Comparação dos efeitos da órtese tornozelo-pé fixa e articulada na mobilidade funcional e equilíbrio dinâmico de pacientes após Acidente Vascular Cerebral: um ensaio clínico controlado randomizado

Abstract

Introdução: Nosso objetivo foi comparar o uso de órteses tornozelo-pé (AFOs) fixas e articuladas em tarefas de mobilidade domiciliar, avaliando mobilidade de curto prazo, equilíbrio dinâmico, qualidade de vida, ansiedade/depressão, nível de incapacidade, autonomia, funcionalidade humana e satisfação do paciente. Métodos: Este foi um ensaio clínico randomizado, de dois braços, de grupos paralelos, com alocação oculta, cegamento do avaliador e análise completa de casos envolvendo pacientes com AVC crônico. Os participantes foram randomizados em dois grupos: AFO fixa (n=24) e AFO articulada (n=23). As AFOs foram fabricadas sob medida. Ambos os grupos realizaram durante 4 semanas tarefas de mobilidade domiciliar, 5 dias por semana. As medidas de resultados primários incluíram as mudanças no equilíbrio e na mobilidade avaliadas usando o Tinetti Performance-Oriented Mobility Assessment (POMA), o teste timed up and go (TUG) e a categoria de deambulação funcional (FAC). Os desfechos secundários abrangeram qualidade de vida, ansiedade/depressão, incapacidade, gravidade do AVC, autonomia, funcionalidade e satisfação do paciente. Resultados: Na comparação entre grupos, após ajuste para idade, sexo, gravidade do AVC e trombólise, o grupo AFO articulada apresentou melhor desempenho no teste TUG (p=0,020; d=0,93), POMA-Gait (p=0,001 ; d=0,53), POMA-Total (p=0,048; d=0,98) e FAC (p=0,003; d=1,03). Além disso, foi observada diferença significativa na funcionalidade (movimento usando equipamentos) entre os grupos (p=0,047; d=92). Conclusão: Um programa envolvendo tarefas de mobilidade domiciliares e AFOs articuladas melhorou a mobilidade funcional após AVC.

Introduction: We aimed to compare fixed and articulated AFOs in home-based mobility tasks, assessing short-term mobility, dynamic balance, quality of life, anxiety/depression, disability level, stroke severity, autonomy, human functioning, and patient satisfaction. Methods: This was a two-arm, parallel-group, randomized controlled trial with concealed allocation, assessor blinding, and complete case analysis involving patients with chronic stroke. Participants were randomized into two groups: fixed AFO (n=24) and articulated AFO (n=23). The AFOs were customfabricated. Both groups performed 4-week home-based mobility tasks 5 days a week. The primary outcome measures included the changes in balance and mobility assessed using the Tinetti Performance-Oriented Mobility Assessment (POMA), timed up and go (TUG) test, and functional ambulation category (FAC). The secondary outcomes encompassed quality of life, anxiety/depression, disability, stroke severity, autonomy, human functioning, and patient satisfaction. Results: In the between-group comparison, after adjusting for age, sex, stroke severity, and thrombolysis, the articulated AFO group showed better performance in the TUG test (p=0.020; d=0.93), POMA-Gait (p=0.001; d=0.53), POMA-Total (p=0.048; d=0.98), and FAC (p=0.003; d=1.03). Moreover, significant difference was noted in human functioning (moving around using equipment) between the groups (p=0.047; d=92). Conclusion: A program involving home-based mobility tasks and articulated AFOs improved functional mobility after stroke.