Preditores clínicos de hipertireoidismo em mulheres com mola hidatiforme completa
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Data
2021-06-02
Autores
Orientador
Maestá, Izildinha
Costa, Roberto Antônio de Araujo
Berkowitz, Ross Stuart
Coorientador
Pós-graduação
Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia - FMB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Identificar os fatores clínicos associados ao hipertireoidismo na apresentação e acompanhar a função tireoidiana pós-esvaziamento uterino em mulheres com mola hidatiforme completa (MHC). Métodos: Estudo observacional e retrospectivo de pacientes diagnosticadas com MHC, tratadas e acompanhadas no Centro de Doenças Trofoblásticas de Botucatu no período entre 2002 e 2018. Os dados clínicos foram extraídos de banco de dados e prontuários médicos. O hCG sérico, TSH e T4 livre foram avaliados pré e pós-esvaziamento uterino, semanalmente. O hipertireoidismo foi classificado como manifesto ou subclínico. As associações de fatores clínicos com hipertireoidismo na apresentação foram avaliadas por análise bivariada de cada fator clínico. As variáveis que apresentaram valor de p <0,20 na exploração bivariada e com relevância clínica foram usadas no modelo de regressão logística múltipla. Adicionalmente, curvas ROC foram construídas para avaliar o desempenho de hCG e altura uterina como preditores clínicos de hipertireoidismo e hipertireoidismo manifesto. O acompanhamento da função tireoidiana pós-esvaziamento uterino, até sua normalização, foi analisado descritivamente. O nível de significância foi estabelecido em p <0,05. Resultados: Das 137 pacientes com MHC, 69 (50,4%) tinham hipertireoidismo. Destas, 30 (43,5%) hipertireoidismo subclínico e 39 (56,5%) manifesto. AU >16cm, >IG, maior volume do útero em US, presença de anemia, cistos de ovário >6cm, pré-eclâmpsia, hiperêmese e SDRA, foram mais frequentes em mulheres com hipertireoidismo. Mediana de hCG foi significativamente maior na presença de hipertireoidismo. Mulheres com hipertireoidismo manifesto tiveram mediana de idade mais baixa, frequência mais alta de pré-eclâmpsia, hiperêmese e mediana de hCG pré-esvaziamento mais alta, em comparação com as mulheres com hipertireoidismo subclínico. No modelo de regressão logística múltipla, AU >IG e cistos de ovário >6cm foram associados significativamente com hipertireoidismo, hipertireoidismo subclínico e fortemente associado com hipertireoidismo manifesto. AU >16cm também foi associada significativamente com hipertireoidismo. Curvas ROC dos valores de hCG para predizer hipertireoidismo e hipertireoidismo manifesto mostraram poder discriminatório: (AUC 0,93, ponto de corte 430.559,00 UI/L, sens. 85,5%, esp. 83,8% e acurácia 84,6%) e (AUC 0,65, ponto de corte 806.562,00 UI/L, sens. 64,1%, esp. 63,3% e acurácia 63,7%), respectivamente. Entre as mulheres com hipertireoidismo na apresentação, conversão para hipotireoidismo transitório foi observada em 13% (n=9), diagnosticado entre 1,7 e 3,5 semanas (mediana de 2,3) pós-esvaziamento e persistente por mediana de 2,5 meses. Nestas pacientes, a normalização de TSH ocorreu em mediana de 12,9 semanas. Nas demais 25 pacientes (36,2%) com hipertireoidismo subclínico e 35 (50,7%) manifesto, tempos medianos para normalização do TSH foram de 2,1 e 3 semanas, respectivamente, enquanto a normalização de hCG se deu em mediana de 12 e 13,5 semanas, respectivamente. Nas mulheres com hipertireoidismo manifesto, o tempo mediano para normalização do T4L foi de 2 semanas. Conclusões: AU >16cm , >IG e cistos de ovário >6cm foram preditores de hipertireoidismo na apresentação da MHC. AU >IG e cistos de ovário >6cm foram fatores associados com hipertireoidismo subclínico e ainda mais fortemente associado com manifesto. O melhor ponto de corte de hCG para predição de hipertireoidismo manifesto foi 806.562,00 UI/L. Normalização dos hormônios da função tireoidiana ocorreu entre 2 e 3 semanas após esvaziamento uterino em pacientes com hipertireoidismo, subclínico ou manifesto.
