Avaliação do extrato de inhame (Colocasia esculenta) como agente antiviral contra os vírus Chikungunya e Zika, e como agente larvicida contra mosquitos Aedes aegypti.

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Data

2019-09-27

Autores

Paulino, Gustavo Chagas Lutfala

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Arbovírus são vírus transmitidos por artrópodes. Apresentam grande importância no âmbito da saúde pública devido à morbidade e mortalidade de suas infecções. Nos últimos quatro anos, muitos casos de infecção pelos vírus Zika (ZIKV) e Chikungunya (CHIKV) foram notificados no Brasil. O controle de seu principal vetor, o mosquito Aedes aegypti, é uma das formas de combate a esses vírus. Não há, até o momento, terapia antiviral específica contra infecções causadas por esses vírus, e os meios de controle do vetor, disponíveis, geram resistência e danos ambientais. Assim, compostos naturais, com ação antiviral ou que controlem o vetor, tornam-se uma via importante e atrativa. O extrato de inhame (Colocasia esculenta) possui entre suas substâncias a tarina, uma lectina que demonstrou atividade antiviral contra o DENV e HCV, além de atividade larvicida contra mosquitos Diaphania nitidalis. O objetivo do trabalho foi avaliar a atividade do extrato de Colocasia esculenta, obtidos por dois métodos de extração, quanto a sua atividade antiviral contra o CHIKV e ZIKV, bem como quanto a sua ação larvicida contra o mosquito Aedes aegypti. Os extratos foram obtidos a partir das folhas e do caule do inhame, e extraídos com a utilização de água e metanol. Os extratos aquosos e metanólico foram obtidos por técnica de maceração. Para a avaliação da ação antiviral, os extratos foram utilizados em ensaios de citotoxidade e de redução de placas em cultura celular, bem como PCR em tempo real (qPCR) para quantificação da carga viral. Para a avaliação da ação larvicida, foi realizado o ensaio utilizando larvas de Aedes aegypti (Ae. aegypti) no quarto estágio de desenvolvimento. Quanto a atividade antiviral, os resultados mostraram que o extrato aquoso foi capaz de inibir a replicação de ZIKV em mais de 90% in vitro quando avaliado o fenótipo, por meio da contagem de placas, e de aproximadamente 5% para CHIKV. No entanto, o extrato metanólico não demonstrou ação sobre a replicação viral de ZIKV e CHIKV in vitro, pela contagem de placas. Quando avaliado quantitativamente, pelo qPCR, o extrato aquoso demonstrou diminuir atividade replicativa tanto de CHIKV cerca 1 log10 como de ZIKV cerca 3 log10. Já o extrato metanólico inibiu apenas a replicação de CHIKV, cerca 1 log10. Nenhum dos extratos apresentou efeito larvicida nas condições testadas. Os dados indicam que tanto o extrato aquoso como metanólico inibiram a replicação viral in vitro. Alguns estudos complementares serão necessários para determinar o real potencial antiviral dos extratos do inhame.
Arbovirus is the term designated for arthropod-borne viruses. They have a great importance in public health because of morbidity and mortality of their infections. In the last four years, many cases of Zika (ZIKV) and Chikungunya (CHIKV) virus infections have been reported in Brazil. Survilance of Aedes aegypti mosquitoes, is one of the ways to combat these viruses. There is no specific antiviral therapy against infections caused by these viruses, and inseticides to the vector control causes resistance and environmental damage. Thus, natural compounds, with antiviral action or controlling the vector, become an important and attractive aspect. Coconut yam extract (Colocasia esculenta) has various compounds, like a lectin that has shown antiviral activity against DENV and HCV, as well as larvicidal activity against Diaphania nitidalis mosquitoes. The objective of this work was to evaluate the activity of Colocasia esculenta extract, obtained by two extraction solvents, regarding its antiviral activity against CHIKV and ZIKV, as well as its larvicidal action against the Aedes aegypti mosquito. Initially, the extracts were obtained from the leaves and stem of the yam, and extracted using water and methanol. The aqueous and methanolic extracts were obtained by maceration technique. For the evaluation of antiviral action, the extracts were used in cytotoxicity and plaque reduction assays in cell culture, as well as real time PCR (qPCR) to quantify viral load. To evaluate the larvicidal action, the assay was performed using Aedes aegypti larvae (Ae. Aegypti) in the fourth stage of development. Regarding antiviral activity, the results showed that the aqueous extract was able to inhibit ZIKV replication in more than 90% in vitro when the phenotype was evaluated by plaque count and approximately 5% for CHIKV. However, methanolic extract showed no action on viral replication of ZIKV and CHIKV in vitro by plaque count. When evaluated quantitatively by qPCR, aqueous extract was shown to decrease replicative activity of both CHIKV about 1 log10 and ZIKV about 3 log10. Methanolic extract only inhibited CHIKV replication, about 1 log10. None of the extracts showed larvicidal effect under the tested conditions. The data indicate that both aqueous and methanolic extracts have interfered with viral replication in vitro. Further studies will be needed to determine the actual antiviral potential of yam extracts.

Descrição

Palavras-chave

Colocasia esculenta, Extrato, Antiviral, ZIKV, CHIKV

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