O sistema do capital e o fenômeno da violência estrutural contra os velhos e velhas da classe trabalhadora: um estudo analítico acerca da des(proteção) social no cenário pandêmico

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Data

2022-12-06

Orientador

Soares, Nanci

Coorientador

Pós-graduação

Serviço Social - FCHS

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O processo de envelhecimento é complexo, contraditório, histórico, heterogêneo e multidimensional. Igualmente, atribuímos tais aspectos a fase específica da velhice. Velhice não apenas biopsicossocial, mas social e historicamente construída, sobretudo condicionada pelas determinações sociais situadas numa dada sociabilidade: o sistema do capital. Sistema em que o modo de produção e suas relações se ancoram na riqueza pela exploração, isto é, consolida-se pela violência estrutural, fenômeno de igual complexidade, e cujas bases solidificaram-se, como veremos, com os processos de expropriação, seja originária e/ou contemporânea, o que implica na desproteção da classe que vive da venda de sua força de trabalho. Assim, a temática “O sistema do capital e o fenômeno da violência estrutural contra os velhos e velhas da classe trabalhadora no cenário pandêmico” é considerada atual e de relevância política, acadêmica e social. A relevância política está na compreensão da ofensiva conservadora, agravada com a ascensão da extrema direita bolsonarista, e contemporânea, por abranger a conjuntura de pandemia da Covid-19. No sentido social, sua relevância está na constatação da ausência de uma rede protetiva voltada aos velhos e velhas da classe trabalhadora. E no âmbito acadêmico, atestamos irrisória produção no tocante à velhice e a violência numa perspectiva crítica. Para tanto, a presente investigação, partiu do pressuposto de que a violência estrutural atual nasce com as estruturas de dominação, opressão e exploração desta sociabilidade, logo, é produto do atual modo de produção e reprodução social capitalista, diferindo-se das violências tipificadas, sendo intensificadora destas e fundadora de outras manifestações. Neste sentido, este estudo teórico objetivou analisar as implicações da violência estrutural, a partir da relação capital/trabalho/Estado, no processo de envelhecimento e velhice da classe trabalhadora, e suas nuances no cenário da pandemia. Tendo como objetivos específicos: identificar as bases materiais da violência estrutural e os determinantes que condicionam suas formas de produção e reprodução no sistema do capital; analisar a violência estrutural refletida no avanço do conservadorismo e suas características no cenário brasileiro contemporâneo do coronavírus; verificar quanto à existência da rede protetiva a pessoa idosa em situação de violência, essencialmente no contexto de pandemia da Covid-19. Ademais, esta investigação guiou-se pela pesquisa bibliográfica e documental (com utilização de revisão integrativa e a técnica de análise de conteúdo) e abordagem qualitativa. Fundamentou-se na concepção teórico-metodológica do materialismo histórico-dialético marxiano, cujas reflexões foram voltadas para a compreensão em sua totalidade, ao considerar a produção e reprodução das relações sociais no contexto do capital. A tese defendida é de que a violência estrutural possui implicações diretas na vida da classe trabalhadora, sobretudo, na velhice, intensificada com o avanço da ofensiva conservadora, agravada no contexto pandêmico. Destarte, este estudo teórico contribuirá, como produto provisório, para a visibilidade e ampliação das discussões relativas ao fenômeno da violência estrutural.

Resumo (inglês)

