Publicação:
Ocorrência de malformações encefálicas em cães

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Data

2024-08-23

Orientador

Amorim, Rogério Martins

Coorientador

Pós-graduação

Medicina Veterinária - FMVZ

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

As malformações encefálicas são anormalidades estruturais ou funcionais que impactam negativamente o desenvolvimento neurológico em cães. Essas condições patológicas podem ter origem genética, com envolvimento ou não de fatores ambientais, tóxicos, infecciosos, inflamatórios, resultando na manifestação de sinais neurológicos durante a fase de crescimento dos animais. Este estudo teve como objetivo descrever a ocorrência, aspectos clínicos, raças acometidas, sexo, tipo de crânio e média de idade em cães com malformações encefálicas atendidos pelo Serviço de Neurologia Veterinária do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Unesp – campus Botucatu-SP, no período de 2012 a 2022. Foram incluídos no estudo cães de até seis anos de idade com sinais neurológicos encefálicos, submetidos a exames de tomografia computadorizada (TC) e/ou ressonância magnética (RM). Durante o período avaliado foram identificados 494 cães (374 RM/120 TC) que atenderam aos critérios de inclusão, dos quais 55 (11,13%) apresentaram malformações encefálicas. Destes 55 cães, 27 (49,09%) eram braquicefálicos e 28 (50,9%) eram mesocefálicos. Cães sem raça definida, representaram a maior população dos casos analisados, sendo todos eles mesocefálicos (n=17 / 30,9%), seguidos por Shih-Tzu (n=9 / 16,4%), Pinscher (n=7 / 12,7%), Lhasa-Apso (n=3 / 5,5%), Chihuahua (n=3 / 5,5%) e Pug (n=2 / 3,6%). Outras raças como Bulldog, Yorkshire, Bulldog inglês, Boston Terrier, São Bernardo, Poodle miniatura, Beagle, Cavalier King Charles Spaniel, Labrador, Pastor Suíço e Cocker Spaniel foram representadas por apenas um indivíduo por raça (n=1 / 1,8%). Entre as malformações observadas, a Hidrocefalia foi a mais prevalente (n=34 / 61,81%), seguida por Chiari-Like (n= 6 / 10,9%), Hipoplasia Cerebelar (n=3 / 5,45%), Porencefalia (n=3 / 5,45%), Lisencefalia (n=3 / 5,45%), Cisto Aracnoide Quadrigeminal (n=3 / 5,45%), Meningoencefalocele (n=1 / 1,81%), Polimicrogiria (n=1 / 1,81%) e Hidranencefalia (n=1 / 1,81%). Os sinais clínicos observados apresentavam correlação neuroanatômica com o local da malformação. Foram observadas crises epilépticas (n=39 / 70,9%), alterações comportamentais, incluindo andar em círculos compulsivos (n=23 / 41,81%), resposta de ameaça diminuída ou ausente (n=23 / 41,81%), cegueira (n=14 / 25,45%), déficits proprioceptivos (n=17 / 30,9%), paresia dos membros (n=11 / 20%), hipermetria (n=11 / 20%), desvio lateral de cabeça (n=9 / 16,36%), ataxia cerebelar (n=6 / 10,9%), sensibilidade nasal diminuída ou ausente (n=5 / 9,09%). Alguns casos também apresentaram desequilíbrio (n=3 / 5,45%), tremor de intenção (n=3 / 5,45%), pressão da cabeça contra objetos (n=3 / 5,45%), cervicalgia (n=2 / 3,63%) e prurido cervical (n=1 / 1,81%). Embora muitas malformações encefálicas em cães não possuam tratamento efetivo, o uso de medicamentos e/ou procedimentos cirúrgicos pode contribuir para minimizar os déficits neurológicos e melhorar a qualidade de vida dos animais afetados. Em comparação com humanos que apresentam malformações encefálicas, especialmente aquelas que afetam áreas cognitivas, observa-se notável diferença na qualidade de vida, com os cães demonstrando uma melhor adaptação. A realização de exame neurológico detalhado, seguido por neuroimagem avançada é fundamental para um diagnóstico precoce e a implementação de medidas terapêuticas que visem melhorar o prognóstico e a qualidade de vida do animal.

