Narrativas em disputa: a (não) representação de mulheres negras e indígenas nos monumentos da cidade de São Paulo

Abstract

A presente pesquisa investiga a função dos monumentos públicos enquanto reprodutores de estruturas hegemônicas de poder, com foco na exclusão de mulheres negras e indígenas das simbologias da cidade de São Paulo. A investigação contextualiza essa exclusão por meio de uma análise histórica da cidade, destacando a colonialidade do poder e o racismo estrutural enquanto forças que moldam a construção da memória coletiva e da identidade nacional. A metodologia empregada inclui trabalhos de campo, entrevistas e o uso de intervenções artísticas como forma de resistência e denúncia. O estudo tensiona a monumentalização e a historiografia tradicional, propondo alternativas para uma patrimonialização crítica e inclusiva, alicerçada na ciência geográfica e comprometida com as memórias e identidades das comunidades historicamente marginalizadas.

This research investigates the role of public monuments as reproducing hegemonic power structures, focusing on the exclusion of Black and Indigenous women from the symbols of São Paulo. The investigation contextualizes this exclusion through a historical analysis of the city, highlighting coloniality of power and structural racism as forces that shape the construction of collective memory and national identity. The methodology employed includes fieldwork, interviews, and the use of artistic interventions as forms of resistance and denunciation. The study challenges monumentalization and traditional historiography, proposing alternatives for a critical and inclusive patrimonialization, grounded in geographical science and committed to the memories and identities of historically marginalized communities.