The aging process is complex, contradictory, historical, heterogeneous and multidimensional. Likewise, we attribute such aspects to the specific phase of old age. Old age not only biopsychosocial, but socially and historically constructed, above all conditioned by social determinations situated in a given sociability: the capital system. A system in which the mode of production and its relations are anchored in wealth through exploitation, that is, it is consolidated by structural violence, a phenomenon of equal complexity, whose bases were solidified, as we will see, with the processes of expropriation, whether original and/or contemporary, which implies the lack of protection of the class that lives from the sale of its workforce. Thus, the theme "The capital system and the phenomenon of structural violence against the old men and women of the working class in the pandemic scenario" is considered current and of political, academic and social relevance. The political relevance lies in the understanding of the conservative offensive, aggravated by the rise of the Bolsonarist extreme right, and contemporary, as it covers the Covid-19 pandemic situation. In the social sense, its relevance lies in the finding of the absence of a protective network aimed at the old men and women of the working class. And in the academic field, there was a derisory production regarding old age and violence in a critical perspective. Therefore, the present investigation started from the assumption that the current structural violence is born with the structures of domination, oppression and exploitation of this sociability, therefore, it is a product of the current capitalist mode of production and social reproduction, differing from the typified violence, being an intensifier of these and founder of other manifestations. In this sense, this theoretical study aimed to analyze the implications of structural violence, based on the capital/work/State relationship, in the process of aging and old age of the working class, and its nuances in the pandemic scenario. Having as specific objectives: to identify the material bases of structural violence and the determinants that condition its forms of production and reproduction in the capital system; to analyze the structural violence reflected in the advance of conservatism and its characteristics in the contemporary Brazilian scenario of the coronavirus; to verify the existence of a protective network for the elderly in situations of violence, especially in the context of the Covid-19 pandemic. Furthermore, this investigation was guided by bibliographic and documentary research (using an integrative review and the technique of content analysis) and a qualitative approach. It was based on the theoretical-methodological conception of Marxian historical-dialectical materialism, whose reflections were aimed at understanding in its entirety, when considering the production and reproduction of social relations in the context of capital. The thesis defended is that structural violence has direct implications for the life of the working class, especially in old age, intensified with the advance of the conservative offensive, aggravated in the pandemic context. Thus, this theoretical study will contribute, as a provisional product, to the visibility and expansion of discussions related to the phenomenon of structural violence.

Resumo (espanhol)

El proceso de envejecimiento es complejo, contradictorio, histórico, heterogéneo y multidimensional. Del mismo modo, atribuimos tales aspectos a la fase específica de la vejez. La vejez no sólo biopsicosocial, sino social e históricamente construida, sobre todo condicionada por determinaciones sociales situadas en una determinada sociabilidad: el sistema del capital. Un sistema en el que el modo de producción y sus relaciones se anclan en la riqueza por explotación, es decir, se consolida por la violencia estructural, fenómeno de igual complejidad, cuyas bases se solidificaron, como veremos, con los procesos de expropiación, sean originales y/o contemporáneas, lo que implica la desprotección de la clase que vive de la venta de su fuerza de trabajo. Así, el tema “El sistema del capital y el fenómeno de la violencia estructural contra los viejos y las trabajadoras en el escenario de la pandemia” se considera actual y de relevancia política, académica y social. La relevancia política radica en la comprensión de la ofensiva conservadora, agravada por el ascenso de la extrema derecha bolsonarista, y contemporánea, en tanto cubre la situación de la pandemia de la Covid-19. En el sentido social, su relevancia radica en la constatación de la ausencia de una red protectora dirigida a los ancianos y ancianas de la clase obrera. Y en el campo académico, hubo una producción irrisoria sobre la vejez y la violencia en una perspectiva crítica. Por tanto, la presente investigación partió del supuesto de que la violencia estructural actual nace con las estructuras de dominación, opresión y explotación de esta sociabilidad, por tanto, es producto del modo de producción y reproducción social capitalista actual, diferente al tipificado. violencia, siendo un recrudecedor de éstas y fundador de otras manifestaciones. En ese sentido, este estudio teórico tuvo como objetivo analizar las implicaciones de la violencia estructural, a partir de la relación capital/trabajo/Estado, en el proceso de envejecimiento y vejez de la clase trabajadora, y sus matices en el escenario de la pandemia. Teniendo como objetivos específicos: identificar las bases materiales de la violencia estructural y los determinantes que condicionan sus formas de producción y reproducción en el sistema de capital; analizar la violencia estructural reflejada en el avance del conservadurismo y sus características en el escenario brasileño contemporáneo del coronavirus; verificar la existencia de una red de protección para personas mayores en situaciones de violencia, especialmente en el contexto de la pandemia de Covid-19. Además, esta investigación estuvo guiada por una investigación bibliográfica y documental (utilizando una revisión integradora y la técnica de análisis de contenido) y un enfoque cualitativo. Se basó en la concepción teóricometodológica del materialismo histórico-dialéctico marxista, cuyas reflexiones se orientaron a la comprensión en su totalidad, al considerar la producción y reproducción de las relaciones sociales en el contexto del capital. La tesis defendida es que la violencia estructural tiene implicaciones directas en la vida de la clase trabajadora, especialmente en la vejez, intensificadas con el avance de la ofensiva conservadora, agravadas en el contexto de la pandemia. Así, este estudio teórico contribuirá, como producto provisional, a la visibilización y ampliación de las discusiones relacionadas con el fenómeno de la violencia estructural.

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Português

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