Publicação:
Barreiras socioespaciais, campo de possibilidades e projeto de vida: um estudo comparativo entre as juventudes escolares de Presidente Prudente e Flórida Paulista

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2024-12-16

Orientador

Turra Neto, Nécio

Coorientador

Pós-graduação

Geografia - FCT

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Esta pesquisa tem como objetivo analisar as práticas espaciais cotidianas vivenciadas por estudantes nas cidades de Flórida Paulista (SP), uma cidade pequena, e Presidente Prudente (SP), uma cidade média. O escopo empírico da pesquisa concentra-se nos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio, período noturno, de duas escolas públicas estaduais, uma em cada cidade. Em particular, busca-se compreender as trajetórias escolares, o campo de possibilidades em cada contexto geográfico (cidade pequena e cidade média), as relações entre os estudantes e suas dinâmicas e as práticas associadas ao cotidiano do espaço urbano – estudar, lazer, comprar, trabalhar, habitar e mobilidade. O objetivo é entender como o conteúdo da diferenciação e das desigualdades ocorre em contextos geográficos distintos, impondo barreiras socioespaciais ou estabelecendo pontes aos estudantes. Identificar as práticas socioespaciais cotidianas estabelecidas pelos estudantes na Geografia vivida é importante para a Geografia escolar. Isso possibilita a inclusão de elementos do lugar de vivência dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem, fomentando a formação cidadã e contribuindo para que os estudantes possam planejar seus projetos de vida. Adotamos metodologias de pesquisa qualitativas, incluindo observação participante, grupos focais e entrevistas, com foco nos sujeitos sociais e suas práticas socioespaciais, combinando a aplicação de um questionário socioeconômico junto aos estudantes, tendo em vista a construção de perfis individuais. Os resultados indicam que a transição da juventude para a idade adulta não é linear, sendo influenciada por diversos agentes externos, como família, grupos sociais, projetos sociais, atividades laborais e experiências urbanas. Esses elementos convergem de maneira complexa, moldando as perspectivas e visões de mundo dos jovens. Os resultados sugerem que a cidade pequena impõe mais restrições aos projetos de vida dos jovens, reforçando a cidade pequena como lócus de expulsão da população jovem. O contexto geográfico da cidade em que cada estudante está inserido desempenha um papel significativo nesse processo de transição da juventude para a fase adulta, influenciando diretamente em suas oportunidades e perspectivas de vida, presente e futura. No entanto, as barreiras oriundas do contexto geográfico não representam impossibilidades, mas sim desafios a serem superados para que os jovens alcancem seus objetivos. Ignorar a capacidade de intervenção dos indivíduos resultaria em uma avaliação que os retrataria como vítimas passivas em um cenário predefinido que dita os rumos de suas existências. Ao longo da pesquisa, enfatizou-se a importância da Geografia escolar como meio para que os jovens vislumbrem projetos de vida mais amplos. Nesse sentido, incluir a cultura geográfica dos estudantes-jovens como mediação para os conceitos e conteúdos geográficos em sala de aula, utilizando os elementos locais cotidianos, é um caminho promissor. Essa abordagem visa não apenas fornecer conhecimentos teóricos, mas também promover uma formação cidadã e contribuir para a ampliação do campo de possibilidades dos jovens, alinhada às vivências dos estudantes, incentivando-os a ampliar seus horizontes e a buscar novas oportunidades.

Resumo (inglês)

This research aims to analyze the everyday spatial practices experienced by students in the cities of Florida Paulista (SP), a small city, and Presidente Prudente (SP), a medium-sized city. The empirical scope of the research focuses on third-year high school students, in the evening, from two state public schools, one in each city. In particular, the aim is to understand school trajectories, the field of possibilities in each socio-spatial context (small town and medium-sized city), the relationships between students and their dynamics, and the practices associated with daily life in the urban space - study, leisure, shopping, work, housing and mobility. The aim is to understand how the contents of differentiation and inequality are processed in different urban contexts, imposing socio-spatial barriers or establishing bridges for students. Identifying the everyday socio-spatial practices established by students in lived Geography is important for school Geography. This makes it possible to include elements of the place where students live in the teaching-learning process, fostering citizen education and helping students to plan their life projects. We adopted qualitative research methodologies, including participant observation, focus groups and interviews, with a focus on the social subjects and their socio-spatial practices, combining the application of a socio-economic questionnaire to the students, with a view to building individual profiles. The preliminary results indicate that the transition from youth to adulthood is not linear and is influenced by various external agents, such as family, social groups, social projects, work activities and urban experiences. These elements converge in a complex way, shaping young people's perspectives and worldviews. The results suggest that the small town imposes more restrictions on young people's life projects, reinforcing the small town as a way of expelling young people. The context of the city in which each student lives plays a significant role in the transition from youth to adulthood, directly influencing their present and future life opportunities and prospects. However, the barriers arising from the social and geographical context do not represent impossibilities, but rather challenges to be overcome if young people are to achieve their goals. Ignoring the ability of individuals to intervene would result in an assessment that portrays them as passive victims in a predefined scenario that dictates the course of their existence. Throughout the research, we have emphasized the importance of school geography as a means for young people to envision broader life projects. In this sense, including the geographical culture of young students as a way of mediating geographical concepts and content in the classroom, using elements from local daily life, is a promising way forward. This approach aims not only to provide theoretical knowledge, but also to promote citizen education and contribute to broadening the field of possibilities for young people, according to the students' experiences, encouraging them to broaden their horizons and seek out new opportunities.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

MORETI, Nicole Mieko Takada. Barreiras socioespaciais, campo de possibilidades e projeto de vida: um estudo comparativo entre as juventudes escolares de Presidente Prudente e Flórida Paulista. Orientador: Nécio Turra Neto. 2024. 325 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2024.

Itens relacionados

Financiadores

Unidades

Departamentos

Cursos de graduação

Programas de pós-graduação