Violência sexual contra crianças: vivências de professores na Educação Infantil à luz da compreensão fenomenológica
Carregando...
Data
2024-08-27
Autores
Orientador
Bruns, Maria Alves de Toledo
Coorientador
Pós-graduação
Educação Sexual - FCLAR
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Como os professores lidam com o fenômeno da Violência Sexual contra Crianças (VSC) no cotidiano escolar? Nosso objetivo foi compreender as vivências dos professores na Educação Infantil de uma escola do município de São Carlos quanto ao enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças (VSC), de 0 a 5 anos e 11 meses de idade, por meio da metodologia fenomenológica, centrada no ponto de vista de Mauro Martins Amatuzzi. A coleta desses relatos por intermédio da entrevista fenomenológica permitiu o acesso ao mundo vida vivenciado por seis colaboradoras a partir da questão norteadora: Relate a sua história pessoal como professora sobre o enfrentamento do abuso sexual infantil no magistério desde o início da sua carreira. Os discursos foram analisados e as seguintes categorias foram destacadas a partir da construção das unidades de significados: (1). Nos horizontes da formação pedagógica; (2). O olhar do que é a criança violentada; (3). Nos horizontes da prática pedagógicas e os variados sentimentos; e (4). Os desafios desvelados do fazer docente. As análises compreensivas dos relatos propiciaram desvelar a unanimidade da falta de preparo das nossas colaboradoras ao enfrentamento do VSC e as práticas pedagógicas. Com o levantamento dos dados, foi possível compreender que nenhuma professora possui formação com vestes para a sexualidade ou VSC. Na questão da concepção sobre a criança e a escola, as percepções convergem e demostram existir princípios pedagógicos entre a rigidez/tradicionalismo e a criticidade histórica. O perfil de crianças violentadas é citado por duas colaboradoras que enquadram a menina, pobre e negra, como representação do perfil mais vulnerável. Aponta-se que, apesar da falta de preparo citado pelos professores, há uma tentativa de orientação frente à sexualidade e àa VSC, fazendo uso de rodas de conversa, músicas e literatura para habilidades autoprotetivas. Os principais desafios indicados que permeiam o fazer pedagógico baseiam-se em: relação dificultosa entre pais e escola envolvendo a sexualidade e a VSC, inexistência e ineficácia dos cursos de formação inicial e contínua, falta de integração entre as redes de apoio e impraticabilidade da legislação. Este estudo finaliza-se propondo um convite a toda a sociedade para que haja mais debates, diálogos e reflexões no que tange à VSC até que se esgote a insegurança, o medo e o despreparo, criando políticas públicas efetivas e construindo uma Educação Infantil mais respeitosa e empática.
Resumo (inglês)
How do teachers deal with the phenomenon of Sexual Violence against Children (SCV) in everyday school life? Our objective was to understand the experiences of early childhood education teachers at a school in the city of São Carlos to combat sexual violence against children (VSC), aged 0 to 5 years and 11 months, through phenomenological methodology, centered on point of view by Mauro Martins Amatuzzi. The collection of these reports through the phenomenological interview allowed access to the world of life experienced by six collaborators based on the guiding question: Tell your personal story
as a teacher about facing child sexual abuse in teaching since the beginning of your career. The speeches were analyzed and the following categories were highlighted based on the construction of meaning units: (1). In the horizons of pedagogical training, (2). The perspective of the abused child, (3). On the horizons of pedagogical practice and varied feelings. (4). The challenges revealed in teaching. Comprehensive analyzes of the reports made it possible to reveal the unanimous lack of preparation of our collaborators when faced with VSC and pedagogical practices. No teacher has training in sexuality or VSC. In
the issue of the conception of children and school, perceptions converge and demonstrate that there are pedagogical principles between rigidity/traditionalism and historical criticality. The profile of abused children is cited by two collaborators who frame the poor, black girl as representing the most vulnerable profile. It is pointed out that despite the lack of preparation mentioned by teachers, there is an attempt to provide guidance regarding sexuality and SCV using conversation circles, music and literature for self protective skills. The main challenges indicated that permeate pedagogical work are based on: difficult relationship between parents and school involving sexuality and SVC, non existence and ineffectiveness of initial and continuing training courses, lack of integration between support networks and impracticality of legislation. This study ends by proposing an invitation to the whole of society to have more debates, dialogues and reflections regarding VSC until insecurity, fear and unpreparedness are exhausted, creating effective public policies and building a more respectful and empathetic.
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português
Como citar
MANDRUZATO, GRETTA KERR. VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS : Vivências de professores na Educação Infantil à luz da compreensão fenomenológica - Araraquara, 2024
117 p. Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara. Orientadora: Maria Alves de Toledo Bruns.