Conflitos e silenciamentos: cidadania, liberdade e imprensa no pós-abolição sob o olhar de José do Patrocínio

Abstract

O presente texto tem como objetivo investigar o periódico Cidade do Rio (1887-1902), cujo dono é José do Patrocínio. O trabalho se preocupa em entender as opiniões emitidas nesse jornal, que é um dos porta-vozes do abolicionismo, tendo colaborado com a promulgação da lei em 13 de maio de 1888. Temáticas como racismo, cidadania e liberdade permeiam todo o trabalho, analisadas também a partir de outras fontes, como a literatura, para compreensão de narrativas, memórias e projetos para o Brasil pós-abolicionista e republicano. Nomes como os de André Rebouças, Coelho Netto, Lima Barreto, e outros, também fazem parte da construção das argumentações da escrita, que busca explorar a atuação dos homens de cor dentro do jornal com suas produções e influência. Nesse sentido, a intenção é pensar as denúncias do impresso frente ao racismo sofrido pela população negra do Rio de Janeiro, bem como do próprio José do Patrocínio e seus pares. Entendendo, também, a partir da figura desse abolicionista, suas contradições e motivações, a partir das pistas deixadas nos números do jornal.

The aim of this text is to investigate the newspaper Cidade do Rio (1887-1902), owned by José do Patrocínio. The work is concerned with understanding the opinions expressed in this newspaper, which is one of the spokespersons for abolitionism, having collaborated with the end of slavery on May 13, 1888. Themes such as racism, citizenship and freedom permeate the entire work, which is also analyzed using other sources, such as literature, to understand narratives, memories and projects for post-abolitionist and republican Brazil. Names such as André Rebouças, Coelho Netto, Lima Barreto, and others, are also part of the construction of the arguments of the writing, which seeks to explore the performance of men of color within the newspaper with their productions and influence. In this sense, the intention is to think about the newspaper's denunciations of the racism suffered by the black population of Rio de Janeiro, as well as José do Patrocínio himself and his peers. We also want to understand, based on the figure of this abolitionist, his contradictions and motivations, from the clues left in the newspaper's issues.