Fluoretação das águas de abastecimento público em 23 municípios da Amazônia maranhense

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Data

2024-09-02

Orientador

Moimaz, Suzely Adas Saliba

Coorientador

Pós-graduação

Saúde Coletiva em Odontologia - FOA

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Um dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) propostos pelas Nações Unidas é “alcançar até 2030 o acesso universal e equitativo à água potável”. No Brasil o íon flúor consta entre os indicadores físico-químicos de potabilidade sendo uma medida de saúde pública consagrada na prevenção de cárie dentária e regulamentada no país desde 1974. A política Nacional de saúde bucal define que “o acesso à água tratada e fluoretada é essencial para garantir saúde à população”, no entanto, a distribuição da medida é extremamente desigual entre as regiões do país. Diante desse cenário, os objetivos nessa pesquisa foram: Investigar e descrever as condições de oferta e distribuição de água potável e o órgão responsável pelo abastecimento público de água; analisar os teores de F das águas de abastecimento público e a vigilância desses teores, a cobertura das equipes de saúde bucal e o número de ações de prevenção com uso do flúor executadas no âmbito do Sistema Único de Saúde; verificar a percepção dos coordenadores de saúde bucal e dos diretores dos sistemas de abastecimento de água sobre a fluoretação das águas de abastecimento público nos municípios investigados. A amostra foi composta por 23 municípios da macrorregião de saúde IV na Amazônia maranhense. A coleta de dados secundários considerou aspectos de população servida por água tratada e encanada; fontes de água bruta; órgão responsável pelo abastecimento de água; o processo de fluoretação das águas e disponibilidade dos dados; cobertura das equipes de saúde bucal, procedimentos com uso do F e amostras de vigilância do íon na água realizadas pela rede SUS disponibilizadas em bases de dados de acesso público. Na pesquisa de campo foram coletadas amostras de água in loco (n=763), sempre na primeira quinzena durante os meses de maio, junho e julho de 2022, com o intuito de investigar os níveis de F na água da macrorregião. Dados primários foram coletados a partir de um inquérito semiestruturado aplicado por meio de entrevista aos Coordenadores de saúde bucal e aos diretores dos sistemas de abastecimento dos municípios. Verificou-se que apenas 38% da população da macrorregião IV têm acesso à água encanada e 44 % dessa é tratada minimamente com desinfecção simples. A dependência de águas subterrâneas é alta (92%); a grande quantidade de população rural e a extensão do estado do Maranhão constituem um desafio para ampliar o acesso à água potável, sendo que menos de 1% dos municípios realiza a vigilância do F nas águas e apenas 9,9% das amostras registradas no SNIS estavam dentro do nível considerado ótimo para prevenção de cárie. O resultado das análises das amostras coletadas nos 23 municípios demonstrou não haver presença de flúor natural, estando abaixo do índice recomendado pelo CECOL para prevenção de cárie. A cobertura das equipes de saúde bucal foi de 81% na macrorregião, chegando a 100% em 11 dos 23 municípios. A proporção de aplicação tópica de flúor individual foi abaixo de 1 por habitante ao ano em todos os municípios; para as ações coletivas de aplicação tópica de flúor apenas 2 municípios tiveram uma proporção de pelo menos 2 por habitante ao ano, não havendo políticas públicas viáveis para a prevenção da doença cárie. O inquérito semiestruturado foi respondido por todos os coordenadores de saúde bucal e 18 diretores dos sistemas de abastecimento. A ausência de um mapa da rede de distribuição de água foi relatada por 95% dos diretores, que relataram não haver adição de flúor na água de abastecimento do seu município. Apenas 38% dos coordenadores de saúde bucal responderam corretamente sobre a regulamentação da fluoretação no Brasil, porém, todos reconhecem o benefício da medida na redução da prevalência de cárie e afirmaram ser favoráveis a medida. A região da Amazônia maranhense apresenta baixa cobertura de abastecimento de água e a população ainda não teve acesso a água fluoretada, embora a medida seja uma das principais dimensões de ação da Política Nacional de Saúde Bucal. A alta cobertura pelas equipes de saúde bucal nos municípios não refletiram no uso de produtos fluoretados coletivos ou individuais. Os coordenadores de saúde bucal afirmaram ser favoráveis a medida de fluoretação das águas e compreendem que a medida coletiva diminui a prevalência de cárie.

Resumo (inglês)

One of the Sustainable Development Goals (SDGs) proposed by the United Nations is to “achieve universal and equitable access to safe drinking water by 2030”. In Brazil, fluoride is one of the physical and chemical indicators of potability and is a public health measure used to prevent tooth decay and has been regulated in the country since 1974. The national oral health policy states that “access to treated and fluoridated water is essential to ensure the health of the population”, however, the distribution of this measure is extremely uneven across the country’s regions. Given this scenario, the objectives of this research were: To investigate and describe the conditions of supply and distribution of safe drinking water and the agency responsible for the public water supply; to analyze the F levels of public water supply and the monitoring of these levels, the coverage of oral health teams and the number of prevention actions using fluoride carried out within the scope of the Unified Health System; to verify the perception of oral health coordinators and water supply system directors regarding the fluoridation of public water supplies in the municipalities investigated. The sample consisted of 23 municipalities in the health macro-region IV in the Maranhão Amazon. Secondary data collection considered aspects of the population served by treated and piped water; raw water sources; the agency responsible for the water supply; the water fluoridation process and data availability; coverage of oral health teams, procedures using F and ion surveillance samples in water carried out by the SUS network made available in publicly accessible databases. In the field research, water samples were collected on site (n = 763), always in the first fortnight during the months of May, June and July 2022, in order to investigate the F levels in the water of the macro-region. Primary data were collected from a semi-structured survey applied through interviews with the Oral Health Coordinators and the directors of the supply systems of the municipalities. It was found that only 38% of the population in macroregion IV has access to piped water and 44% of this population is treated minimally with simple disinfection. The dependence on groundwater is high (92%); the large rural population and the size of the state of Maranhão pose a challenge to expanding access to drinking water, with less than 1% of the municipalities monitoring F in water and only 9.9% of the samples recorded in the SNIS were within the level considered optimal for preventing tooth decay. The results of the analyses of the samples collected in the 23 municipalities demonstrated that there was no presence of natural fluoride, being below the index recommended by CECOL for preventing tooth decay. The coverage of oral health teams was 81% in the macroregion, reaching 100% in 11 of the 23 municipalities. The proportion of topical application of individual fluoride was below 1 per inhabitant per year in all municipalities; For collective actions involving topical application of fluoride, only 2 municipalities had a proportion of at least 2 per inhabitant per year, and there were no viable public policies for preventing tooth decay. The semi-structured survey was answered by all oral health coordinators and 18 directors of supply systems. The absence of a map of the water distribution network was reported by 95% of the directors, who reported that there was no fluoride added to the water supply in their municipality. Only 38% of the oral health coordinators answered correctly about the regulation of fluoridation in Brazil, however, all recognize the benefit of the measure in reducing the prevalence of tooth decay and stated that they are in favor of the measure. The Amazon region of Maranhão has low water supply coverage and the population still does not have access to fluoridated water, although the measure is one of the main dimensions of action of the National Oral Health Policy. The high coverage by oral health teams in the municipalities did not reflect in the use of collective or individual fluoridated products. Oral health coordinators stated that they are in favor of the water fluoridation measure and understand that the collective measure reduces the prevalence of cavities.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

Santos PHB. Fluoretação das águas de abastecimento público em 23 municípios da Amazônia maranhense [dissertação]. Araçatuba: Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista (UNESP); 2024.

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