Resumo (inglês)

Brain malformations are structural or functional abnormalities that negatively impact neurological development in dogs. These pathological conditions can have a genetic origin, with or without the involvement of environmental, toxic, infectious, or inflammatory factors, resulting in the manifestation of neurological signs during the animals' growth phase. This study aimed to describe the occurrence, clinical aspects, affected breeds, sex, skull type, and average age in dogs with cerebral malformations treated by the Veterinary Neurology Service at the Veterinary Teaching Hospital, School of Veterinary Medicine and Animal Science – Unesp, Botucatu campus, from 2012 to 2022. The study included dogs up to six years of age with neurological signs of cerebral origin, who underwent computed tomography (CT) and/or magnetic resonance imaging (MRI). During the evaluated period, 494 dogs (374 MRI/120 CT) meeting the inclusion criteria were identified, of which 55 (11.13%) presented cerebral malformations. Among these 55 dogs, 27 (49.09%) were brachycephalic and 28 (50.9%) were mesocephalic. Mixed-breed dogs represented the largest population among the analyzed cases, with all being mesocephalic (n=17 / 30.9%), followed by Shih Tzus (n=9 / 16.4%), Pinschers (n=7 / 12.7%), Lhasa Apsos (n=3 / 5.5%), Chihuahuas (n=3 / 5.5%), and Pugs (n=2 / 3.6%). Other breeds, such as Bulldog, Yorkshire Terrier, English Bulldog, Boston Terrier, Saint Bernard, Miniature Poodle, Beagle, Cavalier King Charles Spaniel, Labrador, Swiss Shepherd, and Cocker Spaniel, were represented by only one individual per breed (n=1 / 1.8%). Among the observed malformations, hydrocephalus was the most prevalent (n=34 / 61.81%), followed by Chiari-Like malformation (n=6 / 10.9%), cerebellar hypoplasia (n=3 / 5.45%), porencephaly (n=3 / 5.45%), lissencephaly (n=3 / 5.45%), quadrigeminal arachnoid cyst (n=3 / 5.45%), meningoencephalocele (n=1 / 1.81%), polymicrogyria (n=1 / 1.81%), and hydranencephaly (n=1 / 1.81%). The clinical signs observed correlated neuroanatomically with the location of the malformation. Epileptic seizures were common (n=39 / 70.9%), along with behavioral changes, such as compulsive circling (n=23 / 41.81%), diminished or absent menace response (n=23 / 41.81%), blindness (n=14 / 25.45%), proprioceptive deficits (n=17 / 30.9%), limb paresis (n=11 / 20%), hypermetria (n=11 / 20%), lateral head deviation (n=9 / 16.36%), cerebellar ataxia (n=6 / 10.9%), and decreased or absent nasal sensitivity (n=5 / 9.09%). Some cases also exhibited imbalance (n=3 / 5.45%), intention tremor (n=3 / 5.45%), head pressing against objects (n=3 / 5.45%), cervical pain (n=2 / 3.63%), and cervical pruritus (n=1 / 1.81%). Although many cerebral malformations in dogs lack effective treatment, medications and/or surgical procedures can help minimize neurological deficits and improve the quality of life for affected animals. Compared to humans with cerebral malformations, especially those affecting cognitive areas, dogs demonstrate a notable difference in quality of life, with better adaptation observed. Conducting a detailed neurological examination, followed by advanced neuroimaging, is crucial for early diagnosis and the implementation of therapeutic measures aimed at improving the clinical prognosis and quality of life of the animals.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

Souza, Rafael Francisco Bonito de. Ocorrência de malformações encefálicas em cães. Orientador: Rogério Martins Amorim. 2025. Dissertação ( Mestrado em Clínica médica veterinária) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia , Universidade Estadual Paulista(UNESP), Botucatu. 2024.

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