Resumo (inglês)
To identify the clinical factors associated with hyperthyroidism at presentation and closer follow up thyroid function after uterine evacuation in women with complete hydatidiform mole (CHM). Methods: Observational and retrospective study of patients diagnosed with CHM, treated and followed up at the Center for Trophoblastic Diseases in Botucatu between 2002 and 2018. Clinical data were extracted from databases and medical records. Serum hCG, TSH and free T4 were assessed weekly and before uterine evacuation. Hyperthyroidism was classified as overt or subclinical. Associations of clinical factors with hyperthyroidism at presentation were assessed by bivariate analysis of each clinical factor. Variables with a p-value <0.20 in the bivariate exploration and with clinical relevance were used in the multiple logistic regression model. In addition, ROC curves were constructed to assess the performance of hCG and uterine height as clinical predictors of hyperthyroidism and overt hyperthyroidism. Closer follow up of thyroid function after uterine evacuation, until its normalization, was analyzed descriptively. The level of significance was set at p <0.05. Results: Of 137 patients with CHM, 69 (50.4%) had hyperthyroidism. Of these, 30 (43.5%) subclinical hyperthyroidism and 39 (56.5%) overt. UH>16cm, >GA, greater volume of the uterus in US, presence of anemia, ovarian cysts >6cm, pre-eclampsia, hyperemesis and ARDS, were more frequent in women with hyperthyroidism. Median of hCG was significantly higher in the presence of hyperthyroidism. Women with overt hyperthyroidism had a lower median age, a higher frequency of, pre-eclampsia, hyperemesis, and a higher median of pre-evacuation hCG, compared to women with subclinical hyperthyroidism. In the multiple logistic regression model, UH >GA and ovarian cysts >6 cm were significantly associated with hyperthyroidism, subclinical hyperthyroidism and strongly associated with overt hyperthyroidism. UH >16cm was also significantly associated with hyperthyroidism. ROC curves of hCG values to predict hyperthyroidism and overt hyperthyroidism showed discriminatory power: (AUC 0.93, cut-off 430,559.00 IU/L, sens. 85.5%, spec. 83.8% and accuracy 84.6 %) and (AUC 0.65, cutoff 806,562.00 IU/L, sens. 64.1%, spec. 63.3% and accuracy 63.7%), respectively. Among women with hyperthyroidism at presentation, conversion to transient hypothyroidism was observed in 13% (n = 9), diagnosed between 1.7 and 3.5 weeks (median of 2.3) after evacuation and persistent for a median of 2.5 months. In theses patients, TSH normalization occurred at a median of 12.9 weeks. In the remaining 25 patients (36.2%) with subclinical hyperthyroidism and 35 (50.7%) overt, median times to normalization of TSH were 2.1 and 3 weeks, respectively, while hCG normalization occurred at a median of 12 and 13.5 weeks, respectively. In women with overt hyperthyroidism, the median time to normalization of the fT4 was 2 weeks. Conclusions: UH >16cm, >GA and ovarian cysts >6cm were predictors of hyperthyroidism in the presentation of MHC. UH >GA and ovarian cysts >6cm were factors associated with subclinical hyperthyroidism and even more strongly associated with overt. The best cut-off for hCG to predict overt hyperthyroidism was 806,562.00 IU/L. Normalization of thyroid function hormones occurred between 2 and 3 weeks after uterine evacuation in patients with hyperthyroidism, subclinical or overt.
Descrição
Idioma
Português