Publicação: Análise epidemiológica e impacto da saúde bucal na qualidade de vida de idosos: variações regionais e perspectivas clínicas
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Data
Autores
Orientador
Saliba, Tânia Adas 

Coorientador
Pós-graduação
Odontologia - FOA
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
O envelhecimento populacional no Brasil, acompanhado do aumento na expectativa de vida, exige adaptações substanciais nos serviços de saúde, incluindo atenção à saúde bucal. Este estudo teve como objetivo investigar, de maneira complementar, o uso dos serviços odontológicos públicos e as condições de saúde bucal da população idosa no estado de São Paulo e as condições de saúde bucal, a autopercepção, a
morbidade bucal referida, o acesso e uso de serviços odontológicos e o impacto da saúde bucal nas atividades diárias foram analisados especificamente no município de Presidente Prudente – SP. Para isso, no primeiro capítulo, foi realizado um estudo observacional, retrospectivo e quantitativo, utilizando dados secundários do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) referentes ao período de
2019 a 2023. Foram analisadas variáveis demográficas e assistenciais de diferentes Redes Regionais de Atenção à Saúde (RRAS) no estado, abrangendo categorias de procedimentos preventivos, restauradores, periodontais, protéticos e exodontias. Observou-se uma distribuição heterogênea da população idosa entre as Redes Regionais de Atenção à Saúde (RRAS), variando de 13,76% em Franco da Rocha (RRAS 3) a 20,41% em Presidente Prudente (RRAS 11). Procedimentos preventivos apresentaram maior concentração na RRAS 12, com média anual de 17.058 (±4.789), enquanto a RRAS 6 se destacou em procedimentos periodontais (66.574 ± 31.964) e protéticos, com incremento de 61,9% entre 2021 e 2023. A análise dos procedimentos restauradores revelou uma redução média de 65,3% em 2020, durante a pandemia de COVID-19, com recuperação desigual entre as RRAS. Exodontias, por sua vez, apresentaram concentração em cinco RRAS, responsáveis por 54,8% do total de procedimentos. No segundo capítulo, foi conduzido um estudo transversal, observacional e quantitativo entre março e agosto de 2024, com 63 idosos participantes do programa “Idoso Feliz” no município de Presidente Prudente, São Paulo. Foram coletados dados por meio de entrevistas estruturadas e exames clínicos, abordando variáveis como o índice CPO-D (média de 25,71 ± 7,21), condições periodontais, uso e necessidade de próteses e impactos psicossociais. Os resultados apontaram que 44,4% dos participantes necessitavam de próteses e 65,08% relataram dificuldades para mastigar, evidenciando impactos funcionais relevantes. A análise periodontal revelou que 27,78% dos sextantes apresentavam sangramento gengival, e 26,19% tinham cálculo dental. Além disso, dificuldades psicossociais, como vergonha ao sorrir e problemas para dormir, foram relatadas por 22,22% e 55,56% dos idosos, respectivamente. Os achados dos dois capítulos reforçam a importância de ações estratégicas que priorizem a reorganização dos serviços odontológicos no Sistema Único de Saúde, com foco na ampliação do acesso a procedimentos preventivos e reabilitadores. A desigualdade no volume de procedimentos entre as RRAS, aliada ao predomínio de práticas mutiladoras observadas na população idosa, evidencia a necessidade de superação de modelos odontológicos curativos para a integração de cuidados voltados à promoção de saúde e reabilitação funcional. A integração de estratégias de cuidado em saúde bucal com políticas intersetoriais é essencial para reduzir desigualdades e promover a equidade no acesso aos serviços. Tais ações devem contemplar as especificidades da população idosa, priorizando a funcionalidade oral, os aspectos psicossociais e o bem-estar geral. O fortalecimento de programas de saúde bucal, como o Brasil Sorridente, com foco na reabilitação protética e no acesso universal aos serviços odontológicos, tem potencial para mitigar os impactos adversos da perda dentária e melhorar substancialmente a qualidade de vida dessa população, especialmente em contextos de vulnerabilidade socioeconômica.
Resumo (inglês)
Population aging in Brazil, coupled with increased life expectancy, demands substantial adaptations in healthcare services, including oral health care. This study aimed to investigate, in a complementary manner, the use of public dental services and the oral health conditions of the elderly population in the state of São Paulo, as well as oral health conditions, self-perception, reported oral morbidity, access to and
use of dental services, and the impact of oral health on daily activities, specifically in the municipality of Presidente Prudente, São Paulo. In the first chapter, an observational, retrospective, and quantitative study was conducted using secondary data from the Primary Care Information System (SISAB) for the period 2019–2023. Demographic and care-related variables from different Regional Health Care Networks
(RRAS) were analyzed, encompassing preventive, restorative, periodontal, prosthetic, and tooth extraction procedures. A heterogeneous distribution of the elderly population across RRAS was observed, ranging from 13.76% in Franco da Rocha (RRAS 3) to 20.41% in Presidente Prudente (RRAS 11). Preventive procedures were concentrated in RRAS 12, with an annual average of 17,058 (±4,789), while RRAS 6 stood out in periodontal procedures (66,574 ± 31,964) and prosthetic procedures, with a 61.9% increase between 2021 and 2023. Restorative procedures showed a 65.3% average reduction in 2020 during the COVID-19 pandemic, with uneven recovery across RRAS. Tooth extractions were concentrated in five RRAS, accounting for 54.8% of all procedures. In the second chapter, a cross-sectional, observational, and quantitative study was conducted between March and August 2024, involving 63 elderly participants of the "Idoso Feliz" program in Presidente Prudente, São Paulo. Data were collected through structured interviews and clinical examinations, addressing variables such as the DMFT index (mean of 25.71 ± 7.21), periodontal conditions, prosthetic use and need, and psychosocial impacts. Results indicated that 44.4% of participants required prosthetic interventions, and 65.08% reported chewing difficulties, highlighting significant functional impacts. Periodontal analysis revealed that 27.78% of sextants exhibited gingival bleeding and 26.19% had dental calculus. Additionally, psychosocial difficulties such as embarrassment when smiling (22.22%) and sleep problems (55.56%) were reported by the elderly. Findings from both chapters emphasize the importance of strategic actions to reorganize dental services within the Unified Health System (SUS), focusing on expanding access to preventive and rehabilitative procedures. Inequities in the volume of procedures across RRAS, combined with the predominance of mutilating practices observed in the elderly population, underscore the need to shift from curative dental models to integrated care
that promotes health and functional rehabilitation. The integration of oral health care strategies with intersectoral policies is essential to reduce inequalities and promote equity in service access. These actions should address the specific needs of the elderly population, prioritizing oral functionality, psychosocial aspects, and overall well-being. Strengthening oral health programs, such as Brazil's "Brasil Sorridente," with a focus on prosthetic rehabilitation and universal access to dental services, has the potential to mitigate the adverse impacts of tooth loss and substantially improve the quality of life of this population, particularly in contexts of socioeconomic vulnerability.
Descrição
Palavras-chave
Saúde bucal, Qualidade de vida, Serviços de saúde, Idosos
Idioma
Português
Como citar
SILVA, B O. Análise epidemiológica e impacto da saúde bucal na qualidade de vida de idosos: variações regionais e perspectivas clínicas. Orientadora: Tânia Adas Saliba. 2025. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva em Odontologia) – Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Araçatuba, 2024.