Publicação: Suplementação de vitamina D em mulheres com câncer de mama submetidas a quimioterapia neoadjuvante: Ensaio clínico randomizado, duplo-cego, placebo controlado
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Data
Autores
Orientador
Nahas, Eliana Aguiar Petri 

Coorientador
Carvalho Pessoa, Eduardo 

Pós-graduação
Tocoginecologia (Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia) - FMB 33004064077P2
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (inglês)
Objetivo: avaliar a taxa de resposta patológica completa (RPC) com a suplementação de vitamina D (VD) em mulheres com câncer de mama, submetidas à quimioterapia (QT) neoadjuvante. Métodos: Foi conduzido ensaio clínico randomizado, duplo-cego, placebo-controlado envolvendo 80 mulheres com idade ≥ 45 anos e diagnóstico recente histológico de câncer de mama, elegíveis para QT neoadjuvante. Foram excluídas mulheres com doença renal crônica (creatinina >1.4 mg/dL), doenças hepáticas, síndrome de má absorção, obesidade grau III (IMC≥40kg/m2), e usuárias de doses farmacológicas de VD. Estimou-se tamanho amostral de no mínimo 36 mulheres com câncer de mama por grupo (intervenção e placebo, n=72). As pacientes foram randomizadas em dois grupos: VD, com suplementação diária de 2000UI de colecalciferol (n=40) e PL, usuárias de placebo (n=40), durante período da QT neoadjuvante (6 meses). A medida de desfecho primário foi a RPC. Os valores séricos de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] foram mensurados em dois momentos, no diagnóstico do câncer de mama e ao final da realização da QT neoadjuvante, empregando imunoensaio [25(OH) Vitamin D ELISA kit - ab213966] pela técnica de ELISA (Enzime- Linked Immuno Sorbent Assay). A partir dos relatórios médicos foram coletados os dados clínicos, anatomopatológicos, imuno-histoquímicos e quimioterápicos. A análise estatística foi per protocol, empregando-se os Teste t-Student, Teste do Qui-Quadrado, Distribuição Gama, ANOVA e regressão logística (OR, odds ratio). Resultados: Das 80 mulheres randomizadas, 75 pacientes completaram a QT neoadjuvante e realizaram a cirurgia. A média de idade das pacientes incluídas foi de 54.7 ± 8.6 anos para o grupo VD e de 56.3 ± 7.1 anos para o grupo PL (p>0.05). Os valores médios iniciais de 13 25(OH)D indicavam hipovitaminose D nos grupos VD e PL (19.6 ± 5.8 ng/mL e 21.0 ± 7.9 ng/mL, respectivamente (p=0.331). E no momento final da intervenção foi demonstrado aumento nos valores no grupo suplementado, com diferença significativa entre os grupos VD e PL (28.0 ± 8,7 ng/mL vs 20.2 ± 6.1 ng/mL, respectivamente) (p=0.032). As mulheres suplementadas com VD apresentaram maior porcentagem de RPC quando comparada as mulheres do grupo PL (55.3% vs 32.4%, p=0.046). Na comparação entre as mulheres que apresentaram RPC no grupo VD (n=21) e no placebo (n=12) não foram observadas diferenças significativas na distribuição percentual entre os grupos na maioria das variáveis clínicas, anatomopatológicas e imunohistoquímicas e tratamentos quimioterápicos (p>0.05). Foi observado no grupo VD menor ocorrência de tumores de alto grau histológico quando comparado grupo PL (52.4% vs 75.0%, respectivamente, p=0.040). No grupo VD foi encontrada maior porcentagem de mulheres com valores suficientes de VD [25(OH)D ≥ 30ng/mL] quando comparadas a mulheres do grupo PL (61.9% vs 25.0%, respectivamente, p=0.005). Considerando como desfecho a RPC, quando realizado um modelo de regressão logística, ajustado para variáveis que interferem na RPC (anatomopatológicas, imunohistoquímicas e tratamentos quimioterápicos), mulheres com valores de 25(OH)D ≥30ng/mL apresentaram maior chance de obter RPC em relação às mulheres com deficiência de VD (OR 0.033 IC 95% 0.006-0.173, p<0.001). Conclusões: No presente estudo, mulheres com câncer de mama submetidas a QT neoadjuvante e a suplementação de 2000UI de VD apresentaram maior chance de obter taxa de RPC quando comparada às mulheres do grupo placebo.
