Eficácia e segurança dos antiangiogênicos no tratamento da retinopatia da prematuridade : revisão sistemática e metanálise

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Data

2018-07-25

Orientador

Jorge, Eliane Chaves

Coorientador

Pós-graduação

Medicina (mestrado profissional) - FMB

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (inglês)

Background: The standard treatment of retinopathy of prematurity (ROP) is the ablation of the avascular retina with laser or cryotherapy. However, this therapy may leave permanent structural and visual sequelae and may not be effective in cases of posterior and aggressive ROP. Vascular endothelial growth factor (VEGF) is involved in the pathogenesis of ROP, and antiangiogenic therapy is an option in cases of failure of standard treatment. The potential adverse effects of the use of antiangiogenic drugs in preterm neonates and the lack of concrete evidence on the efficacy of these drugs justify a systematic review of the literature. Objective: To evaluate the efficacy and safety of antiangiogenic therapy, when compared with laser photocoagulation, cryotherapy or combination therapy, in the treatment of ROP. Method: A systematic review of the literature was conducted using the Cochrane collaboration methodology and electronic search platforms to identify studies using antiangiogenic drugs in the treatment of ROP. The quality of the evidence was evaluated by the GRADE system (Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation). Results: Twelve studies were included in this review (six randomized controlled trials - RCTs and six non-randomized observational studies), including 677 preterm infants. Through the meta-analyzes, there was a statistical difference benefiting anti-VEGF therapy in the occurrence of progression to retinal detachment (RR 0.14 [95% CI 0.05, 0.38] p = 0.0001, I2 = 0%) and myopia occurrence (Weighted mean difference 0.25 [95% CI 0.14, 0.37] p <0.0001, I2 = 76%). At the end of ROP recurrence, there was a statistical difference benefiting the laser (RR 1.88 [95% CI 1.34, 2.63], p = 0.0003, I2 = 82%). There was, however, no difference between the anti-VEGF therapy and the laser in the occurrence of ocular complications (RR 0.84 [95% CI 0.34, 2.08] p = 0.71, I2 = 0%). In the subgroup analysis, in the comparison between the ROP involvement zones, the anti-VEGF presented a lower risk of recurrence requiring retreatment than the laser in premature infants with zone I ROP (RR 0.23 [95% CI 0.11, 0.49] p = 0.0001, I2 = 61%).The quality of the GRADE evidence varied from very low to low. Conclusions: There is evidence that anti-VEGF therapy, used as monotherapy, when compared to laser, reduces the risk of progression to retinal detachment, the occurrence of myopia, and the risk of recurrence of ROP in preterm infants with the disease in zone I.However, there is still a lack of quality evidence to attest to the safety of therapy, especially regarding potential systemic effects in preterm infants.

Resumo (português)

Introdução: O tratamento padrão da retinopatia da prematuridade (ROP) é a ablação da retina avascular com laser ou crioterapia. No entanto, esta terapia pode deixar sequelas estruturais e visuais permanentes e não ser efetiva em casos de ROP posterior e agressiva. O fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) está envolvido na patogênese da ROP e a terapia antiangiogênica é opção nos casos de falha do tratamento padrão. Os potenciais efeitos adversos com o uso de antiangiogênicos em neonatos prematuros e a falta de evidências concretas sobre a eficácia destas drogas justifica uma revisão sistemática da literatura. Objetivo: Avaliar a eficácia e a segurança da terapia antiangiogênica, quando comparada com fotocoagulação a laser, crioterapia ou terapia combinada, no tratamento da ROP. Método: Uma revisão sistemática da literatura foi realizada, utilizando a metodologia da colaboração Cochrane e plataformas eletrônicas de busca para identificar estudos utilizando drogas antiangiogênicas no tratamento da ROP. A qualidade da evidência foi avaliada pelo sistema GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). Resultados: Doze estudos foram incluídos nesta revisão (seis ensaios clínicos randomizados e seis estudos observacionais não randomizados), incluindo 677 recém-nascidos pré-termo (1288 olhos). Pelas metanálises, houve diferença estatística beneficiando a terapia anti-VEGF na ocorrência de progressão para descolamento de retina (RR 0.14 [IC 95% 0.05, 0.38] p=0.0001, I2 = 0%) e ocorrência de miopia ( Diferença de média ponderada 0.25 [IC 95% 0.14, 0.37] p<0.0001, I2 = 76%). No desfecho recorrência de ROP houve diferença estatística beneficiando o laser (RR 1.88 [IC 95% 1.34, 2.63] p=0.0003, I2 = 82%). Não houve porém, diferença entre a terapia anti-VEGF e o laser quanto à ocorrência de complicações oculares (RR 0.84 [IC 95% 0.34, 2.08] p=0.71, I2 = 0%). Na análise de sub grupo, na comparação entre as zonas de acometimento da ROP, o anti-VEGF apresentou menor risco de recorrência exigindo retratamento que o laser, em prematuros com ROP em zona I (RR 0.23 [IC 95% 0.11, 0.49] p=0.0001, I2 = 61%). A qualidade da evidência pelo GRADE variou de muito baixa a baixa. Conclusões: Há evidências de que a terapia anti-VEGF, usada como monoterapia, quando comparada ao laser, reduz o risco de progressão para descolamento de retina, a ocorrência de miopia e o risco de recorrência de ROP em prematuros com doença na zona I. No entanto, ainda faltam evidências de qualidade que permitam atestar a segurança da terapia, especialmente quanto aos potenciais efeitos sistêmicos em prematuros. Palavras-chave: Retinopatia da Prematuridade, antiangiogênicos, metanálise.

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Português

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