Do barraco de lona preta ao lenço vermelho: o processo da luta pela terra por meio da memória das mulheres no Pontal do Paranapanema

Abstract

Nosso objetivo inicial era compreender a produção de alimentos agroecológicos pelas mãos das mulheres camponesas, visando uma metodologia participante para analisar a rotina de trabalho delas, desmistificando o ideário da sociedade em que se estruturam as relações de opressão de gênero, classe, raça e orientação sexual. Neste sentido, pretendíamos demonstrar que as mulheres são extremamente importantes para a reprodução do campesinato, porém, vivem nas condições de invisibilidade e opressão. Em consonância com nossas intencionalidades em contribuir com o conhecimento geográfico através das temáticas de gênero e campesinato, ficamos à mercê das mudanças que nós éramos postas frente à pandemia, já que os trabalhos de campo naquele momento eram impossíveis. Neste sentido, pensando em metodologias excepcionais ancoradas nos temas, nos propusemos a compreender como foram os processos de luta pela terra no Pontal por meio de relatos das mulheres que em muitos trabalhados científicos e na história foram silenciadas e invisibilizadas. É importante considerarmos que existe uma realidade e que essa realidade não é a mesma para todos os indivíduos, existe uma heterogeneidade dentro de um processo ou uma dimensão específica da sociedade na qual se compreende o todo.

Nuestro objetivo inicial fue comprender la producción de alimentos agroecológicos por parte de las mujeres campesinas, buscando una metodología participativa para analizar su rutina de trabajo, desmitificando las ideas de sociedad que estructuran las relaciones de opresión de género, clase, raza y orientación sexual. En este sentido, pretendimos demostrar que las mujeres son sumamente importantes para la reproducción del campesinado, sin embargo, viven en condiciones de invisibilidad y opresión. En línea con nuestras intenciones de contribuir al conocimiento geográfico a través de las temáticas de género y campesinado, estuvimos a merced de los cambios que se nos presentaron ante la pandemia, ya que el trabajo de campo en ese momento era imposible. En ese sentido, pensando en metodologías excepcionales ancladas en los temas, nos propusimos comprender cómo los procesos de lucha por la tierra en Pontal fueron contados por mujeres que, en muchos trabajos científicos y en la historia, fueron silenciadas e invisibilizadas. Es importante considerar que hay una realidad y que esa realidad no es igual para todos los individuos, hay heterogeneidad dentro de un proceso o una dimensión específica de la sociedad en la que se entiende el todo.