Resumo (inglês)
Objective: to evaluate the pathological complete response (PCR) rate with vitamin D (VD) supplementation in women with breast cancer undergoing neoadjuvant chemotherapy (CT).
Methods: A randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial was conducted involving 80 women aged ≥ 45 years with recent histological diagnosis of breast cancer, eligible for neoadjuvant CT. Women with chronic kidney disease (creatinine >1.4 mg/dL), liver diseases, malabsorption syndrome, grade III obesity (BMI≥40kg/m2), and users of VD pharmacological doses were excluded. A sample size of at least 36 women with breast cancer per group (intervention and placebo, n=72) was estimated. Patients were randomized into two groups: VD, with daily supplementation of 2000UI of cholecalciferol (n=40) and PL, users of placebo (n=40), during the neoadjuvant CT period (6 months). The primary outcome measure was PCR. Serum 25-hydroxyvitamin D [25(OH)D] values were measured, in two moments, at diagnosis of breast cancer, and at the end of the neoadjuvant CT, using immunoassay [25(OH) Vitamin D ELISA kit - ab213966] by the ELISA technique (Enzyme-Linked Immuno Sorbent Assay). From the medical reports, clinical, anatomopathological, immunohistochemical, and CT data were collected. Statistical analysis was per protocol, using Student's t-test, Chi-square test, Gamma distribution, ANOVA and logistic regression (OR, odds ratio).
Results: Of the 80 women randomized, 75 patients completed neoadjuvant CT and underwent surgery. The mean age of the included patients was 54.7 ± 8.6 years for the VD group and 56.3 ± 7.1 years for the PL group (p>0.05). Mean baseline 25(OH)D values indicated hypovitaminosis D in the VD and PL groups, 19.6 ± 5.8 ng/mL and 21.0 ± 7.9 ng/mL, respectively (p=0.331). And at the end of the intervention, an increase was demonstrated in the supplemented group, with a significant difference between the VD and PL groups (28.0 ± 8.7 ng/mL vs 20.2 ± 6.1 ng/mL, respectively) (p=0.032). Women supplemented with VD had a higher percentage of PCR when compared to women in the PL group (55.3% vs 32.4%, p=0.046). Comparing the women who had PCR in the VD group (n=21) and in the PL group (n=12), no significant differences were observed in the percentage distribution between the groups in most clinical, anatomopathological, and immunohistochemical variables and CT treatments (p>0.05). A lower occurrence of high histological grade tumors was observed in the VD group when compared to the PL group (52.4% vs 75.0%, respectively, p=0.040). In the VD group, a higher percentage of women with sufficient VD values [25(OH)D ≥ 30ng/mL] was found when compared to women in the PL group (61.9% vs 25.0%, respectively, p=0.005). Considering PCR as an outcome, when a logistic regression model was performed, adjusted for variables that interfere with PCR (anatomopathological, immunohistochemical, and CT treatments), women with values of 25(OH)D ≥20ng/mL were more likely to reach PCR than those with women with VD deficiency (OR 0.10, 95% CI 0.02-0.61, p=0.013).
Conclusions: In the present study, women with breast cancer undergoing neoadjuvant CT and supplementation with 2000UI of VD were more likely to reach PCR rate when compared to women in the placebo group.
Descrição
Palavras-chave
Câncer de mama, Vitamina D, Resposta patológica completa, Quimioterapia neoadjuvante, Ensaio clínico randomizado
Idioma
Português