Retratos do missivista quando jovem: personas literárias na correspondência amorosa de James Joyce

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Data

2019-12-05

Autores

Andrade, Rangel Gomes de [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

La correspondance amoureuse de James Joyce adressée à Nora Barnacle s'étend sur les années 1904, 1909 et 1912, époque où Joyce expérimentait encore des formes littéraires, de sorte que les lettres adressées à sa bien-aimée correspondent à cette période et constituent également un espace d'expérience esthétique. Un processus de fictionnalisation centré sur le moi se produit: l'écrivain se masque, prend de nouvelles identités dans l'espace de l'énonciation épistolaire, personnifiant des figures littéraires qui représentent l'artiste moderne avec lequel il s'identifie et qu’il va projeter dans l'écriture épistolaire. C'est ainsi que Joyce assume les masques des personnalités littéraires et sociales du 19e siècle, l’outsider et le dandy, devenus emblématiques de l'artiste moderne pour les courants littéraires de tendance romantique et symboliste. De ce point de vue, la correspondance devient une représentation d'elle-même, située dans un espace intermédiaire entre le vécu et le créé, une forme performative fondée sur une rhétorique qui flotte entre les pôles de la sincérité et de la dissimulation. Ce travail vise donc à démontrer et à analyser les moyens par lesquels Joyce, dans ses lettres à Nora, produit une énonciation qui évoque des images de lui-même proches des figures de l’outsider et du dandy. Pour soutenir l'approche proposée, nous nous servons d’ une série de théoriciens de l'épistolaire, dont la perspective privilégie le statut littéraire de la lettre. Parmi les principaux auteurs qui constituent l’appareil théorico-méthodologique de ce travail, on peut citer Mireille Bossis (1986), Vincent Kaufmann (1990), Benoît Melançon (1996), Marie-Claire Grassi (2005), Jelena Jovicic (2010), Brigitte Diaz (2016), Geneviève Harouche-Bouzinac (2016), entre autres.
A correspondência amorosa de James Joyce endereçada a Nora Barnacle perpassa os anos de 1904, 1909 e 1912, período em que Joyce ainda experimentava com as formas literárias, de modo que as cartas para a amada correspondem a esse período, constituindo também um espaço de experimentação estética. Nelas ocorre um processo de ficcionalização centrado no eu: o missivista se mascara, assume novas identidades no espaço da enunciação epistolar, personificando figuras literárias, representações do artista moderno com os quais se identifica e que projeta na escrita epistolar. Assim, Joyce assume as máscaras do outsider e do dândi, figuras sociais e literárias caras ao século XIX que se tornaram emblemáticas da postura do artista moderno forjada na virada do século por meio das correntes literárias romântico-simbolistas. Desse ponto de vista, a correspondência torna-se uma encenação de si, situada em uma instância intermediária entre o vivido e o criado, uma forma performática fundada em uma retórica que flutua entre os polos da sinceridade e da dissimulação. Este trabalho objetiva, portanto, demonstrar e analisar os meios pelos quais o Joyce epistológrafo produz uma enunciação que evoca imagens de si próximas das figuras do outsider e do dândi. Para fundamentar a abordagem proposta, nos reportamos a uma série de teóricos do gênero epistolar cuja perspectiva privilegia o estatuto literário da carta. Entre os principais autores que constituem o aparato téorico-metodológico deste trabalho podemos mencionar Mireille Bossis (1986), Vincent Kaufmann (1990), Benoît Melançon (1996), Marie-Claire Grassi (2005), Jelena Jovicic (2010), Brigitte Diaz (2016), Geneviève Harouche-Bouzinac (2016), dentre outros.

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Palavras-chave

Correspondance, James Joyce, Correspondência, Persona, Outsider, Dândi

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