Natureza, infância e metalinguagem em Charles Baudelaire e Manoel de Barros
Carregando...
Data
2023-04-28
Autores
Orientador
Callipo, Daniela Mantarro
Coorientador
Pós-graduação
Letras - FCLAS
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
O presente trabalho tem como objetivo, a partir da análise comparativa entre poemas escolhidos de Manoel de Barros e Charles Baudelaire, ressaltar semelhanças e diferenças entre essas duas poéticas, principalmente sob o aspecto da visão sobre a Natureza, sobre a Infância e sob o ponto de vista da Metalinguagem. O trabalho consiste na análise comparativa entre poemas escolhidos em diversas obras de Manoel de Barros e poemas em prosa de Le spleen de Paris (1869), de Charles Baudelaire, segundo os eixos temáticos citados anteriormente. Para tanto, conceituamos em que consistem cada um dos temas tratados e quais nuances seriam evocadas por meio das análises, de modo a relacionar os poemas entre si, bem como entre os eixos temáticos traçados. Desse modo, procuramos refletir sobre os textos à luz de referências de diversos domínios do conhecimento relacionadas a cada um dos temas, como por exemplo, a filosofia e a fenomenologia, em que buscamos compreender a ideia de infância em relação à origem e à memória, neste trabalho representadas, principalmente, por Bachelard e Dufrenne; a antropologia, quando pensamos sobre a noção do perspectivismo ameríndio, pensada pelo antropólogo Viveiros de Castro, e da qual nos valemos como um princípio norteador de uma outra lógica de mundo em relação a uma visão sobre a Natureza, além de evocarmos as diferenças entre Natureza e Paisagem, pontuadas principalmente pela filósofa e crítica de arte Anne Cauquelin. Para tratar das Infâncias, trouxemos perspectivas históricas, a fim de buscar entender transformações das noções de Infância com o passar do século XIX para o século XX até chegar aos dias de hoje, e também por isso optamos por tratá-la no plural. Para a compreensão e análises dos aspectos da Metalinguagem, nos valemos de teóricos que versaram sobre a decolonialidade bem como sobre a ideia do silêncio na poesia moderna, como Aimé Césaire, Thiong’o, Barthes e Blanchot, respectivamente. Assim, esse trabalho propõe análises de parte da obra de um dos maiores nomes da poesia francesa do século XIX e estabelece um diálogo com uma das poéticas mais singulares e representativas da literatura brasileira contemporânea com o objetivo de comprovar que, para os dois poetas, o exercício poético ora associado à presença da Natureza, ora à da Infância ou, até mesmo, a sua própria construção autorreferente busca a composição de um locus amoenus moderno.
Resumo (francês)
Ce travail vise, à partir de l'analyse comparative entre des poèmes choisis de l’œuvre du poète brésilien Manoel de Barros et du poète français Charles Baudelaire, à mettre en évidence les similitudes et les différences entre ces deux poétiques, principalement du point de vue de la Nature, de l'Enfance et du Métalangage. La thèse consiste en une analyse comparative entre des poèmes choisis parmi plusieurs œuvres de Manoel de Barros et des poèmes en prose du Spleen de Paris (1869), de Charles Baudelaire, selon les axes thématiques évoqués ci-dessus. Pour ce faire, nous avons conceptualisé en quoi consistait chacun des thèmes traités et quelles nuances seraient évoquées à travers les analyses, afin de faire confronter les poèmes entre eux, ainsi qu'aux axes thématiques présentés. De cette manière, nous cherchons à réfléchir sur les textes à partir de références de différents domaines d connaissances liées à chacun des thèmes, comme, par exemple, la philosophie et la phénoménologie, dans lesquels nous cherchons à comprendre l'idée d'enfance par rapport à l'origine et à la mémoire, dans cet étude, principalement représentée par les théories de Bachelard et Dufrenne ; nous évoquons l'anthropologie, quand l’on pense à la notion de perspectivisme amérindien, pensée par l'anthropologue Viveiros de Castro, et qui nous sert de guide d’une autre logique du monde en rapport avec une vision de la Nature, en plus d'évoquer les différences entre la Nature et Paysage, ponctuées principalement par la philosophe et critique d'art Anne Cauquelin. Pour traiter de l'Enfance, nous avons apporté des perspectives historiques, afin de chercher à comprendre l'évolution des notions d'Enfance au cours du XIXe siècle et du XXe siècle jusqu'à nos jours, et c'est aussi pour cette raison que nous avons choisi de la traiter par son pluriel. Afin de comprendre et d'analyser les aspects du métalangage, nous avons fait appel à des théoriciens qui ont traité de la décolonialité ainsi que de l'idée du silence dans la poésie moderne, tels que respectivement Aimé Césaire, Thiong'o, Barthes et Blanchot. Ainsi, cette thèse propose des analyses d'une partie de l'œuvre de l’un des plus grands noms de la poésie française du XIXe siècle et établit un dialogue avec l'une des poétiques les plus singulières et représentatives de la littérature brésilienne contemporaine dans le but de prouver que, pour les deux poètes, l'exercice poétique tantôt associé à la présence de la Nature, tantôt à celle de l'Enfance, ou encore sa propre construction autoréférentielle cherche la composition d'un locus amoenus moderne
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português