Publicação: Mulheres camponesas: construindo resistências através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária
Carregando...
Arquivos
Data
Autores
Orientador
Paula, Ricardo Pires de 

Coorientador
Pós-graduação
Geografia - FCT
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
Entre os anos de 1998 e 2011 foram realizados 54 cursos de graduação no campo, totalizando 3.323 ingressantes, de acordo com dados do II PNERA. Apesar de os dados apontarem certa preocupação com o tema, torna-se pertinente a questão-problema central deste trabalho: a Educação do Campo, dentro da política do PRONERA, é uma ferramenta de resistência camponesa no combate à cultura machista? Nessa perspectiva, foi realizado um levantamento sobre o acesso de mulheres camponesas à educação, fazendo um recorte da discussão da igualdade de gênero, tendo em vista a histórica exclusão da mulher no campo devido a cultura do “cabra macho”, a qual acaba por repetir modelos patriarcais de organização. Para isso, fomos conhecer a origem e a trajetória das educandas dos cursos de ensino superior em Geografia, tanto de graduandas quanto de graduadas. Ao pesquisá-las, pudemos compreender o processo de vida de cada uma delas antes, durante e depois da inserção nos seus respectivos cursos, além de suas relações territoriais como camponesa, ribeirinha e/ou quilombola. Apresento, portanto, elementos da utilização das metodologias qualitativas na pesquisa geográfica de gênero, assim como do processo de construção da coleta de dados que se deu em duas etapas. A primeira parte da coleta se realizou com as graduandas do curso de Geografia da Terra e das Águas “Ulisses Manança”, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Já a segunda parte se desenvolveu no Curso Especial de Geografia (CEGEO), na UNESP de Presidente Prudente, com as educandas da turma “Milton Santos”. Quanto ao primeiro grupo, percebemos diferentes formas de inserção nas organizações sociais, que foram dadas em diferentes momentos de suas vidas, porém sempre sendo o ímpeto para o acesso acadêmico. Esse processo de inserção acadêmica se mostrou imprescindível na reconfiguração das relações familiares, trabalhistas e sociais nas comunidades estudadas, permeados pela emancipação das sujeitas, pela luta contra o capital e pela formação pedagógica do campo para o campo.
Resumo (inglês)
Rural Education is seen to face capitalism and appears as an element of resistance in the struggle for land (Camacho, 2014). Between 1998 and 2011, 54 undergraduate courses were held in the field, totaling 3,323 freshmen, according to data from II PNERAA. Although the data points to a certain concern with the theme, the central problem-issue of this work becomes pertinent: is Rural Education, within PRONERA's policy, a tool of peasant resistance in the fight against patriarchal culture? In this perspective, a survey was carried out on the access of peasant women to education, making an outline of the discussion of gender equality, in view of the historical exclusion of women in the countryside due to the culture of the “cabra macho”, which ends up repeating patriarchal models of organization. For that, we went to know the origin and the trajectory of the students of higher education courses in Geography, both undergraduate and graduate students. By researching them, we were able to understand the life process of each one of them before, during and after insertion in their respective courses, in addition to their territorial relations as peasant, riverside and/or quilombola. Therefore, I present elements of the use of qualitative methodologies in geographic gender research, as well as of the data collection construction process by two stages. The first part of the collection took place with the undergraduate students of the Geography of Earth and Waters course “Ulisses Mananças”, from the Federal University of Pará (UFPA). The second part was developed in the Special Course of Geography (CEGEO), at UNESP in Presidente Prudente, with the students of the class “Milton Santos”. As for the first group, we perceive different forms of insertion in social organizations, which were given at different times in their lives, but always being the impetus for academic access. This process of academic insertion proved to be essential in the reconfiguration of family, labor and social relationships in the studied communities, permeated by the emancipation of the subjects, by the fight against capital and by the pedagogical formation from the countryside to the countryside.
Descrição
Palavras-chave
Educação do campo, PRONERA, Feminismo, Geografia, Camponesas, Rural education, Feminism, Geography
Idioma
Português