Respostas fisiológicas e comportamentais de ratos submetidos a atividade física voluntária e isolamento social

Abstract

Isolamento social (IS) pode ser condição altamente estressante. As alterações associadas ao IS podem ser mitigadas ou até mesmo revertidas por mudanças no ambiente. Medidas para o enriquecimento ambiental (EA) podem ser implantadas por meio da exposição a estímulos motores. O exercício pode ser considerado um dos principais meios de EA, sendo capaz de prevenir comportamentos relacionados a depressão e ansiedade. Objetivou-se avaliar se a atividade física pode aumentar a capacidade atlética e reduzir possíveis modificações comportamentais induzidas pelo IS. Vinte ratos, com 35 dias de idade, foram distribuídos em dois grupos. O primeiro grupo permaneceu exclusivamente em caixas individuais, sem exercício voluntário (I, n = 10). Os ratos do segundo grupo foram alocados em caixas individuais com acesso livre a roda de corrida (IR, n = 10), 24 h/dia, 7 dias/semana. Ato contínuo, durante três semanas, ambos os grupos foram adaptados a correr na esteira. Aplicaram-se testes comportamentais 36 dias após o início do experimento tais como, campo aberto (CA), labirinto em Cruz Elevado (LCE) e labirinto aquático de Morris (LA). Após as avaliações comportamentais os ratos foram submetidos a dois testes de esforço máximo com intervalo de duas semanas entre eles (Tmáx-1 e Tmáx-2). Quantificaram-se lactato e glicose plasmáticos. Aplicou-se análise de variância de uma via. Em relação aos testes comportamentais houve aumento da locomoção do grupo I no CA. Na análise intragrupos, em ambos os grupos, houve redução do tempo de permanência no braço aberto, na repetição realizada no LCE. Não foram encontradas diferenças no LA. No desempenho e velocidade máxima do Tmáx-1, o grupo IR teve maiores resultados. Quando realizado correlação de Pearson houve resposta positiva entre o lactato basal e a permanência dos ratos no braço aberto do LCE. Ratos IR melhoraram a adaptação e o desempenho atlético na esteira, sem alterar respostas comportamentais importantes. A roda de corrida para roedores pode ser utilizada como enriquecimento ambiental em gaiolas para modelos experimentais.

Social isolation (SI) can be a highly stressful condition. The changes associated with the SI can be mitigated or even reversed by changes in the environment. Measures for environmental enrichment (EE) can be implemented through exposure to motor stimuli. Physical activity can be considered one of the main means of EE, being able to prevent behaviors related to depression and anxiety. The objective was to evaluate whether voluntary exercise can increase athletic capacity and reduce possible behavioral changes induced by IS. Twenty 35-dayold rats were divided into two groups. The first group, remained exclusively in individual boxes, without voluntary exercise (I, n = 10). The rats of the second group were placed in individual boxes with free access to the running wheel (IR, n = 10), 24 h / day, 7 days / week. Continuous for three weeks, both groups were adapted to run on the treadmill. Behavioral tests were applied 36 days after the beginning of the experiment, such as open field (OF), elevated plus maze (EPM), and Morris water maze (MWM). After the behavioral evaluations, the rats were submitted to two tests of maximum effort with an interval of two weeks between them (Tmax-1 and Tmax-2). Plasma lactate and glucose were quantified. Oneway analysis of variance was applied. Regarding behavioral tests, there was an increase in group I locomotion in the OF. In the intragroup analysis, in both groups, there was a reduction in the time spent in the open arm, in the repetition performed in the EPM. No differences were found in MWM. In the performance and maximum speed of Tmax-1, the IR group had greater results. When Pearson's correlation was performed, there was a positive response between the basal lactate and the permanence of the rats in the open arm of the EPM. IR rats improved fitness and athletic performance on the treadmill, without altering important behavioral responses. The rodent racing wheel can be used as environmental enrichment in cages for experimental models.