Efeitos de um Programa de Intervenção Terapêutico Educativo para mães de bebês com indicadores clínicos de saúde emocional

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Data

2020-02-19

Orientador

Rodrigues, Olga Maria Piazentin Rolim

Coorientador

Pós-graduação

Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem - FC

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Atualmente os estudos sobre as alterações de saúde emocional decorrente do pós-parto, desde a epidemiologia, tratamento e seus efeitos sobre mãe e criança vêm sendo foco de pesquisas. As intervenções psicológicas, com foco no período pós-parto, podem ser um meio eficaz de reduzir o risco de desenvolver transtornos mentais mais graves, como uma opção de tratamento eficaz. Este trabalho pretendeu avaliar os efeitos de um programa de intervenção psicoterapêutica e educativa pós-natal, com foco na saúde emocional materna. As ações foram divididas em três estudos: o Estudo1: Saúde emocional de mães de bebês: fatores de risco associados as variáveis sociodemográficas, descritivo; o Estudo 2: Elaboração e implementação de um Programa de Intervenção Terapêutico Educativo para mães de bebês com indicadores clínicos emocionais, um relato de experiencia e o Estudo 3: Efeitos de uma intervenção em grupo considerando os indicadores clínicos emocionais de mães de bebês, sobre os efeitos da intervenção. O Estudo 1 teve como objetivo identificar associações entre as variações emocionais e variáveis sociodemográficas. A amostra foi composta por 353 mulheres aos três meses do pós-parto, que frequentavam atendimento para acompanhamento de desenvolvimento de seus bebês em duas instituições do interior de São Paulo, que responderam aos seguintes instrumentos: Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EDPE), inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE), o Índice de Stress Parental (PSI) e a Escala de Estresse Percebido (PSS-10). Os resultados obtidos apontaram que mães do primeiro bebê tinham 0,18 vezes mais chances de apresentarem risco para sintomas de ansiedade no IDATE (estado). Para a dimensão Ansiedade traço a menor condição socioeconômica relacionou-se com 1,821 a mais chances de risco. Para a depressão pós-parto, avaliados pela EPDS, a ausência de planejamento da gestação foi identificada como uma variável que aumenta em 8,62 vezes a chance de risco. O Estudo 2 teve como objetivo elaborar, implementar e avaliar um procedimento de intervenção terapêutica em grupo. Participaram do grupo de intervenção 49 mães com pelo menos um indicador clínico para saúde emocional. Para a avaliação qualitativa foram elaborados e aplicados os Questionários de avaliação do encontro anterior e o Questionário de avaliação das condições gerais da intervenção. O grupo terapêutico consistiu em cinco sessões semanais com 70 minutos cada, divididas em duas partes: Direcionamento da atenção ao momento presente e Psicoeducação e Análise em grupo, liderado por duas facilitadoras com os seguintes temáticas: questões psicofisiológicas; saúde emocional materna; papéis sociais da mulher; recuperando a identidade e relação mãe-bebê. A análise dos relatos gerou quatro eixos: estabelecimento de rede espaço de apoio; Aprendizados a partir do grupo; pontos a melhorar no grupo e sugestões. O Estudo 3 teve como objetivo descrever e comparar resultados obtidos em dois grupos de mulheres com indicadores clínicos para saúde emocional, um exposto a um protocolo de intervenção em grupo e outro não. Inicialmente 112 mulheres foram convidadas para participar da intervenção. Destas, 68 passaram por todas as etapas da intervenção (grupo experimental) e 44 compuseram o grupo controle. As participantes do grupo experimental foram reavaliadas ao final dos encontros e todas foram reavaliadas aos 9 meses do pós-parto, com os mesmos instrumentos de saúde emocional. As características do grupo terapêutico são as mesmas descritas no Estudo2. As análises estatísticas dos dados dos instrumentos indicaram uma distribuição normal e foram utilizados testes paramétricos. Os resultados da primeira avaliação indicaram diferenças significativas entre o grupo experimental e o controle na EPDS e na dimensão disfuncionalidade na interação mãe-filho (IC) do PSI. Para a comparação entre os grupos aos 9 meses observou-se diferenças significativas na EPDS, na dimensão Estado do IDATE e em duas dimensões do PSI, angústia dos pais (AP) e disfuncionalidade na interação mãe-filho, indicando o efeito positivo da intervenção em grupo. A avaliação do grupo de mães que passaram por intervenção, utilizando a ANOVA identificou diferenças estatisticamente significativas na pontuação na EPDS da primeira para a segunda e terceira avaliação, na dimensão Estado do IDATE. Houve diferença intergrupo e, para o Traço entre a primeira e segunda aplicação. O domínio angústia dos pais (AP) do PSI também teve diferença entre as médias entre as duas primeiras avaliações. Para a percepção do stress (PSS) as médias da primeira avaliação também eram maiores quando comparadas com o segundo e terceiro momento. No grupo controle, a comparação indicou diferença estatisticamente significativas em relação as duas avaliações deste grupo para o estado no IDATE, com diminuição da média na segunda avaliação e no do estresse pelo PSS, com aumento da média no momento da reavaliação. Os resultados relativos ao efeito da intervenção na redução dos sintomas descritos foram significativos para esse tipo de terapia, contribuindo para o aumento das evidências e a importância da oferta de atendimento a essa população.

