Curta, comente, compartilhe: a experiência de youtubers negras e o exercício do Direito à Comunicação

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2021-03-12

Autores

Mateus, Felipe de Oliveira

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Com o avanço dos meios de comunicação digital e a abertura de novas possibilidades para produção e consumo de informações em rede, mostram-se pertinentes reflexões de como garantir que os direitos constitucionais de comunicação e de acesso à informação se realizem e de que forma as práticas culturais que se realizam em torno das novas mídias podem ser entendidas como exercícios desses direitos. Partindo de pressupostos teóricos que contemplam o Direito e à Comunicação, verifica-se que o ordenamento jurídico vigente lança um olhar aos meios de comunicação ainda ligado aos padrões analógicos da comunicação de massa e às interações comunicacionais possibilitadas por eles. Assim, assumindo como paradigma comunicacional um cenário de produção e consumo de informações por meio de dispositivos e plataformas digitais, impulsionado pelo reconhecimento do processo de midiatização da sociedade, onde a comunicação perpassa todas as esferas sociais, esta pesquisa propõe uma análise das relações de produção e consumo de conteúdos em novas mídias com o objetivo de identificar novas formas de exercício do Direito à Comunicação. Para isso, foram analisados o trabalho de produtoras de vídeos (youtubers) negras, que divulgam conteúdos relativos a sua cultura, realidade e demandas sociais por direitos, bem como as interações em rede entre usuários propiciadas por esses conteúdos. Os recursos metodológicos utilizados para tanto foram os oferecidos pela análise exploratória e documental, verificando as características do trabalho, dos conteúdos e das abordagens trabalhadas pelas youtubers selecionadas, ao passo que as interações ocorridas em torno dos vídeos analisados foram estudadas com base em uma abordagem netnográfica. O resultado da pesquisa aponta formas com que as youtubers exercem seu Direito à Comunicação, como a abordagem de temas incipientes nos meios de comunicação tradicionais e a visibilidade que adquirem no espaço midiático. O trabalho também mostra aspectos da experiência do público com esses temas, tais como sua relação com o conceito de racismo estrutural, a partir da análise das interações estabelecidas por meio dos comentários dos vídeos.
With the advance of digital media and new possibilities for production and consumption of information on the internet, studies about ways to ensure that constitutional rights of communication and of access to information can be performed and how these cultural practices around new media can be understood as exercises of these rights appear to be relevant. Based on theoretical presuppositions from Law Studies and Communication Studies, the current legal order understands media with analogical patterns of mass communication and its interactions. Assuming as communicational paradigm a scene of production and consumption information by digital devices and platforms, promoted by the recognition of the mediatization of society, in which communication runs through all social spheres, this research proposes an analysis of the relations of production and consumption of contents in new media, due to identify new forms of exercising the right to communicate. The analysis focused on the work of black women video producers (youtubers), who publicize contents related to their culture, social reality and demands for rights, as the interactions among youtube users provided by these contents. The methodological resources used were those offered by exploratory analysis and documentary analysis, verifying the aspects of the selected youtuber's work, contents and approaches, while the interactions occurred around the videos were studied based on a netnographic approach. The results indicate ways that the youtubers exercise their right of communication, as the approach of incipient topics in traditional media and as the visibility they obtain in media space. It also presents aspects of the public experience with these subjects, as their relation with the concept of structural racism, since the analysis of the interactions established by the comments from the videos.

Descrição

Palavras-chave

Direito à comunicação, Youtubers, Feminismo negro, Midiatização, Netnografia, Right of communication, Black feminism, Mediatization, Netnography

Como citar