Securitização como comportamento: uma explicação behaviorista radical da teoria da securitização
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Data
2024-06-03
Autores
Orientador
Vitelli, Marina Gisela
Coorientador
Pós-graduação
Relações Internacionais - IPPRI
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
A teoria da securitização coloca em questão a perspectiva objetivista tradicional dos Estudos de Segurança Internacional (ESI), argumentando que um “problema de segurança” é sempre resultado de um processo discursivo. Apesar da teoria ter se popularizado nos ESI, ela também foi alvo de diversas críticas. Entre elas, há a avaliação de que a teoria tal como originalmente formulada oferece uma explicação limitada de como a securitização de fato ocorre. A fim de superar tais limitações, críticos procuraram reformular a teoria da securitização, introduzindo novas ontologias e epistemologias. Embora essas contribuições tenham promovido avanços relevantes, essas abordagens não consideram o aspecto psicológico e comportamental da securitização. Nesta pesquisa teórica, investiga-se como a compreensão do processo de securitização pode ser ainda mais aprofundada através de uma abordagem analítico-comportamental. A Análise do Comportamento é uma linha teórica da Psicologia fundamentada na filosofia behaviorista radical que oferece ferramentas conceituais para analisar funcionalmente o comportamento humano. Partindo da definição de securitização de Thierry Balzacq e de abordagens analítico-comportamentais para o fenômeno da linguagem, como o Comportamento Verbal de B. F. Skinner e a Teoria das Molduras Relacionais, utilizamos um método interpretativo científico para explicar funcionalmente o processo comportamental que torna a securitização possível. Concluímos que “securitizar” é um comportamento verbal através do qual agentes securitizadores constroem e modificam redes de relações arbitrárias sobre ameaças e vulnerabilidades para condicionar o comportamento da audiência. Essas ameaças e vulnerabilidades são estímulos aversivos condicionados, os quais passam a evocar comportamentos que potencialmente reforçam o comportamento do agente securitizador e os comportamentos relacionados ao desenvolvimento de políticas de segurança customizadas destinadas a diminuir vulnerabilidades e eliminar ameaças.
Resumo (inglês)
The securitization theory puts into question the traditional objectivist point of view of the International Security Studies (ISS), arguing that a “security problem” is always the result of a discursive process. Despite the theory’s popularity in the ISS, it has also been the target of several criticisms. Among them, there is the assessment that the theory as originally formulated offers a limited explanation to how the securitization actually happens. To overcome these limitations, critics sought to reformulate the securitization theory, introducing new ontologies and epistemologies. Although those contributions have promoted relevant developments, these approaches do not consider the psychological and behavioral aspect of securitization. In this theoretical research, it is investigated how the understanding of the securitization process can be further deepened through a behavior-analytical approach. Behavior Analysis is a psychological theory based on the radical behaviorist philosophy that offers conceptual tools to functionally analyze human behavior. Starting from Thierry Balzacq’s definition of securitization and behavior-analytical approaches to the phenomenon of language, such as B. F. Skinner’s Verbal Behavior and the Relational Frame Theory, we use a scientific interpretative method to functionally explain the behavioral process that makes securitization possible. We conclude that “to securitize” is a verbal behavior through which securitizing agents construct and modify networks of arbitrary relations about threats and vulnerabilities to condition the audience’s behavior. These threats and vulnerabilities are conditioned aversive stimuli, which evoke behavior that potentially reinforce the securitizing agent’s behavior and the behaviors related to the development of customized security policies designed to decrease vulnerabilities and eliminate threats.
Resumo (espanhol)
La teoría de la securitization pone en cuestión la perspectiva objetivista tradicional de los Estudios de Seguridad Internacional (ESI), argumentando que un “problema de seguridad” es siempre resultado de un proceso discursivo. Aunque la teoría se popularizó en los ESI, también fue objeto de varias críticas. Entre ellas, hay la evaluación de que la teoría tal como originalmente formulada ofrece una explicación limitada de cómo la securitización de hecho ocurre. Con el fin de superar tales limitaciones, los críticos trataron de reformular la teoría de la securitización, introduciendo nuevas ontologías y epistemologías. Si bien estas contribuciones promovieron avances relevantes, estos enfoques no consideran el aspecto psicológico y comportamental de la securitizacíon. En esta investigación teórica, se investiga cómo la comprensión del proceso de securitización puede ser aún más profundizada a través de un abordaje analítico-comportamental. El Análisis del Comportamiento es una línea teórica de la Psicología fundamentada en la filosofía behaviorista radical que ofrece herramientas conceptuales para analizar funcionalmente el comportamiento humano. Partiendo de la definición de securitización de Thierry Balzacq y de enfoques analítico-comportamentales para el fenómeno del lenguaje, como el Comportamiento Verbal de B. F. Skinner y la Teoría del Marco Relacional, utilizamos un método interpretativo científico para explicar funcionalmente el proceso comportamental que hace posible la securitización. Concluimos que securitizar es un comportamiento verbal a través do cual agentes securitizadores construyen y modifican redes de relaciones arbitrarias sobre amenazas y vulnerabilidades para condicionar el comportamiento de la audiencia. Esas amenazas y vulnerabilidades son estímulos aversivos condicionados, los cuales evocan comportamientos que potencialmente refuerzan el comportamiento del agente securitizador y los comportamientos relacionados con el desarrollo de políticas de seguridad personalizadas destinadas a reducir vulnerabilidades y eliminar amenazas.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
ANJOS NETO, João Pereira dos. Securitização como comportamento: uma explicação behaviorista radical da teoria da securitização. Orientadora: Marina Gisela Vitelli. 2024. 146 f. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) – UNESP/UNICAMP/PUC-SP, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas, São Paulo, 2024.