Vivendo práticas artísticas: oficinas arte-educativas como experiências de artisticidade, diversidade cultural e pertencimento

Abstract

A seguinte pesquisa delimita a potência artística em oficinas arte-educativas, proporcionadas em espaços públicos no território da Capela do Socorro, zona sul da cidade de São Paulo, entre 2019 a 2023, interagindo com conteúdos da Cultura Popular Brasileira e de Direitos Humanos, através de condutas antirracistas e inclusivas. A cartografia com seus postulados (Passos; Kastrup; Escóssia, 2009) e perspectivas decoloniais antirracistas (Fanon, 2022) compõem as condutas de pesquisa do pesquisador/psicólogo/artista/arte-educador, compreendendo o desenvolvimento da Artisticidade, Pertencimento e Diversidade Cultural, como conceitos teóricos-alicerces delimitados no percurso de pesquisa em Artes, evidenciando as propostas arte-educativas, em relatos e ensaios teórico-narrativos, extraídos da trajetória do pesquisador, que como psicólogo em serviços públicos de Saúde, ressaltou-se como arte-educador para abordar as demandas de cuidado e garantia de direitos delimitadas. Nesse sentido, observa-se que o enfrentamento a posturas eurocentralizadas, insurge na produção artística das oficinas e da convivência nelas experienciada, tornando-se subsídios para aprofundar potencialidades do fazer em Artes para finalidades, como promoção de saúde, Cidadania Cultural e fomento a elaboração de políticas públicas intersetoriais. Por meio das experiências arte-educativas delimitadas, oriundas de oficinas expressivas, com recursos visuais e corporais, buscou-se produzir leituras sobre os impactos dos agenciamentos descritos, suas perspectivas decolonizantes, que subvertem dominações epistemológicas, para favorecer fruição de conhecimento e cultura popular territorializada, e assim abrir caminhos para conceituações sobre possibilidades interculturais. Pela valorização de grupalidades em Arte-Educação, alinhadas aos postulados dos Direitos Humanos, evidenciou-se a importância de consolidar e perpetuar práticas artísticas em oficinas arte-educativas, que tornam visíveis os processos de Pertencimento, que envolvem afetividade e militância a favor dos grupos sociais historicamente marginalizados, interagindo com o fortalecimento de reflexões sobre políticas públicas sociais, que centralizam as Artes como vias possíveis para efetividade de garantia de direitos.

The following research delimits artistic power in art-educational workshops provided in public spaces in the territory of Capela do Socorro, southern zone of the city of São Paulo, between 2019 and 2023, interacting with contents of Brazilian Popular Culture and Human Rights, through anti-racist and inclusive conducts. The cartography with its postulates (Passos; Katrup; Escóssia, 2009) and antiracist decolonial perspectives (Fanon, 2022) compose the research conducts of the researcher/psychologist/artist/art-educator, understanding the development of Artisticity, Belonging, and Cultural Diversity, as theoretical-conceptual foundations delimited in the research journey in Arts, highlighting the art-educational proposals, in theoretical-narrative reports and essays, extracted from the researcher's trajectory, who as a psychologist in public Health services, stood out as an art-educator to address the delimited care demands and rights assurance. In this sense, it is observed that the confrontation with Eurocentric stances emerges in the artistic production of the workshops and the experience lived within them, becoming subsidies to deepen the potentialities of art-making for purposes such as health promotion, Cultural Citizenship, and fostering the development of intersectoral public policies. Through the delimited art-educational experiences, originating from expressive workshops, with visual and bodily resources, the aim was to produce readings on the impacts of the described agencies, their decolonizing perspectives, which subvert epistemological dominations, to favor the enjoyment of knowledge and territorially localized popular culture, and thus open paths for conceptualizations about possibilities of interculturality. Through the valorization of group dynamics in Art Education, aligned with the postulates of Human Rights, the importance of consolidating and perpetuating artistic practices in art-educational workshops was evidenced, which make visible the processes of Belonging, involving affectivity and activism in favor of historically marginalized social groups, interacting with the strengthening of reflections on social public policies, which centralize the Arts as possible avenues for effectively ensuring rights.