Resumo (inglês)

Currently studies on mood changes resulting from postpartum, since the epidemiology, treatment and its effects on mother and child have been the focus of researches. Psychological interventions, focusing on the postpartum period, can be as effective way to reduce the risk on developing more serious mood disorders, such as an effective treatment option. This work aimed to evaluate the effects of a postnatal psychotherapeutic and educational intervention program, focusing on health maternal emotional. The actions were divided into: Study1: Emotional health on mothers of babies: risk factors associated with sociodemographic variables; Study 2: Elaboration and implementation of an Educational Therapeutic Intervention Program for mothers of babies with clinical emotional health indicators and, Study 3: Effects of a group intervention considering the emotional health indicators on mothers of babies. The Study 1 aimed to identify associations between the health condition with emotional sociodemographic variables. The sample was consisted on 353 women at three months postpartum, who attended attendance to monitor development of their babies in two institutions in the interior of São Paulo, which responded to the following instruments: Edinburgh Postpartum Depression Scale (EDPE), Trait-State Anxiety Inventory (STAI), the Parental Stress Index (PSI) and the Perceived Stress Scale (PSS-10). The results obtained showed that mothers of the first baby were 0.18 times more likely to be at risk for anxiety symptoms in the STAI (state). For the dimension Anxiety trace the smallest socioeconomic condition was associated with 1.821 more chances of risk. To the postpartum depression, assessed by the EPDS, the absence of pregnancy planning was identified as a variable that increases the risk by 8.62 times. The Study 2 aimed to develop, implement and evaluate the procedure for therapeutic group intervention. 49 mothers participated in the intervention group, with at least one clinical indicator for emotional health. For qualitative evaluation were applied the Questionnaires elaborated for the previous meeting and also the Questionnaire to assess the general conditions of the intervention. The therapeutic group consisted on five weekly sessions of 70 minutes each, divided into two parts: Directing attention to the present moment and psychoeducation and group analysis, led by two facilitators with the following themes: psychophysiological issues; maternal emotional health; women's social roles; recovering identity and relationship mother-baby. The analysis of the reports generated four axes: establishment of a space network support; Learning from the group; points to improve in 7 the group and suggestions. The Study 3 aimed to describe and compare results obtained in two groups of women with clinical indicators for emotional health, one exposed to a protocol group intervention and the other was not exposed. Initially 112 women were invited to participate in the intervention. Of these, 68 went through all stages of the intervention (experimental group) and 44 comprised the control group. Group participants experimental were reassessed at the end of the meetings and all were reassessed at 9 months of postpartum, with the same instruments of emotional health. At characteristics of the therapeutic group are the same as described in Study 2. The analyses statistics of the instrument data indicated a normal distribution and were parametric tests were used. The results of the first assessment indicated differences between the experimental group and the control in EPDS and in the dimension dysfunctionality in the PSI mother-child interaction (CI). For the comparison between groups at 9 months, significant differences were observed in EPDS, in the State dimension of the STAI and in two dimensions of the PSI, anguish of the parents (AP) and dysfunction in the motherchild interaction, indicating the positive effect of group intervention. The evaluation on the group of mothers who underwent intervention, using ANOVA identified statistically significant differences in EPDS scores from the first to the second and third evaluation, in the State dimension of IDATE. There was a difference intergroup and, for the Trace between the first and second application. The anguish domain of parents (AP) in the PSI also had a difference between the averages between the first and the second assessments. For the perception of stress (PSS) the averages on the first evaluation also were greater when compared to the second and third moments. In the group control, the comparison indicated statistically significant differences in relation to the two evaluations of this group for the state at IDATE, with a decrease in the average on the second assessment and stress assessment by PSS, with an increase in the mean at the time of revaluation. The results regarding the effect of the intervention in reducing symptoms described were significant for this type of therapy, contributing to the increase in evidence and the importance in providing care to this population.

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Idioma

Português

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