Avaliação da administração de sertralina associada ou não a probiótico em ratas na periestropausa: uma nova abordagem terapêutica

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Data

2023-11-10

Orientador

Kempinas, Wilma De Grava

Coorientador

Lozano, Ana Flávia Quiarato

Pós-graduação

Curso de graduação

Botucatu - IBB - Ciências Biológicas

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Trabalho de conclusão de curso

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

A perimenopausa é uma fase de vida da mulher que ocorre nos anos finais do ciclo reprodutivo, iniciando com o primeiro aparecimento de irregularidade menstrual e terminando após 1 ano de amenorreia. As alterações fisiológicas desencadeadas durante este período predispõem a inúmeros eventos que prejudicam a saúde física e mental, tais como o desenvolvimento de depressão, sensações de “ondas de calor”, disfunções sexuais, declínios cognitivos e alterações ósseas. O tratamento utilizado durante a perimenopausa geralmente incluem antidepressivos e hormônios esteroides. A sertralina é um antidepressivo comumente recomendado a mulheres, no entanto alguns efeitos colaterais como alterações na tireoide, perda de peso e sangramento vaginal podem ocorrer. Nos últimos anos, estudos tem demonstrado o benefício que probióticos promovem à saúde humana, incluindo efeitos sobre a saúde mental e reprodutiva. Perante o exposto, o presente estudo tem como objetivo investigar efeitos reprodutivos e neurocomportamentais da exposição à sertralina e/ou probiótico em ratas na periestropausa (terminologia empregada para roedores). Para tanto, foram utilizadas 50 ratas Wistar que com 28 dias de idade receberam diariamente uma injeção subcutânea de óleo de milho ou diepóxido de 4-vinilciclohexeno (VCD) (na dose de 160 mg/Kg diluído em óleo) por 15 dias consecutivos para indução da periestropausa. Após 80 dias do início do tratamento com VCD ou óleo, as ratas foram distribuídas em 5 grupos experimentais (n=4-12/grupo) (1) Controle negativo (CO-) que recebeu óleo de milho por via subcutânea e recebeu por via oral gavagem água filtrada; os demais grupos que receberam VCD via subcutânea foram subdivididos em: (2) Controle positivo (CO) recebeu água filtrada via gavagem, (3) Sertralina (S) recebeu 20 mg/Kg de sertralina por via gavagem, (4) Probiótico (P) recebeu o Lactobacillus rhamnosus (109 CFU/100g de peso corporal) por via gavagem; (5) Probiótico e Sertralina (PS). Após 30 dias de tratamento, as ratas foram analisadas quanto ao seu neurocomportamento (labirinto em cruz elevado e memória). Com a finalização dos testes os animais foram eutanasiados para coleta de material biológico e foi realizada a análise histológica do ovário, útero e adrenal. A comparação estatística dos resultados foi realizada pelo teste ANOVA two-way (seguido de Tukey) ou Kruskal-Wallis (seguido de Dunn) (p<0,05). Os resultados demonstraram que os animais do grupo S apresentaram hipofagia no início do tratamento comparado com os grupos CO e P, entretanto o grupo PS aumentou significativamente o consumo de ração entre os dia 20 e 30 comparado com os demais grupos. Também foram observadas alterações significativas nos testes neurocomportamentais de memória e labirinto em cruz elevado, onde no primeiro o grupo S apresentou uma maior latência para encontrar o esconderijo correto comparado com o grupo P, indicando déficit de memória. No segundo, o grupo que recebeu probiótico apresentou aumento no número de entradas no braço fechado comparado com o grupo CO, revelando perfil menos ansioso. As análises histomorfométricas não revelaram diferenças significativas entre os grupos nos órgãos estudados. Nessas condições experimentais conclui-se que a sertralina não provocou danos ao sistema reprodutor e nas adrenais de ratas na periestropausa. Os resultados das avaliações neurocomportamentais, bem como do consumo de alimento demonstraram efeito adjuvante do probiótico, melhorando a ingestão de ração, a memória e diminuindo o perfil ansioso nas ratas que receberam sertralina. Embora este seja um estudo translacional preliminar já há indícios de que os probióticos possam ser utilizados como terapia alternativa para atenuar os efeitos colaterais do uso de sertralina por mulheres na perimenopausa.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

GUIMARÃES, I. C. Avaliação da administração de sertralina associada ou não a probiótico em ratas na periestropausa: uma nova abordagem terapêutica. Dissertação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)— Botucatu/SP: Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", 2023.

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