Processos psíquicos subjacentes à vocação: uma abordagem psicanalítica freudiana ao tema da escolha profissional

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Data

2016-06-23

Orientador

Hashimoto, Francisco

Coorientador

Pós-graduação

Psicologia - FCLAS

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O presente trabalho de cunho teórico consistiu em estudar os processos psíquicos que subjazem à vocação, àquilo que ‘chama’ o indivíduo a uma ação, no caso mais específico do uso deste termo na esfera do trabalho, aos elementos que conduzem o indivíduo à escolha de uma profissão/ ocupação, mas não uma qualquer dentre tantas e sim aquela que ele entende preencher os requisitos de um papel que foi chamado a cumprir. Com tal meta, nos ancoramos nas teses psicanalíticas freudianas com vistas a descortinar os mecanismos que permeiam o processamento psíquico que redunda no que convencionalmente descrevemos como vocação. Elencamos os conceitos fundamentais de teoria psicanalítica freudiana que, entendemos, encontram-se envolvidos na noção de vocação, quais sejam: a sobredeterminação, a noção de objeto, a escolha do objeto e da neurose, a identificação, o ideal do Eu e o Supereu. Tratamos destes assentamentos teóricos a partir da metapsicologia freudiana, na medida do possível, com vistas a extrairmos o máximo de compreensão do funcionamento do aparato anímico que conduz/produz à emergência da vocação. Assim, discutimos a noção de vocação como um processo psíquico sustentado em aspectos topológicos, dinâmicos e econômicos. A vocação, numa concepção psicanalítica, pode ser entendida como um chamado do Supereu para que o Eu empreenda atividades por meio das quais se possa granjear alguma forma de satisfação, mesmo que paliativa. Essa compreensão de que o indivíduo constitui a vocação, que pode conduzir à escolha profissional, a partir dos elementos que forjam o aparelho psíquico, portanto, as figuras do entorno deste indivíduo desde o princípio da vida, dentre as quais destacamos os entes parentais, é acrescida com as premissas da transmissão psíquica entre gerações. A transgeracionalidade permite-nos vislumbrar o legado deixado para o indivíduo pelas gerações antecessoras, em especial pela constituição de um ideal do Eu familiar que norteará os projetos de vida de cada um dos membros do grupo familiar. Assim, para além de pensar a vocação como uma noção enlaçada ao trâmite entre pai, mãe e filho, estendemos estes determinantes como provenientes dos antepassados que, de geração a geração, promovem projetos de vida a cumprir, balizando inclusive as escolhas profissionais/ocupacionais de modo a propiciar um senso de identidade familiar e o sentimento de pertença que demarca seus membros.

Resumo (inglês)

The present theoretical-style paper consisted of a study on the psychic processes that are implied in vocation; in what “calls” the individual into an action, concerning specifically the usage of this expression in the work field; in the elements that lead the individual to a professional/occupational choice, not any choice among many, but the one that they understand fulfilling the requirements of a role they were called to accomplish. Having this objective, we based upon the Freudian psychoanalytical thesis, aiming at uncovering the mechanisms that permeate the psychic processing resulting in what we conventionally call vocation. We listed the fundamental concepts of Freudian psychoanalytical theory that, as we understand, are found involved with the notion of vocation, that are: overdetermination, notion of object, object choice and neurosis, identification, the ideal of Ego and Superego. We treated those theoretical settlements from the Freudian metapsychology, as far as possible, aiming at extracting utmost comprehension of the psychic apparatus’ functioning that leads to/produces the emerging of vocation. Thereby, we discuss the vocation notion as a psychical process supported by topographical, dynamical and economical aspects. Vocation, in a psychoanalytical conception, can be understood as a call from the Superego so that the Ego undertakes activities by which it can obtain some kind of satisfaction, even if palliative. This conception that the individual constitutes the vocation, that can lead to professional choice, from the elements which shape the psychic apparatus, therefore, the surrounding figures of this individual since beginning of life, such as parental entities, is added to the premises of psychic transmission between generations. Transgenerationality permits us to glimpse at the legacy left to the individual by preceding generations, especially by the continuation of an ideal of the familial Ego that will guide the life projects of each member of the familial group. Thus, beyond thinking vocation as a notion connected to the process between father, mother and son, we extend these determinants as originating from the ancestors, who, generation to generation, promote life projects to accomplish, limiting including the professional/occupational choices in such a way to provide a sense of familial identity and the feeling of belonging that delimitates their members.

Resumo (francês)

Ce travail théorique consiste dans l’étude des processus psychiques qui sont sous-jacents à la vocation, ce qui “appelle” l’individu à une action, dans le cas plus spécifique de l’usage de ce terme dans l’univers du travail, aux éléments qui conduisent l’individu au choix d’une profession / occupation. Pas une profession quelconque, mais celle qu’il comprend remplir les conditions requises d’un rôle à qui il a été appelé à accomplir. Avec cet objectif, nous nous appuyons sur des thèses psychanalytiques freudiennes visant à déceler les mécanismes qui traversent le processus psychique qui conduit à ce que nous décrivons conventionnellement comme vocation. Nous listons les concepts fondamentaux de la théorie psychanalytique freudienne qui, comme nous l’entendons, se trouvent impliqués dans la notion de vocation, soit : la surdétermination, la notion d’objet, le choix de l’objet et de la névrose, l’identification, l’idéal du Moi et le Surmoi. Nous abordons ces définitions théoriques à partir de la métapsychologie freudienne, autant que faire se peut, visant le dégagement maximal de la compréhension du fonctionnement de l’appareil animique qui conduit / produit à l’émergence de la vocation. Par conséquent, nous discutons la notion de vocation comme un processus psychique soutenu dans des aspects topographiques, dynamiques et économiques. La vocation, dans une conception psychanalytique, peut être comprise comme un appel du Surmoi pour que le Moi entreprenne des activités à travers lesquelles il peut remporter quelque satisfaction, même qu’apaisante. À cette compréhension de que l’individu constitue la vocation qui peut conduire au choix professionnel à partir des éléments qui forgent l’appareil psychique, par conséquent, les personnages de l’entourage de cet individu depuis le principe de sa vie, parmi lesquels on peut souligner les parentes, il y est ajouté les postulats de la transmission psychique entre les générations. La transgénérationnalité nous permet d’entrevoir l’héritage laissé à l’individu par les générations précédentes, surtout par la constitution d’un idéal du Moi familial. Ainsi, au-delà de penser la vocation comme une notion entassée à la démarche entre père, mère et enfant, nous élargissons ces déterminants comme provenant des ancêtres qui, de génération à génération, instituent des projets de vie à exécuter, en balisant aussi les choix professionnels / occupationnels de manière à fournir un sens d’identité familiale et le sentiment d’appartenance qui caractérise leurs membres.

Descrição

Idioma

Português

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