A unificação da forma-empresa de sociedade e a obsessão pelo governo de si mesmo: crítica ao neoliberalismo como racionalidade.
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Data
2024-08-20
Autores
Orientador
Pedroso, Gustavo José de Toledo
Coorientador
Pós-graduação
Serviço Social - FCHS
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Este estudo busca compreender a racionalidade nas bases teóricas e nos fundamentos político, filosófico e sociológico que envolvem a materialidade do neoliberalismo, situando a empresa como seu principal lugar. Procura-se demonstrar, com apoio nas produções críticas dessa racionalidade, que a empresa e os atributos subjetivos nela conformados assumem centralidade na forma do controle do trabalho e do governo das pessoas, tornando-se supostamente concebidos como única forma de viver e ser sociedade. Concomitantemente, embora não tenha como finalidade analisar o impacto da lógica da empresa como forma de ser sociedade no campo do Serviço Social brasileiro, este estudo realiza um diálogo com os/as pesquisadores/as assistentes sociais que já se debruçaram sobre a temática aqui proposta. A identificação de que as produções nesse campo de conhecimento tocam, principalmente, à crítica do empreendedorismo no mundo do trabalho, leva a crer que este estudo promove um alargamento de suas bases e de seus fundamentos na medida em que se propõe a identificar e refletir sobre as expressões da moral, dos valores e das formas disciplinares que estão na base do projeto neoliberal de sociedade e que acabaram por alterar as condutas dos governos e das pessoas em sociedade. Em resposta às descobertas e evidências desta pesquisa, realizam-se algumas reflexões sobre a forma-empresa/empreendedorismo como principal expressão do neoliberalismo na atualidade que, por meio de um discurso, convence as pessoas a considerarem a empresa e, por conseguinte, a conduta empresarial, como promessa de gozar plenamente da liberdade. Essa nova forma de se conduzir a si mesmo promete sanar todas as mazelas da sociedade neoliberal (fome, desemprego) por meio de mudanças individuais de comportamento. Essa ficção foi transposta, também, para além do meio laboral e mercantil, para as formas de ser, pensar, conduzir-se, roubando toda a objetividade e subjetividade da vida das pessoas e tornando-se, portanto, uma obsessão universal.
Resumo (inglês)
This study seeks to understand the theoretical bases and the political, philosophical and sociological foundations that surround the materiality of neoliberalism as rationality, placing the company as its main location. In its development, it shows, based on the critical productions of this rationality, that the company and the subjective attributes conformed to it become central in the form of controlling work and governing people, and are supposedly conceived as the only possible way of living in and being a society. Concurrently, although the purpose of this study is not to analyze the impact that the logic of the company as a way of being society has on the field of Brazilian Social Work, it does engage in a dialogue with researchers and social workers who have already addressed the issue proposed here. By identifying that the productions in this field of knowledge take place more at the level of criticizing entrepreneurship in the world of work, it leads us to infer that this study broadens its bases and foundations by proposing to identify and reflect upon the expressions of morals, values and disciplinary forms imprinted on the basis of which the neoliberal project of society was anchored and which ended up altering the conduct of governments and people in society. In response to the findings and pieces of evidence of this research, it offers some reflections on the company/entrepreneurial form as the main expression of neoliberalism nowadays, which, through a kind of discourse, convinces people to take up the company and, consequently, entrepreneurial conduct as a promise to fully enjoy freedom. This new way of conducting oneself promises to remedy all the ills of neoliberal society (hunger, unemployment) through individual changes in behavior. This fiction has also been transposed, beyond the working and commercial environment, to ways of being, thinking and conducting oneself, having stolen all objectivity and subjectivity from people's lives, and, therefore, becoming a universal obsession.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
AUD, Milena Ferraz. A unificação da forma-empresa de sociedade e a obsessão pelo governo de si mesmo: crítica ao neoliberalismo como racionalidade. Orientador: Gustavo José de Toledo Pedroso. 2024. 151f. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista, Franca, 2024.