Características da voz, do comportamento e da competência social em crianças e adolescentes com obesidade

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Data

2024-12-05

Orientador

Giacheti, Célia Maria

Coorientador

Fabbron, Eliana Maria Gradim

Pós-graduação

Fonoaudiologia - FFC

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Introdução: A obesidade em crianças e adolescentes é uma condição multifatorial que pode trazer impactos significativos, alguns já conhecidos e outros que ainda precisam ser investigados. Objetivo: Este estudo teve como objetivo geral caracterizar a voz, o comportamento e a competência social em crianças e adolescentes com obesidade Método: Os dados deste estudo foram obtidos de um banco de dados de pesquisa previamente coletado e analisados com novas questões e perspectivas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (parecer nº 3.123.224). Participaram 70 crianças e adolescentes, entre 6 e 17 anos, com sobrepeso, obesidade e obesidade grave, organizados em dois grupos etários: 6-11 anos e 12-17 anos. Para avaliação da voz, foram realizados avaliações perceptivo-auditivas e análises acústicas. Os áudios analisados incluíram a vogal sustentada /a/ e contagem numérica. A avaliação perceptivo-auditiva foi realizada por duas juízas treinadas que analisaram os parâmetros da escala GRBASI, considerando quatro níveis (0 = ausência de desvio vocal; 1 = desvio vocal leve, 2 = desvio vocal moderado e 3 = desvio vocal intenso). Foram extraídas medidas acústicas como frequência fundamental (fo), jitter, shimmer, noise-to-harmonics ratio (NHR), Harmonic-to-noise ratio (HNR) e cepstral peak prominence smoothed (CPPS). Além disso, foram selecionadas 12 questões do Inventário Child Behavior Checklist (CBCL), respondidas pelos pais, relacionadas ao risco para distúrbio vocal conforme descrito na literatura. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, regressão binária e multivariada. Resultado: Na avaliação perceptivo-auditiva os parâmetros mais encontrados foram o G, o R e o B. Os graus 0 (sem desvio) e 1 (grau leve) foram os mais frequentes. Na faixa etária de 6 a 11 anos, o grau leve foi identificado em grande parte dos meninos na emissão de vogal sustentada e, na contagem de números, em aproximadamente metade deles. Nas meninas dessa mesma faixa etária, o desvio vocal leve também foi observado na emissão de vogal sustentada e na contagem de números. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, a ocorrência de desvio vocal foi menos observada. Na análise acústica, os parâmetros fo, jitter, shimmer, NHR, HNR e CPPS apresentaram valores dentro da normalidade segundo a literatura. Os comportamentos de risco para o distúrbio vocal mais relatados pelos pais incluíram: é apreensivo, aflito ou ansioso (74,29%), fala demais (81,43%), grita muito (51,43%) e é agitado, não para quieto (58,57%). Na análise de regressão, verificou-se que o aumento da idade reduziu as chances de ocorrência de desvio vocal de grau leve (21,5%), rugosidade (54,9%) e instabilidade vocal (34,7%), bem como impactou na diminuição de fo e no aumento do CPPS. Verificou-se ainda, que o maior escore de competência social e competência social relacionada à escola foram preditores de redução nas chances de ocorrência de desvio vocal. Por outro lado, comportamentos de risco como "é apreensivo, aflito ou ansioso e é tímido aumentaram as chances de desvio vocal. Conclusão: A avaliação perceptivo-auditiva mostrou predominância ausência de desvio vocal e desvio vocal de grau leve na população de crianças e adolescentes com obesidade. Parâmetros de análise acústica apresentaram valores dentro do padrão de normalidade para a idade. Comportamentos de risco para o distúrbio vocal foram relatados pelos pais. Variáveis como idade, comportamento e competência social foram identificadas como fatores que impactam a voz em crianças e adolescentes com obesidade.

Resumo (inglês)

Introduction: Obesity in children and adolescents is a multifactorial condition that can lead to numerous impacts, some already known and others that require further investigation. Objective: This study aimed to characterize the voice, behavior, and social competence of children and adolescents with obesity. Method: Data for this study were obtained from a previously collected research database and analyzed with new questions and perspectives. The study was approved by the Ethics Committee (approval no. 3.123.224). A total of 70 children and adolescents aged between 6 and 17 years, classified as overweight, obese, or severely obese, participated in the study. They were divided into two age groups: 6–11 years and 12–17 years. Voice assessment included perceptual-auditory evaluations and acoustic analyses. The analyzed audio samples consisted of sustained vowel /a/ and numerical counting. The perceptual-auditory evaluation was conducted by two trained judges who analyzed the parameters of the GRBASI scale, considering four levels (0 = absence of vocal deviation; 1 = mild vocal deviation; 2 = moderate vocal deviation; and 3 = severe vocal deviation). Acoustic measures were extracted, such as fundamental frequency (fo), jitter, shimmer, noise-to-harmonics ratio (NHR), harmonic-to-noise ratio (HNR), and cepstral peak prominence smoothed (CPPS). Additionally, 12 items from the Child Behavior Checklist (CBCL), completed by the parents, were selected to assess the risk of vocal disorders as described in the literature. Data were analyzed using descriptive statistics, binary, and multivariate regression analyses. Results: In the perceptual-auditory evaluation, the most commonly observed parameters were G (grade), R (roughness), and B (breathiness). Grades 0 (no deviation) and 1 (mild deviation) were the most frequent. Among boys aged 6–11 years, mild vocal deviation was predominantly identified in sustained vowel emission and in numerical counting for approximately half of them. Similarly, in girls within the same age group, mild vocal deviation was observed during both sustained vowel emission and numerical counting. For adolescents aged 12–17 years, the occurrence of vocal deviation was less frequently observed. In the acoustic analysis, fo, jitter, shimmer, NHR, HNR, and CPPS parameters showed values within the normal range as described in the literature. The risk behaviors for vocal disorders most frequently reported by parents included: being anxious, distressed, or worried (74.29%), talking excessively (81.43%), shouting frequently (51.43%), and being hyperactive or restless (58.57%). Regression analysis revealed that increased age reduced the likelihood of mild vocal deviation (21.5%), roughness (54.9%), and vocal instability (34.7%) and also influenced a decrease in fo and an increase in CPPS. Additionally, higher scores for social competence and school-related social competence were predictors of reduced chances of vocal deviation. Conversely, risk behaviors such as being anxious, distressed, worried, or shy increased the likelihood of vocal deviation. Conclusion: The perceptual-auditory evaluation showed a predominance of no vocal deviation or mild vocal deviation among children and adolescents with obesity. Acoustic analysis parameters presented values within the normal range for the age group. Risk behaviors for vocal disorders were reported by parents. Variables such as age, behavior, and social competence were identified as factors influencing voice in children and adolescents with obesity.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

ALONSO, Letícia Alvieri Riato. Características da voz, do comportamento e da competência social em crianças e adolescentes com obesidade. 2025. Tese (Doutorado em Fonoaudiologia) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (UNESP), 2024.

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