Utilização da termografia como preditor da proximidade da ovulação em éguas

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Data

2023-09-28

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Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A demanda por equinos de alto desempenho em esportes competitivos tem incentivado o uso de técnicas que contribuam para efetividade de biotécnicas da reprodução. No contexto da reprodução assistida, é crucial um controle preciso do desenvolvimento folicular, normalmente alcançado por meio da ultrassonografia modo B. Recentemente, a termografia emergiu como uma técnica de imagem promissora, complementando diagnósticos de lesões locomotoras, anomalias na termorregulação testicular e, em fêmeas, acompanhamento do ciclo estral. Apesar de sua eficácia na identificação de alterações provenientes do ciclo estral em suínos e vacas, seu potencial ainda não foi completamente explorado na espécie equina. Este estudo teve como objetivo avaliar as variações de temperatura superficial em regiões específicas, como os olhos, vulva, clitóris e o ânus, além da temperatura retal, durante as fases folicular e luteínica em éguas. Para isso, foi utilizada a termografia digital por infravermelho em combinação com dados obtidos por ultrassonografia durante o manejo reprodutivo para a transferência de embriões. Foram monitoradas 17 éguas, com idades variando de 6 a 15 anos, no intervalo entre duas colheitas de embriões. As avaliações ultrassonográficas foram diárias, para mensurar o desenvolvimento dos folículos. Astermografias foram realizadas diariamente, às 6:30h, seguidas da medição da temperatura retal com um termômetro digital. Além disso, o sangue dos animais foi colhido diariamente para futura dosagem de progesterona. Posteriormente, os dados foram analisados por meio de testes estatísticos de efeitos mistos no software Stata 17®. Os resultados revelaram uma correlação entre a alteração da temperatura retal e uma alteração média equivalente de 0,42% na temperatura da região anal. Além disso, ao identificar o momento da ovulação como dia 0 (D0), observamos aumentos na temperatura vulvar nos dias D-4, D-3, D-2, seguidos de umadiminuição em D-1. A temperatura do clitóris, por sua vez, foi mais baixa nos dias D-4, D-3, D-2, D-1 e D1, apresentando um aumento de 0,006% a partir do D1. Em resumo, este estudo evidenciou uma diminuição nas temperaturas estudadas no dia da ovulação, com a temperatura do clitóris mostrando a maior redução. A termografia digital infravermelha se mostrou eficaz na detecção dessas variações, sugerindo seu potencial como uma ferramenta para monitorar e identificar o dia da ovulação em éguas. Além disso, esta pesquisa contribuiu para a compreensão das mudanças fisiológicas relacionadas ao ciclo reprodutivo equino, destacando a relevância da temperatura na região clitoriana nesse contexto.
The demand for high performance horses in competitive sports has driven the adoption of techniques that increase the effectiveness of reproductive biotechnology. In the field of assisted reproduction, precise control of follicular development is critical and is typically achieved by B-mode ultrasound. Recently, thermography has emerged as a promising imaging modality, complementing the diagnosis of musculoskeletal injuries, testicular thermoregulation abnormalities and, in females, estrous cycle monitoring. Despite its efficacy in identifying estrous cycle-related changes in swine and cattle, its full potential in equine species has not been fully explored. The objective of this study was to evaluate surface temperature changes in specific regions, such as the eyes, vulva, clitoris, anus, and rectal temperature, during the follicular and luteal phases in mares. Digital infrared thermography was used in conjunction with ultrasound data obtained during reproductive management for embryo transfer. Seventeen mares, aged 6 to 15 years, were monitored between two embryo collections. Daily ultrasound scans were performed to measure follicular development. Thermograms were performed daily at 6:30 a.m., followed by rectal temperature measurement with a digital thermometer. In addition, blood samples were collected daily for future progesterone measurements. Data were then analyzed using mixed-effects statistical tests in Stata 17® software. Results showed a correlation between rectal temperature changes and a corresponding mean change in anal temperature of 0.42%. Furthermore, with ovulation day designated as day 0 (D0), an increase in vulvar temperature was observed on days D-4, D-3, D-2, followed by a decrease on D-1. In contrast, clitoral temperature was lower on days D-4, D-3, D-2, D-1, and D1, with an increase of 0.006% from D1. In conclusion, this study demonstrated decreased temperatures on the day of ovulation, with clitoral temperature showing the most significant reduction. Infrared digital thermography proved effective in detecting these changes, suggesting its potential as a tool for monitoring and identifying the day of ovulation in mares. In addition, this research contributed to the understanding of physiological changes associated with the equine reproductive cycle, highlighting the importance of clitoral temperature in this context.

Descrição

Palavras-chave

Equinos, Folículo, Reprodução, Temperatura, Equine, Temperature, Teproduction

Como citar

DE CAMILLO, Beatriz Lippe. Utilização da termografia como preditor da proximidade da ovulação em éguas. 2023. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia Animal) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", 2023.