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Publicação:
O diabo no sertão e no jornal: diálogos entre as representações do diabólico em O Sertanejo, de José de Alencar, e a imprensa periódica oitocentista

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Supervisor

Amorim, Pablo Simpson Kilzer

Coorientador

Pós-graduação

Curso de graduação

Título da Revista

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Relatório de pós-doc

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

A presente pesquisa propõe o estudo do tema do pacto com o diabo e as figurações do diabólico na literatura sertanista do século XIX, tomando como principal objeto e ponto de referência o romance O Sertanejo, de José de Alencar. O estudo do romance se dá mediante o diálogo com obras literárias divulgadas na imprensa periódica dos oitocentos (1860-1880), cuja matéria envolve a sondagem do povo em regiões provincianas ou rurais, de modo a demonstrar o vívido interesse intelectual pelo sertão brasileiro contemplado pelo ambiente letrado em que se insere Alencar. Ao se comparar o modo como sertão é delineado no romance O sertanejo com outras obras contemporâneas que tem espaço na imprensa, como Lendas e Canções, de Juvenal Galeno, e Quadros, de Joaquim Serra, constata-se que as regiões agrestes do país são representadas como universo envolto em atmosfera sobrenatural, na qual avulta eventualmente o elemento diabólico. Diante de tal incidência, o trabalho investigará o modo como se articulam as representações do ambiente físico e social do sertão e figurações do diabólico, que em O sertanejo e nas obras convocadas à interlocução com o romance, representariam aspectos da imaginação popular. Entre os temas que se ligam ao diabólico, destaca-se o do pactário com o diabo, ideia que permeia o protagonista de O Sertanejo e que traz ao ambiente agreste representado reminiscências de temas caros ao romantismo, como o gênio, a rebeldia satânica, o herói assinalado, suscitados por obras como Fausto, de Goethe, o ponto alto do referencial estético para o temário do pacto. Acercando-se da cultura popular com liberdade inventiva, a literatura regional do século XIX se oferece como um espaço para experimentação estética em que se entrecruzam o lastro do real, a história e a imaginação popular; a exemplo de O Sertanejo, o maravilhoso popular parece ser espaço oportuno para a conjugação desses elementos que orientavam a tentativa de investigação da alma popular pela ficção. Em O Sertanejo, o maravilhoso parece se desenvolver sobretudo como atmosfera, em que a natureza soturna dos rincões, povoada de silêncios e superstições, recebe uma atmosfera aziaga, aberta às ideias de manifestações do diabólico, em particular do pacto com o demônio. Os juízos e crenças coletivas que ganham voz no romance de José de Alencar fazem o diabólico incidir sobre os rebeldes, os estranhos, os marginalizados, indivíduos deslocados que o herói de O Sertanejo, Arnaldo, parece encarnar. Assim, as sugestões do diabólico são manifestações do estranhamento frente o outro. A pesquisa, portanto, dedica atenção específica à relação do diabólico com o elemento popular, em que avultam o retrato supersticioso da alteridade. No que toca à figura do pactário, essa representação evoca releituras da tradição literária de Fausto, Goethe. O pacto com o diabo em sentido mais amplo o diabólico, em O Sertanejo, não seria elemento concernente apenas ao registro do maravilhoso popular, mas espécie de metáfora de conflitos e circunstâncias sociais e históricas.

Descrição

Palavras-chave

Romance sertanista - Séc. XIX, Figurações diabólicas, Imprensa - Séc. XIX, Literatura brasileira - História e crítica - Séc. XIX, Brazilian literature - History and criticism -19th century, Country romance - 19th century, Diabolical figurations, Press - 19th century

Idioma

Português

Como citar

SANCHES, Rafaela Mendes Mano. O diabo no sertão e no jornal: diálogos entre as representações do diabólico em O Sertanejo, de José de Alencar, e a imprensa periódica oitocentista. 2024. 27 f. Relatório (Pós-doutorado em Letras) - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", São José do Rio Preto 2024.

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