Bonificação no estado do Rio de Janeiro: considerações a partir das contribuições de trabalhos acadêmicos (2008/2017)

Abstract

A avaliação em larga escala surge com proeminência no Brasil na década de 1990, com a estruturação de sistemas de avaliações nacionais que aferiam a qualidade do ensino brasileiro. O estado do Rio de Janeiro instaura, em 2008, seu próprio sistema de avaliação, nomeado Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro – SAERJ. Em 2010, o estado discute um importante fator para a melhoria do ensino e para a motivação do corpo docente e, em 2011, é implementada a bonificação docente que já era utilizada em outros estados da federação. Tento esse processo em vista, o objeto desta pesquisa foi a Bonificação Docente no Estado do Rio de Janeiro, tendo como objetivo principal identificar os trabalhos acadêmicos produzidos sobre a temática no período de 2008-2017. Por meio de pesquisa qualitativa, de levantamento de dados em produção acadêmica, foram selecionados seis trabalhos a partir dos quais analisou se a bonificação interfere no processo pedagógico do professor e se houve melhora na educação pública do Estado do Rio de Janeiros devido à essa política de incentivo. Esse tema surgiu a partir das discussões nas reuniões do Grupo de Estudos e Pesquisa em Política Educacional (GREPPE) e a especificidade do estado do Rio de Janeiro, foi devido à minha aproximação a esse estado durante a pesquisa de Iniciação Científica. Foi possível identificar na pesquisa que apesar dos esforços empreendidos para a obtenção dos resultados, as escolas ainda ficam abaixo das médias estipuladas, apesar de terem elevado os índices em comparação com o início da política, mas isso não significa que a qualidade tenha, de fato, uma melhora. Quanto à política de bonificação, os resultados obtidos revelam que há influência na forma como ocorre o processo pedagógico do professor e dos gestores da escola. A influencia no trabalho dos professores se dá através da organização do trabalho dos mesmo, a fim de alcançarem as metas estipuladas; enquanto a dos gestores se dá através da inserção na lógica de produção de resultados e premiação, fazendo com que os mesmos exerçam uma pressão no corpo docente da escola.