Manobras de reposição canalítica e suplementação da vitamina D na qualidade de vida de idosos com vertigem posicional paroxítica benigna

Abstract

Objetivo: analisar a eficácia da manobra de reposicionamento canalítico (MRC) associada a suplementação da vitamina D na qualidade de vida (QV) de ido-sos com Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB). Métodos: trata-se de um ensaio clínico controlado, quase randomizado, composto por indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, que apresentavam VPPB idiopática. Os participantes foram submetidos à MRC e tiveram os níveis séricos de vitamina D mensurados pelo método de quimiluminescência com uso de soro sanguí-neo. A QV e da intensidade da tontura foram mensuradas pelo questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI) e por uma Escala Visual Analógica (EVA), respectivamente. Os participantes que apresentaram hipovitaminose D e VPPB no início do estudo receberam a MRC e foram divididos alternadamente em dois grupos: “HipoD-Sup” e “HipoD”. Os participantes do “HipoD-Sup” rece-beram suplementação da vitamina D (2.000 UI/dia) e o grupo “HipoD” não re-ceberam a suplementação. Os participantes com VPPB que não apresentaram hipovitaminose D compuseram o grupo “Controle” e receberam somente a MRC. Todos os grupos foram avaliados após a MRC e depois de doze sema-nas (tempo da suplementação do “HipoD-Sup”) todos os grupos foram reavali-ados quanto à QV e intensidade da tontura. Reavaliou-se também os níveis séricos de vitamina D dos grupos “HipoD-Sup” e “HipoD”. Para a análise des-critiva, foram utilizados valores de mediana, intervalo interquartil (IQR), e fre-quências absolutas e relativas. O efeito das intervenções foi avaliado pelo tes-te de Wilcoxon para dados pareados, com cálculo do tamanho do efeito (r de Rosenthal). A comparação entre os grupos foi realizada pelo teste de Kruskal-Wallis com base nos valores delta, sendo o tamanho do efeito calculado pelo épsilon quadrado (ε²). A correlação de Spearman foi utilizada, com nível de significância de 5%. Resultados: foram incluídos 34 participantes com idade média de 70,06±6,68 anos, com predominância de mulheres em todos os gru-pos. No grupo “HipoD-Sup” (n=12), houve aumento significativo nos níveis de vitamina D após a suplementação (P<0,001), com grande efeito (r=0,883), en-quanto o grupo “HipoD” (n=11) não apresentou alterações. Em todos os grupos a intensidade da tontura foi reduzida significativamente (P<0,05), bem como, houve melhora nas dimensões do DHI, refletindo em QV superior, sem dife-renças estatísticas entre si. Conclusão: a MRC contribuiu para a redução da tontura e melhora da QV dos participantes, independente do grupo em que estavam alocados, no período de 12 semanas.