de dor por algometria; da amplitude de dorsiflexão de tornozelo pelo Weight-Bearing Lunge Test e o aplicativo Clinometer®. Posteriormente, para intervenção, os participantes foram divididos aleatoriamente em Grupo Compressão Isquêmica (GCI) que foi submetido a dígito pressão sobre os pontos; e Grupo Terapia Ondas de Choque (GTOC) com a aplicação de 2000 disparos em cada ponto a 10Hz e uma densidade de fluxo de energia de 60 mJ/mm2 sobre os PGM. As avaliações ocorreram em três momentos: basal (T0); imediatamente após intervenção (T1) e após 48 horas (T2). A análise dos dados foi realizada pelo software SPSS, versão 22.0 (SPSS Inc, Chicago, IL), após confirmação da normalidade na distribuição dos dados e homogeneidade das variâncias, foi selecionado o teste ANOVA de medidas repetidas. Resultados: Não houve diferenças estatísticas para as variáveis de limiar de dor por pressão e ADM de dorsiflexão do tornozelo em ambos os grupos. Conclusão: Ambas as técnicas não apresentaram efeito a curto prazo no limiar de dor e da ADM.

Introduction: Sports activity exposes the muscle to conditions conducive to the formation of Myofascial Trigger Point (MTrPs) is frequent, which is defined as a hyperirritable point located in a tense muscle band and which can cause pain and limitation in range of motion (ROM). Recent studies indicate that both Shock Wave Therapy (TOC) and Ischemic Compression (IC) are more effective in combating pain when compared to invasive MTrPs treatment techniques. However, more research is still necessary in order to obtain the best treatment method for MTrPs, aiming to improve ROM and pain, in order to enhance athletes' performance and consequently reduce the risk of injury in this population. The objective of the study was to verify the effects of IC and TOC in MTrPs on dorsiflexion angular ROM parameters and pressure pain threshold and compare the results of the two therapies. Method: The sample consisted of 59 athletes, elite and competitive, from different modalities, age of 23,15 ± 4,80 years, and of both genders who present MTrPs in the gastrocnemius. An anamnesis was carried out followed by the evaluation protocol to prove the presence of MTrPs through palpation. Pain threshold assessment by algometry was also performed; ankle dorsiflexion range using the Weight-Bearing Lunge Test and the Clinometer® application. Subsequently, for intervention, participants were randomly divided into the Ischemic Compression Group (ICG), which were subjected to digital pressure only once at each point; and Shockwave Therapy Group (GTOC) with the application of 2000 shots at each point at 10Hz and an energy flow density of 60 mJ/mm2 on the MTrPs. Assessments take place at three moments: baseline (T0); immediately after intervention (T1) and after 48 hours (T2). Data analysis was performed using the SPSS software, version 22.0 (SPSS Inc, Chicago, IL). After confirmation of normality in data distribution and homogeneity of variances, two-way ANOVA with the Bonferroni test was selected. Results: There were no statistical differences for pressure pain threshold and ankle dorsiflexion ROM in both groups. Conclusion: Both techniques did not have a short-term effect on pain threshold and ROM.