Fatores preditores da resiliência ou suscetibilidades ao estresse de derrota social: importância do enfrentamento do agressor e de comportamentos relacionados à depressão e ansiedade
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Data
2024-12-13
Autores
Orientador
Marin, Marcelo Tadeu
Coorientador
Silva, Gessynger Morais
Pós-graduação
Curso de graduação
Araraquara - FCF - Farmácia
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
A interação social está presente cotidianamente na vida dos mamíferos, sendo ela muito relevante na sobrevivência e adaptação das espécies. Durante algumas interações, o ser humano é exposto a situações aversivas e a resposta que o organismo apresenta diante delas é chamada de estresse. Quando prolongada esta resposta pode resultar em alterações prejudiciais ao organismo, intensificando ou ainda dando origem a diversos transtornos, como a ansiedade, a depressão, alterações imunológicas, doenças cardiovasculares, aumento da propensão a dependência química e o câncer. Pode-se destacar como estímulo nocivo o estresse psicossocial que se apresenta entre outras formas como o bulling, o estresse no ambiente de trabalho e o estresse no ambiente doméstico e tem como modelo validado de estudo em animais (ratos e camundongos) o estresse de derrota social (EDS). No entanto, estudos revelam que nem todos os indivíduos expostos ao estresse apresentam más adaptações, podendo ser observado o surgimento de dois fenótipos distintos, um resiliente, que se adapta ativa e positivamente ao estresse e outro, suscetível no qual as alterações comportamentais vistas são negativas. Por meio do teste de interação social (TIS) é possível separar os fenótipos de ratos e camundongos que foram expostos ao estresse e através de testes comportamentais investigar e mensurar o surgimento de comportamentos relacionados à depressão e à ansiedade. A fim de sanar as dúvidas sobre a possibilidade dos animais atualmente classificados em nossos experimentos como resilientes serem, na verdade, animais que foram menos estressados no EDS, ou ainda, que os comportamentos relacionados a ansiedade e a depressão já estivessem presentes nos animais classificados como suscetíveis, previamente a sua exposição ao EDS, fez-se necessária a avaliação dos episódios de EDS e destes comportamentos. Em protocolos distintos, utilizando ratos wistars como sujeitos experimentais, foi avaliada a relação entre os comportamentos relacionados à ansiedade (teste da caixa claro-escuro e teste do labirinto em cruz elevado) e à depressão (teste de consumo de sacarose, teste do nado forçado, avaliação do ganho de peso e deterioração da pelagem) e o comportamentos dos animais durante o EDS (avaliação da intensidade dos episódios agressivos e enfrentamento à agressão) nos fenótipos obtidos pela classificação no TIS através da razão de interação. Os protocolos empregados de exposição ao EDS e a utilização do TIS como ferramenta para separação dos fenótipos resiliente e suscetível foram efetivos em causar o surgimento de alterações comportamentais relacionadas à depressão nos animais suscetíveis. Outro resultado importante foi a observação de que as características de interação social usadas para a identificação dos fenótipos não estavam presentes antes da exposição ao EDS e ainda que os animais não diferiram na intensidade das agressões sofridas durante os episódios de estresse, o que demonstra que as diferenças nos fenótipos está na forma que os animais respondem aos estímulos e não na variação de intensidade do estresse.
Resumo (inglês)
Social interaction is a daily presence in the lives of mammals, and whether positive or negative, it plays a significant role in the survival and adaptation of species. During these interactions, humans are exposed to aversive situations, and the response that the organism exhibits in response to them is called stress. When prolonged, this response can result in harmful changes to the organism, intensifying or even leading to various pathologies such as anxiety, depression, immune system alterations, cardiovascular diseases, increased susceptibility to addiction, and cancer. A harmful stimulus can be highlighted as psychosocial stress, which manifests in forms such as bullying, workplace stress, and domestic stress, and is studied in animal models (rats and mice) using the social defeat stress (SDS) model. However, studies show that not all individuals exposed to stress exhibit maladaptive responses, and two distinct phenotypes can emerge: one resilient, which actively and positively adapts to stress, and another susceptible, where the behavioral changes observed are negative. The social interaction test (SIT) can be used to separate the phenotypes of rats and mice exposed to stress, allowing the investigation and measurement of behaviors related to depression and anxiety. To address concerns about whether animals currently classified as resilient in our experiments might, in fact, have been less stressed in the SDS, or whether behaviors related to anxiety and depression were already present in animals classified as susceptible before exposure to SDS, it was necessary to evaluate the SDS episodes and these behaviors. In distinct protocols, using Wistar rats as experimental subjects, the relationship between anxiety-related behaviors (light-dark box test and elevated plus maze test) and depression-related behaviors (sucrose consumption test, forced swim test, evaluation of weight gain, and coat deterioration) was assessed, alongside the behaviors of the animals during the SDS (evaluating the intensity of aggressive episodes and how they coped with aggression), based on the phenotypes obtained through the SIT using the interaction ratio. The protocols for SDS exposure and the use of SIT as a tool for separating resilient and susceptible phenotypes were effective, as evidenced by the emergence of depression-related behavioral changes in susceptible animals. Another important finding was that the social interaction characteristics used to identify the phenotypes were not present before exposure to the SDS, and that the animals did not differ in the intensity of aggression during the stress episodes. This indicates that the differences in phenotypes are in how the animals respond to stressors, rather than in the variation of stress intensity.
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português
Como citar
Martins, Lorena Lucas de Souza. Fatores preditores da resiliência ou suscetibilidades ao estresse de derrota social: importância do enfrentamento do agressor e de comportamentos relacionados à depressão e ansiedade. 2025. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Farmácia-Bioquímica) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara, 2024.