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Lesões do complexo bucomaxilofacial resultante de violência contra mulheres: estudo comparativo antes e durante a pandemia da COVID-19

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Data

2024-05-06

Orientador

Martins, Ronald Jefferson

Coorientador

Garbin, Clea Adas Saliba

Pós-graduação

Odontologia - FOA 33004021011P0

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Introdução: A violência contra mulheres, perpetrada por seus parceiros íntimos, representa uma preocupação global de saúde pública, além de ser uma grave violação dos direitos humanos, enraizada em desigualdades estruturais de gênero. A emergência da pandemia de COVID-19 introduziu novos desafios e agravou ainda mais essa problemática, exacerbando as vulnerabilidades existentes e criando um contexto propício para o aumento da violência doméstica. Objetivo: O presente estudo foi dividido em dois capítulos, com o primeiro tendo como objetivo verificar os casos de violência, bem como o perfil das mulheres assistidas no Centro de Referência da Mulher (CRM), no período de 2019 a 2022, em um município do noroeste paulista. O segundo capitulo teve como objetivo verificar os casos de violência contra as mulheres nos registros policias na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), entre 2019 e 2021. Metodologia: No CRM os dados foram coletados por meio dos registros dos casos de violência contra a mulher atendidas no centro, foram tabulados por meio do programa Epi Info 7.2 e apresentados em frequências absolutas e percentuais. Na DDM os dados foram coletados por meio dos boletins de ocorrência e laudos periciais dos casos de mulheres atendidas na delegacia, no período de 2019 a 2021, tabulados em planilhas Excel, com estatísticas descritiva realizadas por meio do programa IBM SPSS e apresentados em tabelas e gráficos. Resultados: Os resultados mostraram que no CRM maioria apresentava de 40 a 60 anos incompletos e o tipo de violência mais observada foi a psicológica, seguido da física (176 e 119 casos, respectivamente). A maior parte tinha estudado até o ensino médio completo, estava inserida no mercado de trabalho em ocupações de baixa remuneração e residia em bairros periféricos. A análise dos casos ao longo de três períodos distintos - 2019 (antes da pandemia de COVID-19), 2020 (durante a pandemia) e 2021 (pós-lockdown), verificou-se que houve um pico de 208 casos no ano de 2020, ano em que foi estabelecido o “lockdown" como medida para conter o contagio da doença. Em relação à idade das denunciantes, observa-se a média na faixa etária dos 30 anos, o perfil etário permanece igual longo dos 3 anos. A análise da proporção de casos com lesão facial revela uma mudança significativa, especialmente durante o ano de 2020. Em 2020, a proporção de casos com lesão facial aumentou consideravelmente, representando 60,5% do total, a proporção de lesões leves foi de 97,7%, comparada com 100% em 2019 e 89,3% em 2021. As estruturas anatômicas mais envolvidas foram, no ano de 2019 em primeiro lugar a região labial (26%) e em segundo lugar a região frontal (23%); em 2020 a região periorbital(26%) seguida da região labial(17%) e em 2021, tanto a região frontal e a labial seguida da região labial com 22%. O agente mais utilizado nas agressões, nos anos 2019, 2020 e 2021 foi o contundente, com prevalência de 89,5%, 87,4% e 92,9%; respectivamente. Conclusão: Durante a pandemia de COVID-19, observou-se um aumento significativo na ocorrência de violência doméstica em todo o mundo, incluindo no Brasil. O confinamento imposto para conter a propagação do vírus contribuiu para intensificar esse problema, tornando as mulheres ainda mais vulneráveis aos abusos de seus parceiros. Visto que a ocorrência de novas pandemias não pode ser descartadas, é essencial que haja a criação de politicas públicas, com o engajamento de toda a sociedade, que inclui autoridades governamentais, instituições e comunidades, visando a promoção de uma cultura de respeito e igualdade de gênero, o que auxiliará na diminuição desse grave problema social.

Resumo (inglês)

Introduction: Violence against women, perpetrated by their intimate partners, represents a global public health concern, as well as a serious violation of human rights, rooted in structural gender inequalities. The emergence of the COVID-19 pandemic has introduced new challenges and further exacerbated this issue, amplifying existing vulnerabilities and creating a conducive environment for increased domestic violence.Objective: The present study was divided into two chapters, with the first aiming to verify cases of violence, as well as the profile of women assisted at the Women's Reference Center (DDM), from 2019 to 2022, in a municipality in the northwest of São Paulo state. The second chapter aimed to verify cases of violence against women in police records at the Women's Defense Police Station, between 2019 and 2021.Methodology: At the WRC, data were collected through records of cases of violence against women assisted at the center, tabulated using the Epi Info 7.2 program and presented in absolute frequencies and percentages. At the WDPS, data were collected through occurrence reports and forensic reports of cases of women assisted at the police station, from 2019 to 2021, tabulated in Excel spreadsheets, with descriptive statistics conducted using the IBM SPSS program and presented in tables and graphs. Results: The results showed that at the WRC, the majority were aged between 40 and 60 years old, and the most observed type of violence was psychological, followed by physical (176 and 119 cases, respectively). Most had completed high school education, were employed in low-paying occupations, and resided in peripheral neighborhoods. The analysis of cases over three distinct periods - 2019 (before the COVID-19 pandemic), 2020 (during the pandemic), and 2021 (post-lockdown) - revealed a peak of 208 cases in the year 2020, when "lockdown" was established as a measure to contain the disease's spread. Regarding the age of the complainants, the average age remained in the range of 30 years old over the three years. The analysis of the proportion of cases with facial injuries revealed a significant change, especially during the year 2020. In 2020, the proportion of cases with facial injuries increased considerably, representing 60.5% of the total; the proportion of minor injuries was 97.7%, compared to 100% in 2019 and 89.3% in 2021. The most involved anatomical structures were, in 2019, the lip region (26%) and the frontal region (23%); in 2020, the periorbital region (26%) followed by the lip region (17%); and in 2021, both the frontal and lip regions, followed by the lip region with 22%. The most commonly used agent in the aggressions, in the years 2019, 2020, and 2021, mas blunt force, with a prevalence of 89.5%, 87.4%, and 92.9%, respectively. Conclusion: During the COVID-19 pandemic, there was a significant increase in domestic violence worldwide, including in Brazil. The confinement imposed to contain the virus's spread contributed to intensifying this problem, making women even more vulnerable to partner abuse. Since the occurrence of new pandemics cannot be ruled out, it is essential to create public policies, with the engagement of society as a whole, including government authorities, institutions, and communities, aiming at promoting a culture of respect and gender equality, which will help decrease this serious social problem.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

Furtado BA. Lesões do complexo bucomaxilofacial resultante de violência contra mulheres: estudo comparativo antes e durante a pandemia da COVID-19 [dissertação]. Araçatuba: Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista (UNESP); 2024.

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