A criança que insiste em nós: o encontro da astronomia com a psicanálise
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Data
2024-08-26
Autores
Orientador
Langhi, Rodolfo
Coorientador
Pós-graduação
Educação para a Ciência - FC
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Este trabalho amplia os horizontes teóricos relacionados à criança na Educação em Astronomia ao refletir sobre os possíveis delineamentos do letramento científico no Ensino de Astronomia para crianças, permeado pelo olhar da teoria psicanalítica. A questão de pesquisa é: Quais as cadeias de significantes que podem ser formadas ao propormos o Ensino de Astronomia para crianças por meio de um modo outro de apresentar o letramento científico a partir de aproximações com o recorte psicanalítico? Assim, teve como objetivo estabelecer proposições do letramento científico para crianças a partir da teoria psicanalítica na Educação em Astronomia. A pesquisa foi caracterizada como explicativa de abordagem qualitativa e a sua constituição tem o campo psicanalítico como aporte, mais especificamente as teorias freudiana e lacaniana, bem como os campos da Psicanálise e Educação, além do diálogo com os referenciais teóricos da Educação em Astronomia e Ciências, e das teorias benjaminiana e bachelardiana. Os conceitos manejados ao longo do trabalho formaram a imagem da Constelação do Letramento Astronômico, em que cada estrela representa um significante: Espaço, Experiência, Palavra, Devaneio e Brincar; todas conectadas pelo campo transferencial. Tal imagem propõe um ensino de astronomia pensado por sujeitos sensíveis ao inconsciente, ao desejo, à alteridade e à linguagem. O letramento astronômico no Ensino de Astronomia precisa ser pensado também pelo campo subjetivo, da mediação, da linguagem e da realidade do desejo. Pelas relações estabelecidas nesta pesquisa, a Psicanálise pode contribuir com a noção de transferência e de educar para realidade do desejo no letramento científico, esta última, vista enquanto reconhecimento das medidas parciais do desejo, que afetam diretamente o ensino e o saber na astronomia. As considerações colocaram em foco a origem sexual da pesquisa infantil, por meio da pulsão sexual que se desloca para a pulsão de saber pela sublimação, além de evidenciarem a posição da criança enquanto sujeito do discurso e do desejo. Ao brincar com os objetos e com as palavras, as crianças vão se desenvolvendo, como visto no estádio do espelho, e conseguindo ampliar sua imaginação, de forma que a Psicanálise mostra outra face da criança e da infância. O campo psicanalítico mostrou-se bastante profícuo para pensar a Educação em Astronomia e seus processos de ensino, bem como na compreensão de sujeito. Pesquisas futuras podem ampliar o referencial teórico metodológico psicanalítico para o Ensino de Astronomia, bem como suas implicações interpretativas, como análises discursivas.
Resumo (inglês)
This work broadens the theoretical horizons related to children in Astronomy Education by reflecting on the possible outlines of scientific literacy in Astronomy Teaching for children, permeated by the gaze of psychoanalytic theory. The research question is: What are the chains of meaning that can be formed by proposing the teaching of astronomy to children through a different way of presenting scientific literacy, based on approximations with the psychoanalytic approach? The aim of this study was to establish propositions of scientific literacy for children based on psychoanalytic theory in Astronomy Education. The research was characterized as explanatory with a qualitative approach and its constitution has the psychoanalytic field as its support, more specifically Freudian and Lacanian theories, as well as the fields of Psychoanalysis and Education, in addition to dialogue with the theoretical references of Astronomy and Science Education, and Benjaminian and Bachelardian theories. The concepts handled throughout the work formed the image of the Constellation of Astronomical Literacy, in which each star represents a signifier: Space, Experience, Word, Reverie and Play; all connected by the transferential field. This image proposes an astronomy education designed by subjects who are sensitive to the unconscious, desire, otherness and language. Astronomical literacy in astronomy teaching also needs to be thought of through the subjective field of mediation, language and the reality of desire. From the relationships established in this research, Psychoanalysis can contribute to the notion of transference and educating for the reality of desire in scientific literacy, the latter seen as recognition of the partial measures of desire, which directly affect teaching and knowledge in astronomy. The considerations focused on the sexual origin of children's research, through the sexual drive that shifts to the drive for knowledge through sublimation, as well as highlighting the child's position as the subject of discourse and desire. By playing with objects and words, children develop, as seen in the mirror stage, and are able to expand their imagination, so that psychoanalysis shows another face of children and childhood. The psychoanalytical field has proved to be very useful for thinking about astronomy education and its teaching processes, as well as understanding the subject. Future research could expand the psychoanalytic theoretical and methodological framework for Astronomy Education, as well as its interpretative implications, such as discursive analysis.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
LIMA, Gleici Kelly de. A criança que insiste em nós: o encontro da astronomia com a psicanálise. Orientador: Rodolfo Langhi. 2024. 180 f. Tese (Doutorado em Educação para Ciência) - Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru, 2024.