A religião da máquina: sobre a filosofia transhumanista do vale do silício

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Data

2022-09-28

Orientador

Pedroso, Gustavo José de Toledo

Coorientador

Pós-graduação

Serviço Social - FCHS

Curso de graduação

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

A configuração da crise sistêmica do capitalismo contemporâneo vem levantando problemas que beiram a distopia. O que era antes pertencente ao reino da ficção científica pura e simples, vem hoje assumindo contornos realmente alarmantes. A era do antropoceno vem manifestando continuamente uma série de ramificações catastróficas, sobre as quais se reflete, curiosamente, no horizonte de expectativas crescentes sobre o futuro da tecnologia. Esta tese pretende abarcar a atual conjuntura que tangencia a possibilidade da extinção humana neste planeta, examinando como a filosofia transhumanista nascida junto com o Vale do Silício expressa como refração ideológica tal circunstância. Em razão de que propõe, dentre outras coisas, a hipótese de que a inovação tecnológica ruma para alterar a condição humana do humano. A conjunção entre essas dinâmicas configura o eixo desta tese. Examinando de que modo a teoria de que caminhamos em direção a singularidade tecnológica, - a inteligência humana que seria então ultrapassada pela inteligência artificial -, corresponderia, em alguma medida, com o horizonte catastrófico que nos espera neste século, demonstramos ser o transhumanismo uma religião da máquina que se constitui como expressão ideológica do capital em sua forma mais desumana e psicótica. Com a autodestruição do humano como possibilidade no antropoceno, se inaugura o cenário convergente de uma série de tendências relacionadas ao esfacelamento e a obsolescência da biodiversidade. Ao contrário da promessa de ascensão e transcendência humana pela via dos dispositivos computacionais, temos a expectativa da abominável desolação humana diante de um planeta disforme, sem a abundância vivente que lhe constitui essência. Em outras palavras, a convergência da obsolescência programada das próprias coisas para nosso corpo e mente, manifesta no horizonte transhumanista da cultura uma determinada refração de borda para um futuro desolador. O fetichismo da forma mercadoria, inerente ao modo de produção capitalista de mercadorias, assume atualmente contornos expressivos, traduzindo a teorização de Marx o seu lugar distópico por excelência, segundo nosso ponto de vista. Com efeito, tangenciar a partir do transhumanismo o seu traço de mistificação teórica vis a vis a realidade hostil do capital, expõe nossa postura crítica ao modelo de sociedade de vigilância generalizada do Vale do Silício. Em linhas gerais, consideramos que este estudo contribui minimamente para demonstrar ser a luta anticapitalista do futuro, segundo o exposto, uma questão decisiva a nossa sobrevida.

Resumo (inglês)

The configuration of the systemic crisis of contemporary capitalism has raised problems that border on dystopia. What used to belong to the realm of pure and simple science fiction, is now taking on really alarming contours. The Anthropocene era has continually manifested a series of catastrophic ramifications, which are, curiously, reflected in the horizon of growing expectations about the future of technology. This thesis intends to cover the current conjuncture that touches the possibility of human extinction on this planet, examining how the transhumanist philosophy born along with Silicon Valley expresses this circumstance as an ideological refraction. Because it proposes, among other things, the hypothesis that technological innovation is aimed at changing the human condition of the human. The conjunction between these dynamics configures the axis of this thesis. Examining how the theory that we are heading towards the technological singularity - human intelligence that would then be surpassed by artificial intelligence - would correspond, to some extent, with the catastrophic horizon that awaits us in this century, we demonstrate that transhumanism is a religion of the machine that constitutes itself as an ideological expression of capital in its most inhuman and psychotic form. With the self-destruction of the human as a possibility in the Anthropocene, the converging scenario of a series of trends related to the disintegration and obsolescence of biodiversity is inaugurated. Contrary to the promise of human ascension and transcendence through computational devices, we have the expectation of the abominable human desolation in front of a deformed planet, without the living abundance that constitutes its essence. In other words, the convergence of the programmed obsolescence of things themselves for our body and mind, manifests in the transhumanist horizon of culture, a certain refraction of the edge towards a bleak future. The fetishism of the commodity form, inherent to the capitalist mode of production of commodities, currently assumes expressive contours, translating Marx's theorization into its dystopian place par excellence, according to our point of view. In fact, tracing its trace of theoretical mystification from the vis a vis of the hostile reality of capital, from transhumanism, exposes our critical stance towards the model of generalized surveillance society in Silicon Valley. In general terms, we consider that this study contributes minimally to demonstrating that the anti-capitalist struggle of the future, according to the above, is a decisive issue for our survival.

Resumo (espanhol)

La configuración de la crisis sistémica del capitalismo contemporáneo ha planteado problemas que bordean la distopía. Lo que antes pertenecía al ámbito de la pura y simple ciencia ficción, ahora toma contornos realmente alarmantes. La era del Antropoceno ha manifestado continuamente una serie de ramificaciones catastróficas, que curiosamente se reflejan en el horizonte de crecientes expectativas sobre el futuro de la tecnología. Esta tesis pretende abarcar la coyuntura actual que toca la posibilidad de extinción humana en este planeta, examinando cómo la filosofía transhumanista nacida junto con Silicon Valley expresa esta circunstancia como una refracción ideológica. Porque plantea, entre otras cosas, la hipótesis de que la innovación tecnológica tiene como objetivo cambiar la condición humana de lo humano. La conjunción entre estas dinámicas configura el eje de esta tesis. Examinando cómo la teoría de que nos dirigimos hacia la singularidad tecnológica -inteligencia humana que luego sería superada por la inteligencia artificial- se correspondería, en cierta medida, con el horizonte catastrófico que nos espera en este siglo, demostramos que el transhumanismo es una religión de la máquina que se constituye como expresión ideológica del capital en su forma más inhumana y psicótica. Con la autodestrucción de lo humano como posibilidad en el Antropoceno, se inaugura el escenario convergente de una serie de tendencias relacionadas con la desintegración y obsolescencia de la biodiversidad. Contrariamente a la promesa de ascensión y trascendencia humana a través de dispositivos computacionales, tenemos la expectativa de la abominable desolación humana frente a un planeta deformado, sin la abundancia viviente que constituye su esencia. En otras palabras, la convergencia de la obsolescencia programada de las cosas mismas para nuestro cuerpo y mente, manifiesta en el horizonte transhumanista de la cultura, una cierta refracción del filo hacia un futuro desolador. El fetichismo de la forma mercancía, inherente al modo capitalista de producción de mercancías, asume en la actualidad contornos expresivos, traduciendo la teorización de Marx en su lugar distópico por excelencia, según nuestro punto de vista. De hecho, rastrear su rastro de mistificación teórica desde el punto de vista de la realidad hostil del capital, desde el transhumanismo, expone nuestra postura crítica frente al modelo de sociedad de la vigilancia generalizada en Silicon Valley. En términos generales, consideramos que este estudio contribuye mínimamente a demostrar que la lucha anticapitalista del futuro, de acuerdo con lo anterior, es un tema decisivo para nuestra supervivencia.

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Português

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