Avaliação clínica e instrumental da deglutição em sujeitos com histórico de câncer de cabeça e pescoço: estudo observacional

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Data

2023-03-06

Orientador

Santos, Daniela Micheline dos

Coorientador

Pós-graduação

Odontologia - FOA

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

Os pacientes com histórico de câncer de cabeça e pescoço podem apresentar disfagia após o tratamento, trazendo comprometimento físico, psicossocial e emocional. Portanto, o objetivo desse estudo observacional foi avaliar, de modo clínico e instrumental, a deglutição em voluntários com e sem histórico de câncer de cabeça e pescoço por meio da amplitude eletromiográfica, fluxo salivar e qualidade de vida. Para isso, foram analisados em primeiro momento 30 indivíduos, portadores de próteses totais bimaxilares há pelo menos 6 meses, com (grupo teste; n=15) e sem (grupo controle; n=15) histórico de câncer de cabeça e pescoço, atendidos no Centro de Oncologia Bucal da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (COB/FOA-UNESP) e em segundo momento, 15 indivíduos com histórico de câncer de cabeça e pescoço atendidos na Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA– UNESP), foram submetidos ao tratamento radioterápico, isoladamente ou em combinação com cirurgia e/ou quimioterapia, e portadores de próteses totais bimaxilares há pelo menos 6 meses. O MD Anderson Dysphagia Inventory (MDADI) foi utilizado para rastrear a presença ou não de disfagia e seus efeitos na qualidade de vida. O grau de disfunção orofaríngea dos voluntários foi determinado por uma fonoaudióloga que observou e coletou diferentes informações durante o protocolo de deglutição. Os dados obtidos foram submetidos aos testes de aderência à curva normal (Shapiro-Wilk) e, posteriormente, aplicado o teste estatístico adequado (T-Student ou Mann-Whitney). Os dados relacionados à limitação da deglutição (tanto para os dados numéricos quanto para os escores) foram correlacionados com o grau de disfunção orofaríngea por meio da correlação de Kendall, com nível de significância de 5%. Na primeira avaliação não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos teste e controle na análise eletromiográfica dos músculos temporal, masseter e supra-hióideos nas condições de repouso (p = 0,468 / 0,663 / 0,619) e deglutição de néctar (p = 0,240 / 0,830 / 0,870), líquido (p = 0,101 / 0,760 / 0,838), pudim (p = 0,056 / 0,902 / 0,967) e sólido (p = 0,494 / 0,805 / 0,116). Em relação ao fluxo salivar, também não houve diferença estatística significativa entre os grupos (p=0,438). Os pacientes oncológicos submetidos ao tratamento do câncer de cabeça e pescoço apresentaram grande impacto na qualidade de vida, principalmente para o domínio emocional do questionário aplicado (p<0,001). A maioria dos indivíduos do grupo teste relatou que a deglutição limitou também suas atividades diárias. Na segunda avaliação não houve correlação entre limitação da deglutição (dados numéricos) e grau de disfunção orofaríngea (correlação: -0,302; p = 0,173) ou entre limitação da deglutição (dados do escore) e grau de disfunção orofaríngea (correlação: -0,209; p = 0,395). Desse modo, o emprego de medidas subjetivas, como o questionário MDADI, em pacientes oncológicos, mostrou-se relevante para a compreensão do real impacto do tratamento do câncer de cabeça e pescoço na deglutição. Tais medidas, se usadas em conjunto com os dados obtidos de medidas objetivas e clínicas, podem oferecer informações importantes sobre os aspectos funcionais de cada paciente e contribuir no diagnóstico e tratamento proposto pela equipe médica. Além de que, os pacientes oncológicos submetidos ao tratamento do câncer de cabeça e pescoço apresentaram grande impacto na qualidade de vida, principalmente para o domínio emocional do MDADI. Na avaliação da limitação de deglutição (MDADI) e grau de disfagia orofaríngea (análise clínica fonoaudiológica) e, entretanto, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas com a presença da prótese total bimaxilar.

Resumo (inglês)

Patients with a history of head and neck cancer may have dysphagia after treatment, causing physical, psychosocial and emotional impairment. Therefore, the objective of this observational study was to clinically and instrumentally evaluate swallowing in volunteers with and without a history of head and neck cancer through electromyographic amplitude, salivary flow and quality of life. For this, 30 individuals were analyzed at first, with bimaxillary complete dentures for at least 6 months, with (test group; n=15) and without (control group; n=15) history of head and neck cancer, attended at the Oral Oncology Center of the Faculty of Dentistry of Araçatuba (COB/FOA-UNESP) and secondly, 15 individuals with a history of head and neck cancer treated at the Faculty of Dentistry of Araçatuba (FOA-UNESP) underwent treatment radiotherapy, alone or in combination with surgery and/or chemotherapy, and bimaxillary complete dentures for at least 6 months. The MD Anderson Dysphagia Inventory (MDADI) was used to track the presence or absence of dysphagia and its effects on quality of life. The degree of oropharyngeal dysfunction of the volunteers was determined by a speech therapist who observed and collected different information during the swallowing protocol. The data obtained were submitted to tests of adherence to the normal curve (Shapiro-Wilk) and, subsequently, the appropriate statistical test was applied (T-Student or Mann-Whitney). Data related to swallowing limitation (both numerical data and scores) were correlated with the degree of oropharyngeal dysfunction using Kendall's correlation, with a significance level of 5%. In the first evaluation, no statistically significant differences were found between the test and control groups in the electromyographic analysis of the temporal, masseter and suprahyoid muscles at rest (p = 0.468 / 0.663 / 0.619) and nectar swallowing (p = 0.240 / 0.830 / 0.870), liquid (p = 0.101 / 0.760 / 0.838), pudding (p = 0.056 / 0.902 / 0.967) and solid (p = 0.494 / 0.805 / 0.116). Regarding salivary flow, there was also no statistically significant difference between groups (p=0.438). Cancer patients undergoing treatment for head and neck cancer had a great impact on their quality of life, especially for the emotional domain of the applied questionnaire (p<0.001). Most individuals in the test group reported that swallowing also limited their daily activities. In the second evaluation, there was no correlation between swallowing limitation (numerical data) and degree of oropharyngeal dysfunction (correlation: -0.302; p = 0.173) or between swallowing limitation (score data) and degree of oropharyngeal dysfunction (correlation: -0.209; p = 0.395). Thus, the use of subjective measures, such as the MDADI questionnaire, in cancer patients, proved to be relevant for understanding the real impact of head and neck cancer treatment on swallowing. Such measurements, if used in conjunction with data obtained from objective and clinical measurements, can provide important information about the functional aspects of each patient and contribute to the diagnosis and treatment proposed by the medical team. In addition, cancer patients undergoing treatment for head and neck cancer had a great impact on quality of life, especially for the emotional domain of the MDADI. In the evaluation of the limitation of swallowing (MDADI) and degree of oropharyngeal dysphagia (clinical speech therapy analysis) and, however, no statistically significant differences were found with the presence of the bimaxillary complete denture.

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Idioma

Português

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